A sexy e o homem de criação.

Meus amigos tricolores, será uma vergonha se não tivermos, ao menos, 20 mil torcedores no próximo jogo do Santinha contra o Itabaiana aqui no Arruda no próximo sábado no horário muito louco das 18h15.
Sai voando da faculdade. Assim que cheguei em casa, liguei a TV e coloquei os fones do rádio. Minha esposa disparou na hora:
– Que doidice é essa? Rádio e TV?
-É, minha doidice é o Santinha mesmo – disse de olho no jogo e ouvido na transmissão do rádio. Isso é que é uma vontade de estar no campo.
O que me chamou a atenção, de cara, foi a péssima qualidade do gramado e a torcida sergipana que lotou o estádio Eltevino Mendonça. Nossa torcida tem que ter vergonha na cara e invadir o Mundão do Arruda. Não tem desculpa. Tirei o gesso do pé e vou tomar todas matando a saudade do meu time e de meu amado Arruda.
Quanto ao primeiro tempo, creio que “horrível” é pouco. Um espírito de lezêra pairava no campo. Até que Tiago Costa se arretou, levou a bola na intermediária e sofreu falta da zaga. E aí, meus amigos, pode chamar Anderson Salles. Como disse Pitbull: é o cara que melhor bate falta no Brasil. Exageros à parte, a cobrança foi perfeita. Salles foi o homem do primeiro tempo.
O segundo tempo começou mais arredio, mas a qualidade do futebol passou longe. A lateral direita do Santinha estava perdida. Vítor estava firme e segurou a onda. Na lateral esquerda, ao contrário, Tiago Costa dava segurança. A marcação, nesse setor, estava bem armada. No ataque, alguém me explique como é que André Luís não consegue fazer um cruzamento ou um passe que preste? E Pereira não contribuiu muito quando entrou no lugar do perronha.
Gino me surpreendeu. Muita vontade e boa movimentação. Pitbull não comeu ração e tava mais morto do que peixe na Páscoa. Barbio pode ir pra equipe de Usain Bolt ou para a puta que pariu. Meu filho, quem disse que você joga bola? Vá ser corredor, vá!
Júlio César, como sempre, muito seguro. E bom saber que temos Jacsson como reserva. Estamos muito bem servidos de goleiros.
Mas tem uma coisa que todos concordam: pelo amor de Deus, quando vai aparecer um homem de criação nesse time? Não tem como render ou criar sem esse elemento. Precisamos de um homem de criação urgentemente.
Enquanto o jogo rolava, Gerrá me mandou uma mensagem da musa do Santa Cruz, Madelayne, publicada no Facebook. Ela é atriz e modelo – inclusive modelo da Sexy. Teve um rolo com um colégio aqui no Recife. O tal colégio a acusa de ir vestida de maneira “indecorosa”. Eu acho é que as mulheres dos pais dos alunos ficaram é putas com ela desfilando pra lá e pra cá no colégio e tacaram uma circular defendendo uma moral burguesa do século XIX. Ficaram com medo. E medo, meus amigos, gera cada assombração. Hipocrisia estilo século XXI.
O Blog do Santinha dá todo apoio à nossa musa. Esperamos que ela também esteja no Arruda no próximo sábado. Como disse, não tem desculpa. É o caminho do bicampeonato – sai da frente que a cobrinha vai entrar.

Eles se borram de medo da gente

O título do último texto foi: “O clássico dos reservas”. Num dos parágrafos, Zeca escreveu, assim:  O Santinha vai enfrentar o Do Recife nesse domingo na Ilha da Fantasia e dos Festejos. Eutrópio já disse que vai entrar com o time reserva. Até Jacsson vai entrar no lugar de nosso paredão, Júlio César. Do Recife também virá com um time reserva ou misto.

Mas a turma da Abdias sacaneou com o filósofo. Deram uma de morto e entraram com o time titular.

Enquanto uns se alopraram em dizer que íamos levar uma goleada, que isso e que aquilo, confesso que pensei diferente e achei bom o Do Recife jogar com o time principal. Assinaram e reconheceram firma que se borram de medo de nos enfrentar.

Pra minha alegria, algumas boas estreias. Pra minha surpresa, nosso banco não é a desgraça que muitos afirmavam.

