Bacalhau, presente!

Recebi a noticia num grupo do whatsapp. Imediatamente, entrei em contato com nossa amiga Lígia que mora em Garanhuns. Era sempre através dela ou de Marcos que eu procurava saber sobre nosso amigo Bacalhau. Como quem não quer enfrentar a verdade, apenas perguntei: tens notícias de Bacalhau?

Lígia me confirmou o falecimento. Logo em seguida, Marcos me manda um áudio dando a notícia. E começou a chover mensagens no meu celular. E a dose de tristeza foi aumentando.

Alessandra mandou um áudio perguntando se era verdade. Estava na estrada e ouviu no rádio. Eu confirmei. Ela se entristeceu também.

Bacalhau tinha o costume de chamar Alessandra de mãe. É que certa vez, em pleno Festival de Inverno, saímos do Polo de Cultura Popular e fizemos um favor para ele. Dali em diante, ele passou a chamá-la de mãe. Era uma forma carinhosa que ele encontrou para expressar sua gratidão.

Quando eu encontrava Bacalhau, me sentia uma criança no momento que chega perto do seu ídolo. Ele fazia parte do meu imaginário, pois desde o meu tempo de menino, o via no Arruda, nos jornais, na televisão. Sonhava em falar com aquele cara. Tocá-lo. Vê-lo de pertinho. Depois de adulto tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente e passar a admirá-lo ainda mais.

Era uma figura linda. Carismática. Pura. Torcia apenas pelo Santa Cruz, não se importava com os demais.

Amado por toda a torcida tricolor coral santacruzense das bandas do Arruda. Era querido, respeitado e admirado até pelos torcedores adversários. Por várias vezes, vi em Garanhuns, alvirubros e rubro-negros pararem pra tirar fotos com ele.

Bacalhau não se fantasiava com as cores do Santa Cruz. Bacalhau era daquele jeito o tempo todo. Era Santa Cruz 24 horas por dia, na alma, no corpo e em tudo que lhe pertencia. Como bem escreveu Bráulio de Castro, “Há quem veja o mundo azul, há quem veja cor-de-rosa, há quem veja o mundo cinza, cada um tem seu espelho. Bacalhau de Garanhuns vê preto, branco e vermelho”.

Escrevo esse texto revendo fotos dos nossos encontros e recordando os bons momentos que tivemos com aquele sujeito. Nosso casamento. Nos Festivais de Inverno de Garanhuns. No Poço da Panela. Nos jogos do Santa Cruz. Meus olhos lacrimejam.

Confesso que hoje estou triste! Mesmo sabendo do sofrimento que ele vinha passando, mesmo acreditando que ele descansou, estou triste!

Vai na paz, meu querido! Eternamente, tu serás lembrado!

Domingo estaremos no Arruda. Torcendo junto contigo, de corpo, alma e coração, por mais uma vitória do nosso Santa Cruz.

Bacalhau, presente!