Chove chuva, chove sem parar.

Uma chuva fina caía sobre o Arruda no início da partida contra o CRB no sábado passado. Havia poucos torcedores nas sociais. O clima era de desconfiança. A frase de Pessoa, “o dia deu em chuvoso”, parecia adornar aquela tarde.
Logo a chuva se avolumou e virou um dilúvio. Protegi meu copo de cerveja naquelas capas de chuva que vendem por R$ 5,00 nos estádios. No gramado, o que todos presenciaram foi um Santa Cruz completamente atabalhoado, sem esquema tático algum.
Mesmo depois do gol de Grafite e dos gritos de “acabou o caô”, a sensação era de que as coisas não se encaixavam. Sandro até que demonstrou vontade, mas Yuri deixou claro que nasceu para outra coisa – incrível como ele demora a pensar a jogada. Bruno Paulo não tem mais explicação. A falta de criação no meio já virou piada.
No intervalo, quando fui pegar outra cerva, me encontrei com Juninho e Jorge. Conversamos sobre o caos do clube, diretoria, Tininho, Jomar, fora Giva, Alírio, o papel dos conselheiros, mudança no estatuto, as eleições que se aproximam, enfim, os velhos problemas de sempre.
O segundo tempo revelou o naufrágio que não queríamos. Jorge até que tentou entoar umas loas para ver se o segundo gol chegava, mas foi o CRB quem mandou nas cartas e no jogo. Encharcados de chuva e putos com a péssima atuação, fomos ao Abílio tomar a saideira. Lá encontramos Jerry e Mark.
Como estava todo mundo muito indignado com a crise e a eminência de uma séricê, mudamos de assunto. Como bons ingleses, Jerry e Mark falaram sobre futebol, mas cricket e boxe também. Como não saco nada de cricket, conversamos sobre a história do boxe e a luta entre Mayweater e Connor naquela noite.
“Zeca, você tem que assistir ao documentário chamado Four Kings. Os quatro grandes do boxe: Sugar Ray Leonard, Marvin Hagler, Thomas Hearns e Roberto Duran”, indicou Jerry.
The Fabulous Four. Valeu, Jerry, documentário muito foda. Nada como a velha e boa old school. No final da noite, depois de peregrinar pela Boa Vista com Juninho e Jorge, fui ver a surra que Connor McGregor levou de Mayweater.
Acordei no domingo com uma ressaca triste. Pensei no barco afundando, Giva indo embora, os marinheiros à deriva, sobrevivendo num pequeno bote… por enquanto.
Que Martelotte possa salvar essa galera do naufrágio. E que esse dilúvio que se prenunciou de maneira amarga sobre o Arruda possa ceder lugar a um verão, por pequeno que seja. Que 2015 se repita.
E que o espírito, a garra, a inteligência e a vontade dos Fabulous Four possa nos inspirar daqui em diante. Porque a situação, meus amigos, não é fácil. Nada fácil. Mas, sempre repito isso, atitude mental é tudo.

Um pouco de futebol.