Só sei que o dia de hoje foi de tiração de onda. Acordei, revi o golaço de Pereira, comi uma besteira, vesti meu manto sagrado e fui para academia. Mal cheguei e o manobrista foi logo dizendo:

— Tá alegre, né mestre? Conseguiu empatar…

— Pois é…, no próximo jogo a gente vai entrar com o Sub-20 e com dois jogadores a menos pra ver se vocês conseguem ganhar.

Ele ficou amoado.

Entrei e comecei a fazer minha física. Ao lado da bicicleta ergométrica dois sujeitos conversavam.  Um era de cabelo já grisalho, meio buchudo e com o rosto avermelhado. O outro era alto, magro e com um jeitão de metrossexual. Tenho pra mim que me viram vestido com a camisa do Santa Cruz e já foram inventando desculpas.

— Rapaz, vou te dizer. Eles tiveram  muita sorte. Foi muito gol perdido. Se a gente fizesse a metade, tinha goleado! – falou o buchudo.

— Se a gente tivesse mais um pouquinho de sorte, tinha vencido. – completou o metrossexual.

“Se a mãe de vocês tivesse uma carreira de peito, uma era uma porca e a outra era uma cachorra”, eu pensei.

No trabalho, encontro Ivonaldo, o cara da xerox. Tá gozando com a cara de um rapaz da limpeza.

— Ei, tu soubesse? O Campinense pediu emprestado o juvenil do Santa Cruz pro jogo de quinta-feira.

A turma caiu na gargalhada.

Aí, Ivonaldo me pegou pra conversar. Fazia tempo que eu não via ele tão animado.

— Dotô, vou lhe dizer! Eu achava que só tinha perronha no banco da gente. Tá, o lateral direito joga, viu!

E assim foi passando o dia. A cada segundo uma piada, um meme, uma greia.

Mas quarta-feira já tem decisão. É o jogo da ida contra o Itabaiana de Sergipe. Hoje a tarde me mandaram um zap informando sobre uma Van que estará saindo aqui de Recife na quarta de manhã. Estou atrás de um atestado médico pra ver se consigo ir.

O Clássico dos Reservas

O Salgueiro está se consolidando como a quarta força do Estado. Sendo assim, o futebol pernambucano possui, atualmente, quatro grandes times: Santa Cruz Futebol Clube, Clube Náutico Capibaribe, Sport Club Do Recife e Salgueiro Atlético Clube. As denominações de Futebol Clube, Sport Club, Atlético Clube e Clube Náutico são definições universais. Há vários Sport Club, Atlético Clube,Clube Náutico e Futebol Clube espalhados por aí. Vide Corinthians, Paysandu, Internacional etc.
Sendo assim, Pernambuco tem os seguintes grandes clubes na atualidade: Santa Cruz, Capibaribe, Do Recife e Salgueiro.
O Santinha vai enfrentar o Do Recife nesse domingo na Ilha da Fantasia e dos Festejos. Eutrópio já disse que vai entrar com o time reserva. Até Jacsson vai entrar no lugar de nosso paredão, Júlio César. Do Recife também virá com um time reserva ou misto.
Está todo mundo de olho na Copa do Nordeste. Por aqui, torcendo para que o Campinense dê um chute na bunda do Do Recife novamente. E torcendo para que o Mais Querido possa “estraçaiar” o Itabaiana. O Capíbaribe, na última rodada, como disse o AQUI PE, ganhou como nunca e foi eliminado como sempre. Coisas do futebol.
Mesmo com todas as limitações de nosso elenco, dá para perceber que estamos, em alguns jogos, evoluindo. Basta jogar com raça. Os outros clubes estão mostrando que há uma mediania, independente do valor das folhas de pagamento. Inclusive soube que os salários dos jogadores do Santinha estão em dia. O que é muito bom para a moral e o bolso dos jogadores.
Mas antes da Copa do Nordeste, teremos esse estranho jogo contra os coisados. Só pode ter sido um gênio do mal que decidiu por esse formato do campeonato pernambucano. Trata-se mais de um jogo com cartas marcadas. Joga-se esperando apenas as finais, sem muita empolgação no meio do caminho. Uma pena que seja assim.
Não é à toa que Eutrópio e Daniel Paulista estejam apostando as fichas num campeonato em que a grana é melhor e o resultado mais incerto. É preciso foco. E essa atitude, que julgo sensata e necessária, possui um lado que vai deixar as coisas bem esquisitas: o Clássico das Multidões será o Clássico dos Reservas. Será que os gandulinhas serão os reservas também?
Os reservas terão uma grande oportunidade nesse clássico tão atípico. Entretanto, quem viu o treino dos reservas contra o Agap deve estar para lá de receoso. Possivelmente, o time será Jacsson; Gabriel Vallés, Jaime, Eduardo Brito e Roberto; Wellington Cézar, Gino e Júlio César; André Luís, Wiliam Barbio e Facundo Parra. Vamos ter que aturar Roberto e Barbio. Fazer o quê?!
Desde a semana passada que estou com o pé direito no gesso. Perdi os jogos contra o Central e a Campinense e vou perder esse. Vou comprar umas cervas, preparar o tira gosto, ligar a TV e o rádio, deixar o pé pra cima e torcer por mais uma vitória do meu Santinha.
Pode ser o Clássico dos Reservas, mas ganhar dos coisados do Do Recife é sempre bom e faz muito bem para a alma. Além do mais, vai dar moral para os reservas – o que é fundamental para um time que participa de mais de uma competição ao mesmo tempo.
Alguém imagina o que vai acontecer nesse Clássico? Difícil, não? Mas Santa Cruz é raça, força e espírito de guerreiro – e arrisco um palpite: vamos ganhar de 1 a zero. E sem auauauau!

