Vez por outra, Stanislau ainda sente saudades daquela morena. Nem tanto da sua conversa, mas das farras, da forma como trepava e principalmente do jeito carinhoso que aquela moça tratava ele quando estavam na cama.
Era um churrasco na Ilha de Itamaracá. Um aniversário. Convidado por sua prima, Stanislau nem quis saber da sua condição de penetra e foi pra festa.
Acordou, era quase nove horas. Comeu um resto de inhame, fez um pão com ovo e bebeu um todynho.Vestiu nosso manto sagrado, daqueles antigo com o nome de Mancuso estampado nas costas, tirou o carro da garagem, passou na casa da prima e, se mandaram para Itamaracá.
O sol torrava aquele sábado. Já no primeiro posto de gasolina, abasteceram o tanque e o isopor com latas de cervejas. Stanislau entregou o comando da direção à Gisela e abriu sua primeira latinha.
— Ai, não acredito! Tu já vai beber?
— Calor da porra desse. – ele respondeu e deu uma golada.
Abreu e Lima. Igarassu. Itapissuma. Engarrafamento nas três. Chegaram em Jaguaribe, era quase uma hora da tarde.
A casa era bem perto da praia e o som tava nas alturas. Um gordinho de bermudão colorido dançava perto da churrasqueira. A música, pra quem não estava com a cuca cheia de cachaça, era um pagode de péssima qualidade.
Stanislau foi apresentado a dona da festa e Gisela cuidou de enturmá-lo. Ele nem percebeu o detalhe da ornamentação da mesa do bolo de aniversário. O que ele percebeu mesmo, foi aquela morena de shortinho branco, biquíni estampado e diadema combinando com o short, que requebrava esbanjando um charme de fazer inveja a qualquer mulata de Sargentelli, Gretchen, Fátima Boa Viagem ou essas malhadinhas do Faustão.
Stanislau ficou hipnotizado. Não tirou o olhos de cima da menina. Ela fez que não notou.
Foi quando uma mente de bom gosto resolveu botar um forrozinho. Rolou uma seqüência de Assisão. A morena remexia gostoso numa rodinha de amigas. Stanislau balançava o esqueleto com a prima. O ritmo desacelera e Flávio José domina o som. O tricolor não titubeou, largou a prima, tomou um pouco de cerveja e partiu pra cima. Ela já estava esperando e querendo. E os dois passaram a xotear agarradinhos.
Já emendavam na quarta ou quinta música e conversavam numa boa. Stanislau já tinha ficado duas vezes de pau duro e ela nem ligou. Corpinho suado, cada vez mais se colava nele.
— tu é corajoso. Vem pra festa de rubro-negro, com camisa do Santa…. – ela disse.
— festa de rubro-negro?!
— visse não, as bolas vermelhas e pretas lá na mesa?
Ele desviou o rumo da conversa. Na hora dos parabéns, já estava abraçado com Milena. Sem faltar com o respeito, deram alguns beijos e curtiram a festa até o final. Cinco dias depois, se encontraram, tomaram umas, deram outros beijos de boca e foram se conquistando até que transaram enlouquecidamente. Milena era do tipo que chupava com ética e não tinha dificuldades para gozar.
Já se passavam uns dois meses de muito amor, sexo, farras e bebedeiras. No dia da nossa estreia no estadual desse ano, pela primeira vez Stanislau vai pegar Milena na casa dela. Haviam combinado de irem juntos para praia e depois para o Arruda. Ela inventou uma desculpa e não foi para o jogo. Deixou Stanislau na mão.
Exatamente às 19h12, Milena tem a sínica ideia de mandar uma mensagem para ele. “Nem começou direito e vcs já levam essa enfiada”. E botou aquelas carinhas idiotas sorrindo.
Stanislau, sem nenhuma cerimônia, enviou um sonoro VTNC. E tratou de abandonar aquela buceta.
Essa semana, ele não se segurou e mandou um áudio com a música Carcará. Ao final, botou uma carinha bem idiota sorrindo.
ps.: E hoje, lá em Salgueiro, o jogo só acaba quando termina. Bora Santa Cruz!! TRIIIII!!