Amigos corais, pelo menos uma boa notícia nos chega. E vem, pasmem! da Assembléia Legislativa!
É o seguinte. Segundo o Jornal do Commercio de sexta-feira passada, a cerveja pode voltar aos estádios de futebol. Leram isso direito? Esfreguem os olhos: A cerveja pode voltar aos estádios pernambucanos!
Vamos ao texto:
“O projeto de lei 2153/2014, que regulamenta a venda de bebidas alcoólicas dentro dos estádios de futebol pernambucanos a partir de duas horas antes das partidas, foi publicado no Diário Oficial do Estado”, no dia 20 de novembro.
O texto é do nobre deputado Antônio Moraes (PSDB), e deve ser votado até o final do ano.
Há poucas semanas ele recebeu a visita do presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), acompanhado de dirigentes do Santa, Sport e representantes da Arena Pernambuco. Evandro levou um dossiê para mostrar o que todos nós, frequentadores de estádios, sabemos há muitos anos – não há associação entre o consumo de álcool nos estádios com a violência.
Além disso, outros três estados já voltaram a vender a cerva gelada em seus estádios: Bahia, Rio Grande do Sul e Maranhão.
“A visita de Evandro e outros dirigentes só reforçou o meu entendimento de que a violência nos estádios pernambucanos não tem nada a ver com as bebidas alcoólicas. Por isso, decidi reapresentar o projeto agora. Acredito que, desta vez, ele será aprovado”, disse o nobre deputado.
Outra análise de Moraes que reflete bem a realidade que vivemos, nós que adoramos um bom jogo com o copão gelado na mão:
“Os arredores dos estádios viraram verdadeiros bares a céu aberto. Como sabem que não poderão beber no interior dos estádios, vários torcedores ´enchem a cara´no lado de fora e ficam bêbados, antes mesmo de a bola rolar. Não é pior?”
É sim, deputado. É o que todos os meus amigos têm feito, desde que esta proibição começou a valer, em janeiro de 2009. Todos bebem tudo o que podem, porque sabem que durante duas infinitas horas, só vai ver pela frente ambulantes vendendo pipoca, picolé e água. Quem, em sã consciência, vai ao estádio comer pipoca e chupar picolé? Só se for com os filhos, claro.
Se esses deputados tiverem juízo, vão aprovar na hora o projeto. Eles não sabem, mas o lugar mais seguro para um torcedor é justamente dentro do estádio. Frequento as arquibancadas há anos, especialmente as do Arruda, e o grande sofrimento que passamos é quando a torcida do Santa resolve toda ir ao estádio no mesmo dia. É tumulto para entrar e para sair. A dita “violência nos estádios”, geralmente acontece fora dele. Vem de longe, com a galera marcando briga e arrumando confusão a quilômetros de distância, fazendo arrastão etc.
O presidente do Santa, Antônio Luiz Neto, apóia o projeto, já que é uma importante fonte de renda para o clube. O presidente do Náutico, Gláuber Vasconcelos, também é favorável, mesmo sabendo que não vai ganhar um tostão a mais. É que o contrato com a Arena Pernambuco não prevê o repasse do dinheiro das lanchonetes para o clube. Ele acha que se a torcida do Náutico quer beber, tem este direito. O presidente do Sport, João Humberto Martorelli, é o único do trio contrário à venda da cerva gelada, “principalmente por causa da violência nos estadios”.
A redação do Blog do Santinha já está fazendo seus contatos para entrevistar o deputado Antônio Moraes. Queremos os detalhes, a cópia do dossiê e mais divulgação sobre isso. Esse deputado, no mínimo, tem um pé na realidade.
Nosso secura, ao que parece, está a caminho de acabar. Até hoje não entendi esta proibição, que prejudicou enormemente minha relação com o futebol.
Cresci com meu pai me levando a diferentes estádios. Era a época de uma cerveja gorduchinha, de vidro mesmo. Nunca vi uma confusão por causa disso. Depois virei adulto e assistir jogos do Santa, às quatro da tarde, em pleno sol recifense, pedia uma boa cerva gelada.
Tiraram nossa alegria, mas o nobre deputado vai virar essa página, tenho certeza.