Amanhã é dia de ir para o Arruda. Como estarei dando aula numa turma de mestrado até as 16 horas, vou sair voando e chegar no pontapé inicial. Mas isso não me impede de pedir o melhor cachorro-quente do mundo e tomar umas cervas durante a partida. Depois é ir encontrar os amigos no Abílio após o jogo para escutar a resenha.
Mais uma vez estamos naquela situação de uma partida que será um divisor de águas. Ainda continuo achando que o mestre Giva está mais desmotivado do que puta velha. E quando o capitão desiste do barco na tempestade, o desastre é iminente. Mas é possível pensar que esse estado de espírito tenha surgido pela impossibilidade de repetir uma escalação seguida desde que começou.
Torcendo para que o velho Grafa possa servir como elemento motivador para esse grupo. Será fundamental um líder a partir de agora. A boa notícia – hoje não vou tocar nos velhos problemas de sempre – é que João Paulo e Ricardo Bueno estão de volta. O menino Alison chegou cheio de vontade e otimismo. Yuri já propagou que o time virá com nova atitude.
Também continuo defendendo a titularidade de Jacsson. Se a crise é, por enquanto, incontornável, a melhor saída é atitude mental, postura, vontade e garra. Sim, aquilo que Gerrá pontuou anteriormente: garra sempre foi o nosso diferencial. E contra o CRB nesse sábado temos que ter muita garra para sairmos da zona.
João Ananias deve entrar como titular. Onde será que foi parar o futebol de Anderson Sales e Léo Lima? Que os deuses do futebol tenham um pouco de misericórdia e permitam que eles voltem a jogar bola. Todo tricolor coral deve estar com saudades daquelas faltas que deixavam o Arruda com a respiração presa.
Torcer, também, para que Grafite jogue com garra, imbuído do espírito ancestral que anima nossas cores. Se o time mostrar força de vontade, empenho, espírito de equipe e, o que julgo uma das coisas mais importantes, respeito por sua torcida antes de tudo, dá para termos um pouco de esperança.
O quadro é favorável? Claro que não sou louco. Nossa situação é complicada em todos os sentidos. Mas só hoje – só hoje mesmo – quero pensar apenas em futebol. Estarei no Arruda torcendo para que o capitão se arrete e decida, por amor à sua tripulação, domar a tempestade. Que os marujos transpirem sangue para salvar a embarcação do naufrágio.
E que nós, os velhos torcedores de sempre, possamos estar presentes diante dessa mudança de atitude. Porque, sejamos sinceros, um pouco de esperança não faz mal a ninguém.
No fim das contas, espero estar no Abílio ouvindo resenhas positivas até que as últimas luzes do Arruda se apaguem. Paixão é assim mesmo: uma coisa de doido.

Mirem-se no exemplo de 1999

Pronto, entramos na zona. Estamos mais perto do que nunca da Sericê. Os mais otimistas, na sua mais pura fé e paixão, ou apenas por puro engano,  achavam que esta possibilidade era apenas delírio dos pessimistas.

Com essa bola que estamos jogando, muitos já falavam e previam: rumo a terceira. E estão certos.

Há quem diga que o motivo é falta de salário. Pode ser. Ninguém gosta de trabalhar sem saber se vai receber o salário. Concordo que todo e qualquer empregado deve receber em dia. Entretanto, falta de dinheiro, salários atrasados e dividas sempre fizeram parte do cotidiano do Santa Cruz Futebol Clube. Alguém me mostre algum ano que não falaram de falta de dinheiro no nosso clube.

O que falta mesmo é alma, é raça, é esses caras jogarem bola com o coração no bico da chuteira. E isso é o que vai nos levando para mais um rebaixamento.

Esse grupo de jogadores não nos representa. Nós, tricolores corais santacruzenses das bandas do Arruda, não nos encantamos com craques e espetáculos, nós vibramos é com quem transpira garra. Nós, o povão que frequenta a arquibancada do Arruda, nos orgulhamos quando vemos o jogador suar sangue, comer grama, transpirar vontade. Nós, a massa coral, trazemos na memória as grandes conquistas na base da raça.

Não lembro de um jogo nessa Séribê, onde a gente comentasse que o time mostrou vontade. A maioria dos atletas que hoje estão no Santa, joga apenas por obrigação.

Nessa hora, me recordo de 1999. O presidente era Jonas Alvarenga e o presidente do Conselho Deliberativo era Antônio Luiz Neto. Tínhamos um time de estrelas. Mancuso e cia. Um bando de descompromissado, isso sim. Fazíamos uma campanha vergonhosa na Seribê. Em pleno Arruda, levamos uma goleada do América Mineiro. 5 a 1 pra eles. Fui para aquele jogo de muletas. Tinha feito uma artroscopia no joelho. Saímos do estádio revoltados e certos que cairíamos para terceira divisão. Naquela ocasião, falei para o meu pai: se continuar jogando desse jeito, vamos cair.

Hoje fui almoçar na casa do meu velho. Seu Geraldo tem 81 anos. Guarda na gaveta sua primeira carteirinha de sócio do Santa Cruz. Hoje foi ele quem me disse: com esse futebol aí, o Santa vai ser rebaixado. O time é morto e não tem alma.