Boné, doido pelo Santa Cruz

Fui ontem para o Arruda, junto com Marconi. A turma do bate-papo coral estava toda lá. Até Anizio foi pro jogo.

Uma parte foi para as sociais, outros foram para P10. Eu e Marconi ficamos acima do escudo.

Assim que entrei, encontrei Jathyles. Batemos um papo rápido. Em seguida Milton apareceu. Subimos uns degraus e ficamos abaixo da superior. Confesso que só gosto de assistir ao jogo, vendo as quatro linhas do gramado.

Nem bateu o centro, um senhor magro que estava ao nosso lado foi logo dizendo que a barbie já havia feito 1 a 0.

Um cara de boné branco, bermuda quadriculada e camisa do Santa, pegou o celular e gravou uma mensagem de voz.

— Eu quero que você se anime. Fique bem animadinho. No final vou botar no seu oiti! Faça gol. Faça gol! – ele gritou.

O jogo seguiu. O Santa Cruz era nitidamente superior em campo. O gol era apenas uma questão de tempo. Falta na entrada da área e Anderson Sales mete no ângulo. O goleiro paraibano consegue defender.

O cara do boné deu uma tapa da caralho no outro que tava do lado dele.

— Acredita, Miséria! A gente vai ganhar nessa porra!

O Senhor Magro era daqueles que gostam de apavorar. Nos avisou que o jogo lá no Ceará já estava 4 a 0.

Lá longe, avistei a cabeleira de Samarone.

A gente continuava dominando. Falta no lado da área. Anderson Sales mete uma curva na bola, a pelota caprichosamente bate no travessão. No ângulo de novo. A torcida foi à loucura. Aplaudiu de pé.

Meus amigos, faz tempo que eu não via no Santa Cruz, um batedor de falta feito esse zagueiro. Na hora do pênalti, eu fui o primeiro a gritar: “quem tem que bater é o zagueiro! É Anderson Sales!”

Ele foi lá e conferiu. Bateu o pênalti como se deve bater. Bola para um lado, goleiro para o outro. Vibramos. A esta altura, todos ali já éramos grandes amigos. O cara de boné deu socos no ar, abraçou quem tava ao redor, gritou se esgoelando. Pegou o celular e mandou: “Chuuupa! Chupa, porra! Aqui é Santa Cruz, caralho! Faz mais gol aí, faz mais. Vou botar no rabinho de vocês! Poooorrra!”. E gargalhou pro estádio todo ouvir.

No intervalo puxei conversa com Boné. Ele é conhecido de Milton. Boné é o otimismo em forma de gente. “A gente vai vencer esses paraibanos”. “Vou ser bicampeão do Nordeste”. “E vou ser outra vez campeão na casa dos festejos”. E sacudiu os braços pro ar.

Começa o segundo tempo. O Capibaribe já vencia por 6 a 0. Boné não estava nem aí. Vez por outra cutucava o zap. O Santa Cruz voltou com o freio de mão puxado. Parecia que tava satisfeito com o resultado. No único lance que corremos perigo, Anderson Sales nos salvou. Boné descontou no zap: “Seca, fela da puta. Seca! Eu gosto assim! Não perco esse jogo, não! Pode fazer 50 gol aí. É tricolor, porra”.  E deu umas sacolejadas num pirralho que tava do lado dele.

