A máquina mistério.

A Central do Santa compartilhou esse meme genial nas redes sociais. Fred, do desenho Scooby-Doo, desmascara o monstro, Joaquim Bezerra, e revela o verdadeiro autor das lambanças: ALN. Parece a tradução de uma velha ideia que venho matutando há algum tempo: na verdade, Frutuoso foi coordenado por Joaquim Bezerra para montar o ProSanta  e ter o apoio do IPC (Intervenção Popular Coral).Tudo com o intuito de se tornar presida por uma via alternativa e obscura.

O esquema era fazer com que a torcida acreditasse nesse papo de renovação, mudança do estatuto, conquistas e crescimento do clube. Mas, por trás de tudo isso, como um mestre das marionetes, Joaquim e ALN estavam articulando um retorno indireto à presidência do Santa Cruz. Posso estar delirando em uma teoria da conspiração maluca, mas o retorno de Joaquim à presidência parece indicar isso mesmo. Algo para a galera da Máquina Mistério resolver.

O retorno dos que não foram se tornou a tônica de nossa realidade. Medalhões como ALN, João Caixeiro, Rodolfo Aguiar e Mirinda estão, mais uma vez, de volta e no comando do navio à deriva. E o capitão, pasmem, continua sendo Joaquim Bezerra.  O ProSanta, além de já ser reconhecidamente a pior gestão de todos os tempos do Santinha, foi o maior engodo que aportou em terras corais das bandas do Arruda.

ALN teve seus altos e baixos, mas foi muito fraco. Entretanto, o pior não é isso. É que a galera fervorosa do ProSanta dizia que jamais teríamos um retrocesso na gerência do clube. “Você quer ALN de volta, é?”, era o que os defensores da “mudança” esbravejavam aos quatro cantos do mundo. Eita porra! Que balela arretada.

Por outro lado, em meio ao caos total, dizem as boas línguas que alguns empresários corais estão dispostos a ajudar o Santinha. Gente grande da Pitú, da Masterboi, da Kicaldo e da Tupan. De boa, só acredito vendo. Em matéria de Santa Cruz, tornei-me um Tomé fervoroso.

As tretas e equívocos se multiplicam: Série D, renúncia que só a porra, o IPC rachou com o ProSanta, marketing morto, o estádio entregue às traças, fora do G20 do Timemania e uma zona generalizada nas categorias de base.

Essa galera dos SUB demonstra quão profunda é a incompetência do ProSanta. E teve, agora, a treta com o Retrô no sub-13. A confusão entre os dois clubes parece que é de longa data. Animosidade é a tônica. Gustavo Jordão, diretor do Retrô, disse em entrevista ao GE que foi humilhado e mal tratado pelo Santa Cruz – juntamente com o presidente Laércio Guerra – quando do primeiro jogo entre os dois times no Arruda.

Daí deram um troco para lá de feio e desrespeitando lei federal que rege a relação com os atletas de 13 anos: impediram, no jogo no CT do Retrô, que os pais dos jogadores e parte da comissão técnica entrassem em campo.

Caramba, minha amiga e meu amigo tricolor coral, até em jogos de base temos que conviver com essas babaquices. Inacreditável.

De minha parte, e para não me estressar mais e manter a sanidade mental, a partir de agora só volto a falar do ProSanta quando os jogos começarem. Escreverei sobre outros temas do Mais Querido porque, vamos combinar, o ProSanta já deu faz tempo. Ninguém tem mais saco para esse papo furado dessa galera. Vamos falar de Walter e de cachaça, das contratações que nem sabemos quem são, de como reviver o Arruda e como será 2022.

E, como sempre, salve o nosso Santinha!

Na reta final.

O Botafogo realizou o sonho de qualquer torcedor ou torcedora ao garantir o acesso à Série A. Imagino a alegria – uma coisa que faz tempo que não sentimos por aqui – que a torcida deve estar sentindo agora após esse feito.

Em terras pernambucanas, o Íbis Sport Club conseguiu também subir e ano que vem disputa a primeirona do pernambucano. E segure a greia para quem perder do pássaro rubro-negro.

Na contramão dessa alegria, o São Paulo recebeu líderes das organizadas para que Ceni e companhia expliquem a má campanha do time esse ano. O Cruzeiro, assim como o Capibaribe, não possui mais chance de acesso. Continuarão na Série B. O Do Recife está mais lascado do que nunca e o abismo se aproxima a passos largos. Tomara.

E o que está acontecendo, nesta reta final do ano, pelas bandas do Arruda? Creio que nossa torcida consegue perceber como deve estar sendo difícil para repórteres esportivos produzirem conteúdo sobre o Santinha. Culpa de quem?

As notícias que temos são quase sempre desalentadoras. No Twitter, torcedores denunciam uma velha prática: times de pelada estão alugando o Arruda. Se não bastassem as denúncias de abandono do nosso patrimônio, querem lascar ainda mais o já lascado gramado.

E o papo é quase sempre político, já que esses ineptos não elaboraram nenhum planejamento durante esse recesso forçado por causa de tanta incompetência. Nenhum amistoso. Nada. Chega a ser inacreditável.