Em 99, primeiro se dispensou o treinador Artuzinho. Nereu assumiu e foi o encarregado de fazer uma limpeza no elenco. Só ficou quem incorporou o verdadeiro espírito de guerreiro. O time saiu do quase rebaixamento, para o acesso à primeira divisão.

Hoje só vejo uma saída: Alírio e sua diretoria criar coragem para fazer o mesmo que foi feito em 1999. Uma limpeza geral do treinador até o elenco.

Desse jeito nossa a esperança voltará e a torcida chegará junto.

Um returno para lá de tenso.

Talento, motivação e estratégia são elementos fundamentais no futebol. Mas a atual realidade do futebol brasileiro quase sempre está atrelada a dividas exorbitantes. O mestre Nelson Rodrigues costumava dizer que futebol não é só racionalização, mas muita emoção.
Entretanto, um clube é gerido, possui departamentos, diretoria e presidência. Daí ser necessário pensar o universo de cada time se valendo da razão. As estratégias de gestão envolvem um projeto de planejamento financeiro, econômico, político, cultural e esportivo.
O Santa Cruz vem continuamente demonstrando sua incompetência nesse quesito. Já cansamos de falar disso aqui. A culpa é sempre do passado. O problema é que, no presente, não encontramos soluções que sejam postas em prática. Já sugeri, aqui, e isso umas dez mil vezes, que transparência, CT e valores de base e um departamento de futebol competente são passos iniciais tão necessários quanto respirar.
Além do mais, quando recebemos notícias de Doriva, Eutrópio ou Carlos Alberto, por exemplo, e os bloqueios constantes de nossas contas, chega a ser uma ofensa à inteligência a lerdeza de nosso departamento jurídico.
Evidente que, em campo, a motivação dos jogadores está atrelada a diversos fatores. Um dos mais relevantes é salário em dia. Não tem como não pensar na desmotivação desse grupo treinando. E se você não treina adequadamente, meus amigos, é muito possível que os resultados sejam negativos.
A contratação de Grafite, creio eu, vai possuir muito mais um efeito motivador na equipe do que resultados em gol. A presença de um líder, em momentos de crise, é muito importante. A falta de identidade desse elenco é assustadora. Creio que o velho Grafa dará um gás novo nesse returno que se inicia no próximo sábado, mas um gás psicológico, não tanto futebolístico.
Talento, por seu turno, é uma questão complicada. Ainda bem que alguma mente minimamente inteligente mandou Travassos (pelo amor de Deus) e Jaime (vixe Maria) para bem longe do Arruda. As coisas por aqui são lentas…. bem lentas.
Esse returno parece que vai ser mais tenso do que estávamos esperando. Sempre defendi o velho Givanildo – por sua história e competência. Defendi sua chegada atual no Santinha. Mas fiquei surpreso com sua entrevista de chegada. Ele já foi largando que qualquer coisa iria embora. Ele está adorando repetir isso em suas entrevistas. Creio que está na hora de acharmos outro treinador. O velho Giva parece desmotivado – e disso, tenho certeza, já estamos fartos.
A crise nos clubes do Brasil, entretanto, não inviabiliza a vida da maioria dos times. Devido a uma incompetência invisível, isso nos afeta e muito. Não é de se estranhar que, aqui e ali, surja a lebre da terceirização. Co-gestão ou venda total é um tema que ainda iremos nos demorar aqui, mas que já vale a pena começar a pensar, basta ver a realidade de muitos clubes europeus.
Por enquanto, nos resta seguir a indicação do mestre Rodrigues e torcer para que algo de bom aconteça com nosso Mais Querido. Sábado começa a reta final e a parada vai ser tensa. Numa boa, a séricê agora, nesse momento ainda mais complicado, pode significar um fundo do poço muito fundo.
Mas vamos lá. Tomar todas no sábado e torcer por uma vitória.

Descendo a ladeira

Aos poucos, uma onda de pessimismo tomou conta do Santa Cruz. Também pudera,  já são cinco rodadas sem vencer, sendo quatro derrotas seguidas.

Em três jogos como mandante, fizemos apenas 1 ponto. Pior do que isto, é ver que o time não esboça reação. Até parece que os atletas estão sem querer jogar. Estamos descendo a ladeira.