— Tu tem que vim é numa decisão – Boné disse para o garoto.

Nos minutos finais, voltamos a dominar o jogo. Se o time tivesse perna, teria feito outro gol. Ao apito final, vibramos como nunca. Boné, já sem camisa, por pouco não leva uma queda. Abraçava um, empurrava outro. Deu uma tapa na cabeça do pirralho.

Toquei nele e avisei: tu não vai mandar mensagem não?

— Eita, é mesmo!

— Chupa, barbie. Chuuupa! – ele gritou.

E cantou em seguida: “quer dá cu, quer dá cu, vá torcer pelo timbu”.

Depois, descobri que Boné é xará do nosso lateral direito.

Eu vou, ela vai. Todos e todas irão!

Certa vez, um cara que trabalhava comigo falou, “pra que ir ao cinema, se eu posso pegar uns dvd’s e assistir em casa. No conforto, com segurança!”.

Hoje, quando vejo alguém dizer que prefere ver futebol na TV por causa do conforto, segurança, essas coisas, me lembro daquele papo do amigo do trabalho.

É claro que essa crise, a fim do Todos com a Nota, o horário e a televisão são concorrentes desleais do futebol no estádio. Por outro lado, parte da torcida mais apaixonada do Brasil, de repente, começou a se tornar exigente e cheia de mi-mi-mi.

Quem gosta do jogo futebol, não deixa de ir ao campo. Foi assim que aprendi a amar o Santa Cruz. Desde pequeno que vou ao Arruda. Levado pelo meu pai, a gente chegava cedo para ver a preliminar. Minhas maiores emoções, aquelas que guardo até hoje na lembrança, sempre foram ali, sentado no cimento, sentindo o cheiro do Arruda e o calor da nossa torcida. Gritando, xingando, aplaudindo, transpirando amor pelo Clube das Multidões. Na hora do pega pra capar, nunca me importei com a qualidade do produto. Eu visto é minha camisa, me mando pro Arruda e quero é ver o Santa Cruz ganhar.

É desse jeito que despertei a paixão nas minhas duas filhotas. Levando elas pro José do Rego Maciel. As meninas não trocam o luxo de casa pelo desconforto do Arruda. “Papai, bom é no Arruda!”

Aquele que disser que ver futebol na sala é o mesmo que assistir no estádio, é porque não gosta de futebol, é apenas um admirador, um simpatizante.

O fato é que nesta quarta tem decisão. Jogo pra assumir a liderança do grupo A da Lampions League e passar pra fase seguinte com moral de vencedor. Na bola, na raça e no grito. É daqueles jogos que a força da nossa torcida faz a diferença.

Nesta quarta-feira, contra os paraibanos, quem quiser que fique em casa. Eu vou é vestir a camisa do Santa e me mandar pro Arruda.

Eu vou. Marconi vai. Andreza já confirmou. Osvaldo disse que ía. Paulinha vai também. Dinho, Junior Alicate, Seu Abimael, Rosineide, Naná e mais um bocado irão. Besta é quem deixar de ir!

Quarta-feira tem mais

Desde a terça-feira de carnaval que eu não tomava uma cerva. Na quarta-feira de cinzas fui nocauteado por uma virose que me derrubou por vários dias.

Me mandei para o Arruda na secura de encontrar os amigos e encher a cara de cerveja. Não quis nem saber se a breja era feita de milho, de cevada ou de soja. Eu queria era beber. Zeca farrapou. Samarone desapareceu. Esequias e Robson Sena estavam pianinhos.

Tomei algumas antes da partida com Edgar Assis. Pela primeira vez na minha vida, bebi naquele posto de gasolina BR que fica na esquina. Um esquema meio gourmet, mas pra quem estava a praticamente 20 dias sem beber, tava valendo tomar uma em qualquer lugar.

Bebemos, conversamos umas besteiras e nos mandamos pro estádio. Edgar foi pra sociais. Eu fui pra arquibancanda. De um tempo pra cá, ou vou pras cadeiras, ou vou para arquibancada.

