Apoiado, Presidente!

Nós que fazemos o Blog do Santinha, apoiamos na íntegra a nota oficial emitida pelo Santa Cruz.

O Santa Cruz Futebol Clube vem tornar público seu repúdio veemente à violência sofrida pela sua torcida no acesso ao Estádio da Ilha do Retiro, no clássico de domingo, 5 de abril de 2015. A violência que atingiu os torcedores do Santa Cruz não foi casual. É consequência da recorrente falta de estrutura oferecida pelo clube mandante para receber a torcida visitante. 
Na ocasião, foi disponibilizado apenas um portão com poucas catracas para o acesso de quase 6 mil torcedores, causando tumulto e retardando a entrada ao estádio, como vem se tornando praxe nos clássicos realizados entre os dois clubes na Ilha do Retiro. Esse descaso gerou uma aglomeração desnecessária diante do portão mencionado, onde homens, mulheres, jovens e crianças ficaram expostos a riscos como empurra-empurra e confrontos com grupos de torcedores rivais, conforme pode ser comprovado por uma série de fotos que circulam desde ontem nas redes sociais. 
A garantia do acesso tranquilo, ordeiro e seguro para a torcida visitante é um dever do clube mandante. A negligência – deliberada ou não – não pode ficar impune. O Santa Cruz Futebol Clube cobra da Federação Pernambucana de Futebol que os fatos sejam devidamente apurados e, confirmada a responsabilidade, que o clube mandante seja punido nos termos do Estatuto do Torcedor e do Regulamento do Campeonato Pernambucano. 
Também causaram perplexidade as imagens veiculadas pelas emissoras de TV e redes sociais da truculência de alguns policiais militares que deveriam garantir a segurança de homens, mulheres, jovens e crianças, mas, ao contrário, agrediram de forma covarde aqueles que eram as vítimas da incompetência e negligência alheias. Não foi a primeira vez que torcedores e imprensa relataram agressões gratuitas praticadas por alguns policiais militares completamente despreparados para lidar com os torcedores que frequentam os estádios pernambucanos. 
Não queremos acreditar que a violência praticada por alguns agentes do Estado esteja relacionada ao preconceito de setores da sociedade contra as camadas de mais baixa renda da população, exatamente o estrato social que caracteriza a torcida coral. Por isso, o Santa Cruz Futebol Clube espera que o Governo do Estado de Pernambuco identifique e puna exemplarmente os responsáveis. E que, de uma vez por todas, a postura da Polícia Militar passe a ser de respeito aos torcedores e suas famílias, independentemente das cores do seu time de coração. 

A cobra coral está chegando…

Amigos corais, acabo de desligar o rádio sem sofrer um colapso cardíaco. Gol de empate no apagar das luzes e a massa coral fazendo festa na Ilha.

Saí à janela do meu apartamento e gritei:

“A cobra coral está chegando, porra!”

Depois, abri a primeira latinha do dia (é verdade, se eu beber durante transmissão pelo rádio, fico meio louco), vim escutar os jogadores do Santa, saindo de campo.

Peitos estufados. Discurso da raça. Que iriamos buscar a vitória até o fim o jogo. Que vamos fortes para a semifinal.

E o detalhe típico coral. O atleta João Paulo com a camisa sangrando, no lance do gol.

Sangue e suor.

Os críticos de plantão vão botar defeito nisso, naquilo, mas o importante é que o time saiu da Ilha com um empate que teve gosto de vitória. Jogamos grande parte do jogo com um jogador a menos.

Agora é contar os dias para o primeiro jogo. Arruda entupido de corais.

ps. Agora começou a choradeira do Náutico. Não tenho paciência.

Cerveja nos estádios (II): o falso moralismo e a liberação em outros estados

é a fraca!
Damos prioridade a quem patrocina o Santa!

Nada como uma Sexta Feira Santa para seguir minha breve (e inútil) série de textos sobre a imbecilidade que é proibir a venda de cerveja nos estádios, sob o argumento de que ela gera mais violência.