A única certeza que temos é que os jogadores não estão com os salários em dia e a diretoria não consegue administrar esta situação.

Cabe lembrar que  salários atrasados não é um fato que acontece somente no Santa Cruz. E jogar a culpa do que está acontecendo na falta de dinheiro, é esquecer que já nascemos lisos e até hoje vivemos na pobreza. Não lembro quando foi que conseguimos pagar os salários em dia.

Temos a sensação que os bastidores do  futebol do nosso Santa está sem comando. Depois que Tininho se afastou do clube, a impressão que dá é que a diretoria de futebol está acéfala. Mas isto era algo previsível que acontecesse, pois durante todos estes anos, não se procurou oxigenar o departamento de futebol.  Um clube do tamanho do Santa Cruz não pode ter apenas um ou dois diretores de futebol. Bastou Tininho adoecer e ficou um vazio. Outro dia, até Givanildo falou sobre isto.

O presidente tenta dialogar e acender a esperança da massa coral. Mas os torcedores já não acreditam mais na palavra dele. Por vezes fazem até piada.

No seu primeiro ano de mandato, Alírio nos deu o céu. Mas este ano, o fantasma de voltarmos para o inferno do campeonato brasileiro, faz a torcida esquecer as alegrias. Estamos na porta do cabaré e, dependendo do desenrolar da rodada, entraremos na zona já no próximo final de semana.

A torcida está atordoada. Alguns só reclamam. Outros apontam falhas. Uns culpam a torcida. Quase ninguém defende a diretoria. E poucos apresentam soluções. Nem a notícia da volta de Grafite conseguiu animar os tricolores corais santacruzenses das bandas do Arruda.

Diante deste cenário, já tem torcedor pedindo a cabeça do treinador e uma limpeza no elenco. Tem até gente sugerindo a renúncia do presidente e convocação de eleições.

Eu fico por aqui! Escrevendo essas coisas, sem ter uma opinião formada sobre o que fazer e pensando besteiras. Cheguei até a lembrar de Nereu Pinheiro para treinador e Jonas Alvarenga para presidência.

Quem duvida e quem acredita?

O Santinha, no returno, volta a jogar em casa. Lugar de tricolor coral é no Arruda – ninguém tinha mais saco para os jogos na Arena. Jogar no Mundão do Arruda é um dos poucos pontos que teremos a nosso favor nesse confronto de hoje à noite contra o Criciúma.
Vamos entrar em campo com um retrospecto de três derrotas seguidas. O fantasma dos salários atrasados continua. A diretoria fez uma porrada de promessas e não cumpriu nenhuma. Com um elenco de mediano a fraco, fica muito difícil não acreditar que a falta de grana atrapalha o desempenho dos jogadores.
Hoje é aniversário do mestre Givanildo. Ele vai ter que tirar leite de pedra para que a noite seja de parabéns e não de tristeza. As mudanças contínuas no elenco atrapalham a construção de um padrão técnico e tático.
Júlio César volta – particularmente, defendo Jacsson. Nininho e Tiago Costa estão suspensos. Travassos e Yuri (que só poderemos julgar a partir de hoje) assumem a difícil tarefa de dar volume e velocidade às nossas laterais.
Bruno Silva e Jaime entram de cara. Aqui temos que fazer uma pausa, rezar uma prece forte e esperar que um milagre aconteça.
Derley, João Ananias e Bueno possuem a tarefa quase inimaginável de criar no meio. A falta de talento nesse setor já está se transformando em um problema crônico.
Outro aspecto positivo – além do retorno à nossa casa – é que o Tigre vem com quatro desfalques. Vamos torcer para que Giva possa visualizar de maneira acertada um esquema para enfrentar os catarinenses.
Enquanto isso, foi levantada a hipótese de Grafite finalizar sua carreira aqui. O clube ainda possui dívidas com ele. Depois de conversar com os todos poderosos, Givanildo deu seu aval. (Essa questão precisa de uma postagem à parte para ser discutida).
Estamos já batendo nas portas de Odete. Esse campeonato ficou mais complicado do que poderíamos esperar. O Criciúma está em 12º com 26 pontos. O Santinha está quase na zona com 23 e em 16º lugar. O Ceára, 4º colocado, soma apenas 31 pontos. O negócio está embolado.
Hoje à noite darei aula das 19 às 22 horas. Só saberei se a noite foi boa ou um desastre muito depois do jogo. Como não terei aula na quarta pela manhã, já comprei um contrafilé e umas cervas para acompanhar a resenha quando chegar em casa.
Diante de tantos problemas e de poucas notícias boas, a questão fundamental agora é: Quem acredita na nossa vitória? Quem duvida desse time? Temos chances? Givanildo vai acertar? E esses salários? Esse meio de campo cria? Essa defesa segura a onda? Muitas questões… muitas.