O jogo foi uma tranquilidade. Facilmente, metemos cinco a um no time de Caruaru. Tinha até vaga para mais. Perdemos penalti, duas bolas na trave e alguns gols perdidos. O tal do Pitibull sabe jogar bola. Everton Santos foi o melhor jogador em campo. Anderson Sales é um dos melhores batedores de falta do futebol brasileiro. E, finalmente, Velez entrou numa partida oficial. Só faltou a estreia de Fecundo Porra no gramado do Arruda.

O público foi bem fraquinho. Tinha mais instrumento de percussão do que gente na arquibancada. Atrás da barra era a batucada da Inferno. Na linha do escanteio o batuque da P10. E rente ao meio campo, a charanga da Império Coral. Puta que pariu, tinha hora que era um poluição sonora do caralho. Cada uma batendo de um jeito e cantando uma cantiga diferente. Só faltou o Orquestrão tocando frevo e a Sanfona Coral tocando forró.

No primeiro tempo, saímos vencendo de três a zero. Dois gols de Everton Santos. Mesmo assim, um rapaz que estava perto de mim esculhambava o nosso jogador. “Esse cara fez dois gols, mas o bicho o muito ruim. Um gol desses, até eu fazia”. Interessante que Pitibull também fez um gol bem fácil, mas o rapaz começou a latir em homenagem a Pitibull. Doido é quem tentar entender a lógica que existe na cabeça da torcida.

No intervalo, eu fui derramar a água do joelho. Um cidadão no banheiro estava esculhambando o velhinho Vitor. O nosso lateral. Pensei em discutir com o torcedor. Mas doido é quem leva em consideração esses malucos que só sabem reclamar. As vezes eu fico achando que, se o Santa Cruz fosse um Barcelona da vida, alguns torcedores iriam se suicidar por não ter motivos para reclamar. Mas, enfim,  deixemos os corneteiros para lá. Quarta tem jogo decisivo. É contra o Campinense. Vou de novo para o Arruda e quero ver gol. Pode ser até com gol do famigerado Léo Costa. Eu quero é a vitória. Quatro a zero no time da Paraíba está de bom tamanho.

Na próxima quarta, apesar do horário, da televisão, do desconforto causado pela violência, etecetera e tal, quem puder vá para o Arruda. A gente precisa voltar a ser apaixonados.

Bate-papo do blecaute

Meus amigos tricolores, eu estava lendo os comentários aqui no Blog da postagem anterior de Gerrá. Uma coisa me assustou: estamos apontando as mesmas falhas desde janeiro. O blecaute que o Santinha sofreu ontem na Arena é muito sintomático: os problemas apontados não foram sanados.. Foi um dos piores jogos que vi na vida – e foi, sem dúvida, o pior segundo tempo que já tive o desprazer de assistir.
Já está ficando repetitivo falar da transição de bola entre os setores de campo, a falta de domínio de bola, os equívocos de posicionamento, a falta de ataque, o isolamento de Pitbull, as trapalhadas das laterais e a ruindade mesmo desse time.
O amigo Guilardo citou uma coisa importante: o velho Eutrópio parece que não tem variação tática nenhuma. Há um marasmo na estratégia que chega a ser temeroso.
Tricolor Revoltado deu nota zero para Primão, Everton Santos e Barbio. Alguém, em sã consciência, discorda disso? Ainda mais revoltado, eu daria zero para Roberto e Léo Costa que estava irreconhecível.
Eu demitiria todos esses, dando chance apenas para Léo Costa. O resto pode ir para a puta que pariu. E, sem delongas, podem levar Eutrópio também. Dizíamos que ele não conhecia nossa realidade. Esse medo parece que está se confirmando. Se continuarmos assim, podemos dizer adeus à Copa do NE.
Madson e Genivaldo apontaram de maneira correta a insistência e falta de visão de Eutrópio: por que danado insistir com os perronhas? E os meninos de base? Sumiram do mapa? Pelo amor de Deus. André Tricolor citou as possibilidades de colocarmos Marcílio, Sheik e Salles. Eutrópio passa a semana com frescurinha sobre o elenco e escala uma bosta de time desses. Não dá, meus amigos. Paciência tem limite.
Meus amigos sabem que sou um cara otimista. Mas, também sou filósofo, logo o pensamento crítico se faz presente. Um otimista realista tem que encarar a verdade, a realidade nua e crua. E nossa realidade, agora, não é das melhores.
Estou puto da vida com esse jogo. Perder para as barbies é foda. Alguns podem até acreditar que esse time é razoável para a Série B e que, ao menos, permaneceremos lá. Não, não é. Esse time está abaixo do razoável.
Se continuarmos nessa pisadinha, podem preparar a paciência e o saco para ver jogo da Série C em 2018.
Ou a mudança surge logo ou o gosto amargo da incompetência será o prato do dia por um longo tempo.
E já que esse post é um bate-papo, o que os amigos tricolores esperam de nosso futuro?
Irei ao Arruda dia 18 cabreiro com esse time. Imagino o coração na Série B.