Disseram que Joaquim Bezerra não volta mais. Foi tarde. Parece que estão fazendo diversas reuniões para fecharem com um nome. Mas isso é papo para boi dormir. O Estatuto não permite essa saída.

Segundo o regimento do clube, a saída de Joaquim Bezerra  deve implicar em eleição indireta. Marino Abreu, o presidente em exercício, deve convocar e viabilizar novas eleições por meio do Conselho Deliberativo ou o plenário do Conselho delega tal atribuição a uma Assembleia Geral de Sócios.

Só o ProSanta mesmo para conseguir esse feito. Uma zona generalizada. O pior é escutar o boato de que o nome de ALN é o mais forte para assumir a presidência. Parece até brincadeira. A galera de Frutuoso, se pintando de vanguarda, conclamando a mudança e a melhoria do Santa Cruz, nada mais fizeram do que colocar Joaquim no poder e agora, no pior de todos os cenários, prepara o retorno daquilo que eles diziam ser o atraso encarnado.

Evidente que não dá para concordar com a torcida invadindo o escritório do advogado e destruindo tudo. Essa irracionalidade é, antes de tudo, criminosa e não resolve nada. Essa libido tem que ser bem direcionada. É hora da torcida se organizar para, realmente, decidir pelo futuro do Mais Querido.

Organização política é muito importante para que possamos sopesar a porrada de erros cometidos e ter racionalidade, maturidade e inteligência para traçarmos estratégias afirmativas que possam nos colocar nos trilhos novamente.

Que somos loucos de paixão pelo Santinha é algo inegável. Mas temos que usar esse amor de maneira ativa em benefício do Santa Cruz e só para ele. Fora Joaquim. Jamais ALN. O ProSanta conseguiu não apenas enterrar o nosso clube, mas enterraram a si mesmos e qualquer capital político que tinham. Hasta la vista, despreparados!

Que venham sangue novo, ideias novas, amor verdadeiro e ações inteligentes para retomarmos nosso passado de glórias.

E viva o Santinha!

Amor na veia.

Eu tinha 5 anos de idade quando meu pai me levou, pela primeira vez, ao Arruda. Uma das lembranças mais fortes de minha infância, no Mundão, foi um drible fantástico que o lateral Pedrinho deu em cima de um atacante do Remo dentro da pequena área. O estádio foi ao delírio.

E como não se lembrar da Churrascaria Colosso e aquele cheiro único de carne assada que exalava para todo lado e domava nossa mente com um poder absoluto? Eu comecei a beber com 12 anos e ir ao Colosso, a partir de então, se tornou quase um ritual religioso. Assim como gritar pelo cara que vendia a Brahma Chopp, aquelas garrafas gordinhas, e que despejava de uma vez o líquido precioso no copo de plástico.

Um jogo memorável, que fui com meu pai, foi a inauguração da arquibancada superior. Era uma multidão absurda se espremendo com um orgulho danado pelo novo espaço. Até parecia que o concreto balançava e a galera, com medo,  começou a gritar “Vai cair! Vai cair!” e era gente correndo para tudo que era lado.

Meu pai, meus irmãos e eu fomos ver o clássico contra o Palmeiras. Quem esteve nesse jogo deve ter se sentido como se estivesse no meio do Galo da Madrugada na Guararapes. Era um espremido só. Vimos o jogo lá de cima. Era impressionante a quantidade de tricolores corais das bandas do Arruda se contorcendo para tentar acompanhar a partida.

Já escrevi aqui quando estava entrando no Arruda e a Jovem veio correndo para me dar porrada porque eu tinha cabelo comprido e queriam, mesmo, era matar Mancuso. Foi o momento mais tenso que tive em um jogo. Gritavam “Olha o fdp do Mancuso ali, bora pegar ele!” e tome carreira. Por sorte, consegui correr mais do que o Usain Bolt e sai ileso.

Quando o Santinha tirou o cabaço do Do Recife, a coisa, nesse jogo, a Inferno invadiu o campo. Era um delírio coletivo gigantesco. Vi algumas pessoas pulando para dentro de campo, saltando sobre o fosso, e uns espertinhos roubando relógio e trancelim da galera que quase se fode caindo fosso abaixo. Loucura arretada.

E o que falar daquela multidão ensandecida que se espremeu como loucos para ver o jogo de acesso contra o Betim? Dizem que tinha umas 60 mil pessoas. Nem com a porra tinha menos de 80 mil pessoas ali. A entrada foi esquizofrenia pura. Um maluco tentou cortar a multidão em seu carro para entrar no estádio. Um senhor foi quase esmagado pelo veículo e deu um soco no capô do carro. Um policial chegou batendo no senhor que, assim que levou o primeiro empurrão, sacou da carteira, empunhando sua identificação, e berrou “Sou capitão da PM. Você está preso”. E não é que prenderam o policial na hora?!