Volte para o seu lar

Passei uns dias longe do Recife. Me mandei para o interior de Pernambuco. Bezerros –Arcorverde – Triunfo – Serra Talhada – Salgueiro – Serrita.

Quando entro de férias, tento desligar geral. Vejo muito pouco as notícias e quase não acesso as redes sociais. Faço questão de me afastar da correria do mundo.

Difícil é ficar longe do Santa Cruz. Por mais que a gente queira, sempre tem um tricolor coral santacruzense das bandas do Arruda por perto.

Em Bezerros nem preciso falar. Meu sogro é do Santa. E ainda tem Julio Vila Nova que, vez por outra, eu encontro naquela cidade. Mais especificamente no mercado, comendo buchada de bode e tomando uma branquinha.

Saímos de Bezerros e fomos para Triunfo. No caminho paramos em Arcoverde para visitar os queridos amigos do Samba de Coco Raízes de Arcoverde. Trabalhei com aquele povo e tenho um carinho enorme por eles. Assim que chegamos lá, dei um abraço em Seu Damião e ele, com a voz mansa de sempre, me perguntou:

— Homi… e o nosso Santa Cruz?

— Oh, Seu Damião… tá indo, né? Mas vai melhorar! – eu disse.

Ele abriu um sorriso e completou:

— Vai. Quando a gente menos espera a cobra dá um bote.

Passamos algumas horas lá na sede do Raízes de Arcoverde, conversando e matando a saudade. Almoçamos no Cruzeiro e pegamos a 232 com destino para Triunfo. Passamos por Flores e subimos a serra. No começo da noite, chegamos em Triunfo. Um friozinho bom danado. O cansaço da viagem fez a gente se aquietar no hotel. Tomamos uma de leve e fomos dormir.

Desço para tomar o café da manhã. Quando entro no restaurante do hotel, um cidadão tá sentado com a família. Vestido com o manto sagrado, ele ajudava a filhinha comer um cuscuz com leite.

Comemos, nos arrumamos e fomos perambular pela cidade e pelos arredores. Pico do papagaio, Gruta dos holandeses e outros lugares. A noite, tomar uma porque ninguém é de ferro.

Nos indicaram a cachaçaria e o Beto’s Bar. Escolhemos o Beto’s. A noite começava e o frio já beirava os 14 graus. Pedi uma cachaça. Pedimos uma tilápia. Alguém na mesa perguntou:

— aqui tem wi-fi?

— tem sim! – Beto afirmou.

— Qual é a senha?

— tricolordoarruda. – ele disse.

— Oxente, tu torce pelo Santa Cruz? – eu perguntei.

— Claro. Todo mundo tem que ter pelo menos uma qualidade. – Beto respondeu.

Pronto, virei freguês. Bebemos até quase meia-noite. Boa parte da noite fiquei no balcão, conversando e apreciando a coleção de cachaça espalhada pelas prateleiras. Por toda coleção, entre uma garrafa e outra, o Santa Cruz aparece. Canecas, copos, flâmulas, bonecos e uma garrafa de cachaça com o nosso escudo.

É impressionante como tem gente nossa pelo meio do mundo.

Você viaja e o Santa está sempre por perto.

Daqui a pouco o jogo começa. Espero juntar mais uma vitória. Espero mais ainda que o Santa Cruz volte para o Arruda. Volte para o seu lar. Eu e a massa coral estamos morrendo de saudades!