Queriam levar nosso estandarte

Depois de um carnaval antológico nas ladeiras de Olinda, onde a Minha Cobra fez até chover, por pouco nosso estandarte não foi roubado. Ou sequestrado, conforme sugeriu alguns.

Isso mesmo. Tentaram levar nosso estandarte.

Após nosso arrastão, Allan, nosso coordenador orquestral, levou o estandarte e deixou ele guardado na casa da sogra dele, Dona Benira.

O fato é que na quinta-feira, logo após a quarta-feira de cinzas, um espertinho deu uma de João Sem Braço.

O elemento chegou até a casa da sogra de Allan, bateu palmas educadamente e gritou o famoso “ô de casa”.  Dona Benira saiu pra atender. O sujeito jogou um papo bonito, disse que tinha autorização, falou que iria levar o estandarte para uma festa e num sei que, num sei que lá.

Para nossa sorte, Dona Benira se ligou nas paradas e indagou:

– que estandarte?

O sujeito disse:

– o da Cobra Coral!

– a única cobra que tem aqui é a do meu marido.

O individuo ficou meio sem graça, mas insistiu com a conversa. Disse que era amigo de um dos diretores do bloco e que ía levar o estandarte para um evento no clube.

Dona Benira segurou a onda e não titubeou. Ameaçou fazer uma ligação para saber dessa história e o safado se saiu.

Esequias e Allan Robert acham que foi uma tentativa de sequestro. Eu e Robson acreditamos que queriam mesmo era roubar para tocar fogo. Claudemir tem a opinião que tudo não passou de um desejo, um fetiche de torcedor de futebol.

– acho que o cara queria levar pra casa. Tirar foto. Mostrar aos amigos. Torcedor tem dessas coisas.

– Ok. Beleza. Mas é só pedir que a gente empresta ou libera pro cara tirar foto. Aliás, até a cobra, se alguém quiser passar uns dias com ela, a gente empresta.  – eu disse.

Enfim, roubo, sequestro, fetiche, seja lá o que for, estamos atrás de descobrir quem foi a pessoa que tentou pegar o estandarte da nossa troça.

Dona Benira nos falou que se tratava de um rapaz alto, meio agalegado e forte.

– ele usava boné, mas deu pra ver que tinha o cabelo curto. Ele tinha cavanhaque.

Perguntamos a ela sobre a roupa. A coroa nos disse que o cabra vestia uma camisa branca de malha e uma bermuda jeans preta.

– ele num tinha cara de ladrão não, nem de maconheiro.

Bom, estamos tentando descobrir quem foi. Desde hoje cedo, o retrato falado já está circulando nas redes sociais corais santacruzenses das bandas do Arruda.

Se alguém souber quem foi nos avise. Vai ver que Claudemir tem razão e o cara quer apenas ter a honra de ficar uns dias com o estandarte.

Ruindade, tabu e cabaços voadores.

