Ainda bem que não assisti a derrota do Oeste sozinho, no bar Sukito, aqui defronte ao Parque 13 de Maio. Meu amigo Zeca chegou uns vinte minutos antes e começamos a luta.
Começo do jogo. Bola na cabeça de João Paulo. Ele sobe sozinho, olha para o canto esquerdo do goleiro, acerta em cheio, o goleiro fica só olhando a pelota, que vai exatamente… na trave!
Temos este problema bem democrático. De cada dez chances, fazemos uma.
“Hora de tomar uma serotonina”, disse Zeca, após ver a bola na trave.
Serotonina = Uma dose de Pitú + limão + caldinho de feijão.
Durante os 90 minutos, aproveitamos para conversar sobre temas os mais variados. Como ele é filósofo e especialista na obra do alemão Heidegger (parece que leu tudo no original, em alemão), tivemos futebol meia boca, filosofia, literatura etc.
Já estávamos caminhando para puxar a fatura, quando o sujeito fez um gol do Oeste, lá na gaveta. Zeca ficou meio invocado, achando que o Paredão catou borboleta. O sujeito da frente, um coral solitário, se virou para defender nosso Thiago Cardoso, mas o fato é que vacilamos.
Do alto da minha prosopopéia, só faço contar os minuotos para chegarmos ao dia 8 de agosto, às 16h30, no Arruda.
Tenho uma intuição muito apurada e ela me diz que Grafite vai resolver nosso problema existencial com o gol, nesta Série B.
Amanhã mesmo vou comprar meu ingresso. Fui para um evento do Unicef, no auditório do clube, atualizei minha ficha de sócio, mas vacilei e não comprei o ingresso.
Parece que já perdi a promoção.
Não tem problema. Vou pagar mais caro com todo o gosto.
Grafite, meu querido, separe as chuteiras e, ao pisar no gramado do Arruda, nos encha de alegria com seus belos gols.