Seja você também um treinador de futebol

Com a inestimável ajuda do Blog do Santinha, agora você também pode falar igualzinho a Sérgio Guedes e ser contratado como técnico de futebol de qualquer time do Brasil, do Mundo , quiçá do Universo.

Depois de exaustivas investigações e rádio escuta, finalmente descobrimos como o cabeludinho da avenida Beberibe desenvolveu sua indecifrável e poderosa retórica. Com ajuda do Gerador de Discursos Plus Ultra Flex Vip Master Extra Big Dick, disponível para qualquer cidadão aqui neste link: http://www.dotecome.com/discursos.htm

É fácil falar difícil: basta você misturar qualquer expressão da primeira coluna, com algum outra da segunda coluna, mais uma da terceira e para arrematar, um fragmento da quarta. Só isso e você pode impressionar qualquer jogador de futebol vindo dos júniores ou repórter de rádio com Q.I abaixo de 30 (é o que mais tem).

Os criadores da tabela garantem que dá para fazer mais de 10 mil frases desprovidas de sentido e aparentemente complexas. Se essa projeção for verdadeira, dá para Sérgio Guedes fazer preleção e dar entrevista até a ano 2035, mais ou menos.

O blog também identificou que foi por causa de algumas dessas frases que o time coral voltou tão aparvalhado para o segundo tempo contra o rubro-negro treinado por Hélio dos Anjos (ah, saudades quanto tínhamos um  rubro-negro treinado por Hélio dos Anjos aqui por perto).

Lembram daquele lateral que Léo Gamalho queria bater no campo de ataque no segundo tempo, mas nenhum outro jogador saiu do campo de defesa para receber a bola lá na frente? Pois bem, naquele momento, Wescley, Renatinho e Sandro Manoel quebravam a cabeça tentando entender o que o “professor” quis dizer com “Não podemos esquecer que a atual estrutura de organização do nosso time nos obriga a desenvolver a análise das condições apropriadas para a execução do nossos planos táticos”. Ou então: “A nossa prática tem demonstrado que o desenvolvimento das formas distintas de nossa atuação está contribuindo para a correta determinação das nossas opções futuras”.

 

 

 

As indecisões definitivas do treinador, e a torcida que continua crescendo

Estou de saco cheio desse converseiro maluco do treinador, Sérgio Guedes. Nem no ensino fundamental eu escutava tanta besteira. Tudo bem que eu não entendia muita coisa que o professor de Moral e Cívica falava, mas ele não era um treinador de futebol e eu não era jogador profissional. Alguém precisa dizer para ele: Deixa de falar merda e bota esse time para ganhar!

Nem pensador francês fala tanta coisa que não leva a lugar nenhum. Deleuze, Guatari, Foucault, todos são mais compreensíveis do que ele.

Resumindo tudo, temos um homem indeciso à frente dos atletas. A obsessão do time ideal acaba deformando o time possível. É o típico sujeito que tem dúvida até no par ou ímpar. Porra, mas logo no Arruda?

Mudando de assunto.

Vejo nos principais jornais a pesquisa realizada pelo Lance/Ibope sobre as maiores torcidas do Brasil. O Santa, apesar das quedas e coices para as séries C e D (toc toc toc), em nenhum momento perdeu torcida. Muito pelo contrário. O Santa aumentou o tamanho da sua massa e está na décima sétima posição nacional.  Não sei quantos times tem hoje no Brasil, mas estamos entre as maiores.

Isso não é novidade. A novidade é que os jogadores parecem não ter o coração na ponta das chuteiras. Como mandante da Série B, a equipe coral só venceu três dos oito jogos. Se dependêssemos apenas dos jogos em casa, estaríamos na zona de rebaixamento.

Dos 20 clubes da Série B, a nossa é a quarta pior campanha.

Ahm , sim, tivemos dois jogos nos Aflitos (um sem público) e um na Arena Pernambuco (argh), mas mesmo assim, os números permanecem: cinquenta e quatro por cento dos pontos em disputa.

Os jogadores têm medo de torcida?

Voltando ao nosso cientista maluco.

O treinador do Náutico, Dado Cavalcanti (prata da casa coral) chegou, mexeu em algumas peças, resgatou os escanteados, deve ter dado umas broncas, mandou todo mundo correr atrás da bola como se fosse um prato de arroz com feijão. Resultado: o time embalou, ganhou três seguidas e já está na nona posição. Sem firulas, sem frescuras, sem dramas existenciais. Não dá para ficar lendo Hamlet à beira do gramado.

Sérgio Guedes gosta de inventar uma roda. Já testou três esquemas táticos nas últimas partidas. Mudou o time em todos os jogos. No treino de ontem, fez quatro mudanças. Não sei se tem filho. se tiver, é aquele pai que muda os meninos de colégio todo ano, porque suspeita que os professores não são bons.

Cito trecho do Diário de Pernambuco de hoje:

Guedes tirou Natan e colocou Pingo. Em um outro momento retirou Wescley, Keno e Sandro Manoel para colocar Julinho, Bileu e o retorno de Natan. Indecisões que só são definidas momentos antes da partida. 

Jogo pelada toda semana. A melhor coisa do mundo é quando eu conheço como jogam os caras que estão no meu time. Já sei até em que área do campo eles gostam de jogar.

De indecisão em indecisão, Sérgio Guedes, mais um campeonato vai indo para o mato.

A torcida que cresce mesmo no meio do deserto, como sempre, é a única novidade boa nas bandas do Arruda.