Eu até tento controlar os nervos. Tento fazer de conta que sou forte, que o futebol é apenas uma diversão.
No jogo passado, quis ficar imune e segurar a emoção. Mas foi chegando o dia e, uma mistura de ansiedade, angustia, sei lá o que, vai tomando conta da gente.
Domingo, quando vi o movimento nas ruas, as pessoas, bicicletas, as vans, as kombis e ônibus lotados dos mais diversos torcedores do Santa Cruz, do Santa Cruz das bandas do Arruda, o coração foi se desmascarando e mostrando sua face. O rosto do coração preto-branco-vermelho. O coração que vibra, que torce, que entra em campo, que defende, que ataca, que faz o gol!
Já dentro do estádio, me peguei com a mão gelada e as pernas bambas. Enchi os olhos de lágrimas no golaço de Vitor.
Estou assim, agora: nervoso! ansioso! querendo que esse domingo chegue antes do que está marcado no calendário. Sem conseguir pensar em outra coisa que não seja a partida decisiva.
Confiante? Sim. O time incorporou a raça coral e está jogando como se fosse nós em campo. Os caras sentiram de perto a força da nossa torcida e o tamanho da nossa paixão. Como se diz no linguajar do boleiro, o time está focado.
Mas futebol é futebol. E mata-mata é pra acabar com qualquer racionalidade esportiva. E aí, lá vem aquela angustia, aquele sofrimento. Nem escrever, a gente consegue.
É, meus amigos, quem for de beber, beba! Quem for de rezar, reze! Falta apenas um jogo.