Os diversos comentaristas deste afamado Blog são rápidos nas críticas à situação financeira do clube, como se isso – a falta de dinheiro – não tivesse relação com a capacidade administrativa de gerar soluções, prever problemas, conseguir pagar atletas de maior qualidade. Nossos apaixonados corais esquecem que temos pouquíssimas (e fracas) fontes de renda. Ou será que o PSG é um dos melhores do mundo só por causa da eficiência administrativa?

Nossas fontes: o dinheiro dos sócios em dia (que não é lá essas coisas); o dos jogos no Arruda (que não estão sendo muitos), e o da cota da TV (que é uma merreca, se olharmos o tamanho do Santa).

O dinheiro da venda de cerveja, pelo clube, é uma fonte importantíssima de renda para o Santa, que tem uma torcida que costuma lotar seu estádio. Outro dia conversei com um especialista da área e ele me informou que o cálculo é simples – uma média de três latinhas por torcedor. Ou seja, um público de 15 mil pessoas = 45 mil latinhas. Faz falta não? Do ponto de vista estratégico, essa aprovação vai ter um impacto enorme nas finanças corais.

O Sport, nosso principal rival, recebe seu cheque de R$ 3 milhões por mês. Vai se preocupar com o trabalho de vender cerveja? O Santa, este ano, vai receber, salvo engano, R$ 300 mil (por mês) de direitos da TV pela Série B. Além disso, começamos o ano sem dois patrocinadores: Copa do Nordeste e Copa do Brasil. Só com o time em campo, entra dinheiro no Arruda.

Depois escreverei sobre outra aberração em nosso futebol, que é a tendência à “espanholização” do futebol brasileiro, com base no excelente estudo de Emanuel Ferreira Leite Júnior, intitulado “As cotas de televisão do Campeonato Brasileiro: O “apartheid futebolístico” e o risco de “espanholização”.

Mas voltemos ao tema.

Se Pernambuco seguir a tendência nacional, a aprovação da venda de cerveja nos estádios vai ser até natural. Vejamos alguns exemplos de liberação que não representaram incremento nenhum na violência nos estádios:

Bahia – Liberou. Felizes os baianos;

Rio Grande do Norte – Liberous. Viva os potiguares;

Goiás – Uma liminar na Justiça garante a venda da cerva gelada. Grandes goiano;

Rio Grande do sul – Em 26 de fevereiro, a Câmara de Vereadores de Porto Alegre aprovou a venda (faltava a sanção do prefeito). Cerveja com chimarrão;

Espírito Santo – Venda liberada após votação na Assembléia Legislativa, em dezembro de 2014 (dos 24 deputados, 20 votaram a favor). O governador, que tem nome de jogador, Casagrande, já sancionou o projeto. Viva o Espírito Santo;

Paraná – A caminho, graças à união dos três grandes (que deveria acontecer aqui).

Vejam que ótima iniciativa. No começo de março, Atlético Paranaense, Curitiba e Paraná se juntaram, contrataram um escritório de advocacia fuderoso e entraram na Justiça, para liberar a venda de cerveja nos estádios paranaenses, proibida desde aquela onda conservadora-proibitiva que assolou o país, entre 2009 e 2010);

Pernambuco – Em tramitação. A favor, somente Náutico e Santa. Federação Pernambucana e Governo do Estado apoiam na surdina, mas não se pronunciam.

O projeto está agora na Comissão de Saúde, esperando o voto da relatora Simone Santana, para ir a votação em plenário. Vale lembrar que a cervejaria Itaipava, que patrocina a Arena Pernambuco, tem um contrato anual de R$ 10 milhões, e já pensa em sair. Como o sujeito vai patrocinar a sua marca de cerveja se o seu produto é proibido?