Assisti ao jogo do Santinha contra o Salgueiro no Bar Sukito – na esquina do 13 de Maio. Sama não pôde vir, estava resolvendo questões amorosas. Muito justo e está perdoado.
Pedi uma cerveja antes de o jogo começar. À minha direita estava sentado um senhor torcedor da Barbie e que descia o sarrafo em tudo e todos. À minha esquerda, um tricolor mais irado ainda – era tanto xingamento que pensei que, assim que o juiz desse o apito inicial, o apocalipse iria se instalar na terra.
Logo que a partida começou, o Santa Cruz foi para cima. Estava com vontade e muita garra. Barbio corre pelo meio de campo, toca para Pitbull que lança em profundidade Léo Costa que quase faz um golaço. “Começamos bem”, pensei. Será que as substituições de Eutrópio deram certo?
Chegando aos dez minutos do primeiro tempo, Pitbull pega a bola fora da área, chuta e a bola desvia no zagueiro. Golaço! Todo tricolor santacruzense deve ter pensado:
“Pronto, vamos dar uma lapada homérica no Carcará. E como é que a gente perdeu desse time na semana passada?”
Entretanto, alguma coisa estranha ocorreu depois do gol. Parecia que tinha alguém escondido nas arquibancadas com um controle remoto todo poderoso. O time do Santa foi desligado, ficou offline e sem conexão.
O espaço entre o meio de campo e o ataque cresceu e o Santinha não conseguia atacar. O segundo tempo foi ainda pior. Ainda bem que Júlio César está se firmando como um grande goleiro. Estamos criando um novo paredão.
Mas, pior do que a desconexão com o ataque foi a atuação das laterais. Vítor, que vem fazendo boas atuações, parecia cansado de guerra. Mais cansado do que corredor no fim de maratona no Saara. O desgaste muscular deve estar atrapalhando. Jogou muito abaixo de sua própria média. E Tiago Costa parecia disperso, desentrosado, mal posicionado. As laterais batiam cabeça, erravam no domínio e saída de bola e na marcação.
Evidente que quebrar um tabu de seis anos é muito bom. Vencer é sempre bom. Mas fiquei preocupado com esse time. Eu pensava que era uma questão de ajustes no posicionamento, corrigir a transição da bola e acertar mais os passes. Estava enganado. É preciso pensar na ruindade como um elemento presente. Não dá para vacilar diante do Central na próxima rodada, mesmo sabendo que esse regulamento esquizofrênico nos beneficia.
E não é que a Patativa fez sua primeira pontuação, colocando o Belo Jardim mais distante de nós?! Chega a ser vergonhoso ter uma preocupação dessas. Não entrar na semifinal nesse campeonato é um insulto à torcida.
O mais legal dessa rodada, contudo, foi que o cabaço de quem era invicto foi para o espaço. Foi cabaço voando para tudo que era lado. A zoeira no zap foi grande.
A ressaca de hoje mostrou que é preciso muita cerveja e paciência nesse campeonato. Não sei qual vou precisar mais.

Uma derrota importante

Hoje começou o futebol pra mim. Aliás, ontem. E começou meio devagar. Ainda enfadado da folia do carnaval, deixei de ir ao Arruda. Arreguei o sofá da casa de Breno e vi o jogo pela Sky. Não tomei um gole de álcool. Assisti ao jogo de cara limpa.

Do começo do ano pra cá, este foi o quarto jogo que vi. Havia assistido a derrota contra o Belo Jardim. Depois assisti nossa virada contra o Central. Sábado passado vi o jogo contra o Uniclinic. Não sei nos outro jogos, mas em todos as pelejas que vi, o Santa Cruz não jogou bem. A defesa é pra deixar qualquer torcedor se borrando de medo.

Penso até que a derrota de ontem foi importante, para dar um “tá ligado” no elenco, no treinador e na diretoria. Mas acho cedo pra meter o pau. Entretanto, porém, todavia, os corneteiros já começaram a botar as unhas pra fora e soltar bala pra todos os lados. Tem torcedor que parece ter orgasmo quando o Santa Cruz perde.

Foi acabar o jogo e meu zap se encheu de mensagens esculhambando  tudo. Para alguns já estamos fora do quadrangular final, não passaremos da próxima fase da Lampions League e provavelmente seremos rebaixados para Sericê. Aos mais íntimos eu mando logo tomar no fiofó. Aos que não tenho intimidade, respeito a opinião e fico calado.

Mas voltando ao futebol de ontem, me surpreendeu o público presente. Eu estava apostando que não teríamos nem dois mil apaixonados no Arruda. Mas o público foi maior do que o clássico da quarta-feira de cinzas na ilha da fantasia.

Me surpreendeu também a disposição e a bola que o velhinho Victor está jogando. Espero que a musculatura dele aguente por um bom tempo. Só não me surpreendi foi com a ruindade de Wellington César. O Santa Cruz precisa urgentemente arrumar um time para esse rapaz ir jogar ou então arrumar um emprego diferente para ele.

O time ainda está se arrumando, isso é lógico. Mas tem uns cabras aí que, pelo visto, não vão se arrumar nem aqui, nem na puta que pariu. Primão e Barbio são dois deles.

No mais, é juntar os amigos, alugar uma Van, pegar a 232 e se mandar para Salgueiro. Um bom programa para o final de semana. Comer carne de bode, curtir o calor do sertão e ver o Santa Cruz arrancar uma vitória na terra de Manoel Tobias.