O gol de Caça-Rato no final do segundo tempo levou a torcida a um delírio inacreditável. A charanga da Inferno cadenciava o êxtase coletivo. Parecia um ritual de povos primitivos em sintonia com as deusas mais poderosas.

O meu pai me ensinou 3 grandes amores: amor à vida, amor aos amigos e amor ao Santinha. De minha mãe herdei o amor à Literatura, à Filosofia e ao ato de escrever. Tudo isso me formou e me forma, dá sentido à minha existência.

Morar perto do Pátio da Santa Cruz é algo que me enche de um orgulho metafísico. Foi aqui que nasceu o Santa Cruz, esse clube do povo. Impressionante como o Mais Querido ocupa um lugar de tanta relevância e importância em minha vida. Muitas lembranças revestidas de muito amor e de uma paixão gigantesca que não precisa de explicação, apenas é em si mesma.

Ansioso pelo retorno de nosso passado de glórias. Haja paciência diante de tanta incompetência e más intenções. Mas sou um otimista nato e não tenho dúvidas: essa imensa torcida será nossa ponte de salvação. Lembrar é um ato de redenção, de amor por aquilo que vale a pena. Lembrar para nunca esquecermos quem realmente somos.

Sou Santa Cruz de corpo e alma e serei sempre de coração!

Twitter e traças.

Agora estamos no Twitter, meus amigos e minhas amigas tricolores corais. Se você usa essa rede social, dá uma entrada lá, pesquisa Blog do Santinha ou #jcmup80 e segue a gente que te seguimos de volta. É mais uma maneira de interagir com a torcida mais apaixonada desse Brasil e saber dos bastidores do clube e o que estão fazendo ou não fazendo pelas bandas do Arruda. E o que há de gente irada com os desmandos da atual gestão não é brincadeira.

Enquanto isso, no mundo real e concreto, paira no ar o temor de que estão enterrando o Santinha em definitivo. É tanto bate cabeça da direção que esse medo se espraia em quase todo discurso que vejo nas redes sociais. E não é sem sentido esse sentimento.

Passei um dia desses no Arruda para ver de perto o que estão postando: a fachada, tão decantada como promessa de campanha, está absurdamente entregue às traças. Na verdade, o Santa Cruz está todo entregue às traças. O setor de atendimento aos sócios parece escola abandonada. Creio que vocês viram os vídeos. É um abandono gigantesco que dói na alma.

Tem sócio do interior reclamando que compra camisa e o produto não chega. Ou que tem que vir ao Recife pegar a encomenda. A Comunicação simplesmente não existe. Isso se tornou claro quando fomos comprar os ingressos para o jogo contra o Floresta. Precisou a Inferno orientar a torcida. E nada mudou.

Saímos do G20 da Timemania. O Marketing é nulo. Não há um programa sério de cooptação de sócios. Também, com esse caos todo é meio difícil mesmo. E qual é mesmo o nosso patrocinador master? Tem?

Incrível como não pensaram, durante esse período sem campeonato algum para disputar, em organizar amistosos. Porra, essa torcida é doida. Fomos em massa ver treino no campo de Rio Doce, imagina qualquer jogo minimamente organizado?! Seria uma maneira de manter o time em contato com a torcida e arrecadar alguma grana extra. Mas todo mundo de férias forçadas e uma porrada de salários atrasados.

Por falar em redes sociais, meu amigo e poeta, Pietro Wagner, postou essa foto que emoldura esse presente texto. Ele escreveu a seguinte mensagem: “Essa máquina de escrever foi de meu avô. Tá se acabando na ferrugem porque não sei onde restaurar. É uma lembrança importante pra mim, já que significa, bem pra mim, que gostar de escrever eu não inventei. Mas o que é imortal tá lá atrás, desfocado porque é assim o momento hoje desse time. Vilipendiado e jogado à infâmia por quem nem merece dizer que é tricolor. Mas o Santa Cruz é gigante e imortal. Vai sobreviver à destruição sistemática que esses caras que estão lá fazem com a perfeição maldita dos bolsonatos, escola terrível e fatal que está no poder, infelizmente. Mesmo que se em algum momento a tragédia aconteça de vez, a imensa e fiel massa coral sempre será Santa Cruz de corpo, alma, coração e vida. Eis o que sou. Santa Cruz até morrer”.

Que encontremos logo uma oficina de restauração para retirarmos as ferrugens que corroem o Santinha e parecem querer nos afundar em um ostracismo perverso. Só assim evitaremos esse hiato de hesitação que o texto do poeta demonstra. Que esses senhores egoístas, centrados apenas na porra dos seus bolsos, descolados dessa paixão atávica possam sumir de vez. Que não acreditemos em aventureiros sem conhecimento algum do futebol com seus projetos pessoais de vaidade. Que possamos expurgar esses destruidores do mapa e encontrarmos uma saída urgente para nosso amado clube. Que o verbo vilipendiar seja enterrado e que só ele, e apenas ele, seja celebrado amanhã, dia 2 de novembro, dia dos mortos. Pois o Mais Querido, como diz o texto, é imortal!

Salve o nosso Santinha!