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Nestas muitas pesquisas que fiz, li inúmeros artigos, consultei portais, mas no portal do Grêmio na ESPN, assinado por Fernanco Risch (www.espnfc.espn.uol.com.br/grêmio) que encontrei alguém que pensa parecido comigo. Como hoje é Sexta-Feira Santa, e ainda nem molhei o bico com vinho, não vou ficar gastando meu latim. Vejam o que diz o nobre gremista:

“Autor do projeto que criou o veto às bebidas alcoólicas nos estádios, o deputado estadual Miki Breier (PSB-RS) já refuta a decisão da Câmara, alegando que, com a liberação, haverá mais violência nos estádios. Além disso, o deputado, em sua conta no Twitter, afirmou: “Vereadores de Porto Alegre poderiam ajudar na busca de segurança, restringindo o consumo de álcool ao
redor dos estádios, não liberando”.

Segundo a lógica do conservador Breier, para diminuir a violência, há de se proibir o álcool, pois ele seria a força motriz que leva uma pessoa a dar um soco no rosto da outra. Concordo que o álcool desinibe o ser humano a ponto de coisas absurdas, mas não é assim que se resolve um problema”.

Ele cita um fenômeno que ocorre nos estádios que têm proibição, e que já vi várias vezes (onde eu viajo, vou a estádio);

“Mas, já que o assunto aqui é bebida alcoólica, algo que ainda não é proibido no Brasil ao ponto de algum Al Capone contrabandear uísque, há também o álcool nos estádios. Torcedores entram com luvas cirúrgicas, cheias de vodka ou uísque, escondidas nas cuecas. Não é algo que se detecte, por mais que se reviste bem. No estádio, compram um refrigerante e misturam a bebida. Ninguém
percebe”.

E prossegue:

“Na Arena, já vi um torcedor abrir uma garrafa de cachaça na minha frente. Uma garrafa nova de cachaça. Eu ouvi o rótulo se romper. Depois de servido em um copo de Coca Cola, fui oferecido com a bebida. Tomei um gole pra ter certeza. Posso dizer que uma cervejinha teria caído bem melhor”.

Ele cita o caso da Copa do Mundo, onde adversários, lado a lado, assistiam aos jogos sem confusão.

“Não é a cerveja que dá um soco, é um ser humano estúpido”.

“Argumentos como este do deputado Miki Breier, que para diminuir a violência basta proibir o álcool, é compatível em dizer que, para evitar que as mulheres sejam estupradas na rua, elas devam ser atadas no pátio de casa, para que não corram riscos transitando pela cidade; argumentos como este são os mesmos que pedem torcida única nos clássicos, para evitar que adversários se digladiem”.

Para encerrar meu texto de hoje, pesquei o comentário do meu conterrâneo, o cearense e blogueiro Gabriel Lobo, no texto de Risch.

Ele diz que o vice-líder do Governo, Evandro Leitão, deputado estadual e ex-presidente do Ceará, propôs uma votação sobre o tema na Assembléia Legislativa. Ele é a favor da venda de bebidas, alegando que seu uso não é a principal causa de violência nas praças esportivas.

“No entanto, nesta semana, um grande absurdo chegou a ser debatido por uma deputada completamente lunática, Silvana Oliveira, pedindo uma votação estúpida (ao meu ver). A deputada, além de ser contra a venda de bebidas, sugeriu que nos estádios de futebol do Ceará sejam colocados bafômetros nas entradas para impedir que o torcedor que ingeriu qualquer tipo de bebida possa adentrar para assistir ao jogo”, diz Lobo.

Amigos, vamos à luta. Se a idéia da deputada chegar à AL de Pernambuco, estamos é perdidos.

Já pensaram, chegar ao Arrudão e encontrar um Bafômetro, junto à entrada? Seria a glória do falso moralismo, que vai reinando país afora.

Eu não sei como seria nas sociais, mas as arquibancadas ficariam às moscas.

Feliz Páscoa e vamos pra cima da coisa tricolor!