Depois de um dia pra lá de cansativo, pensei em dar o famoso migué e farrapar com Samarone e Inácio.
Mas a conversa que havíamos marcado era sobre o Santa Cruz. E com um motivo desse, não tem cansaço que derrube um verdadeiro tricolor coral santacruzense das bandas do Arruda, principalmente quando o papo é com quem vai ser o nosso Presidente.
Por volta das 20h30 peguei Inácio na Avenida Norte. De lá, fomos ao encontro de Samarone que estava no Clube dos Oficiais, ali na João de Barros, narrando uma pelada.
Ao entrar no carro, o caroneiro foi logo reclamando, “puta que pariu, que demora de vocês”. Pra quem não sabe, Sama é um profissional na tarefa de arregar. É daqueles que entra no veículo, já manda ligar o ar-condicionado e pede para mudar a música. Em festas na casa dos amigos, sempre leva uma tapauér para colocar doces e salgados.
Sim, voltemos ao assunto.
O trânsito estava livre. Já passava das nove horas da noite.
Fomos conversando. Discutindo o formato da entrevista. Pensando nas perguntas. Na troca de ideias. Quem seria o novo técnico. Quem sai e quem fica. Essas coisas.
“Bora Gerrá, acelera. Alírio já deve estar esperando”, disse Samarone.
“Quem já está esperando é o Coronel Peçonha. Mandou mensagem dizendo que já chegou”, avisou Inácio.
O Cel.Peçonha foi nosso convidado. De futebol, o bicho entende bem mais do que a gente. Além disso, já escreveu para o Blog e é da velha guarda dos comentários.
Chegamos.
Um sujeito educado nos recebe e avisa que Dr. Alírio está numa reunião. Lá pras tantas, descobrimos que o nome do sujeito educado é Major.
Pois bem, Major pede que a gente o siga. Descemos uma escada. O silêncio impera por um instante. Samarone solta uma graça. Eu tropeço num degrau.
“Sentem aqui, que vou avisar que vocês chegaram”, disse Major.
Era um ambiente pra lá de agradável. Gramado verde. Céu estrelado.
“Querem beber cerveja, uma água, refrigerante…?”, perguntou Major.
Como eu não fazia a menor ideia do que nos esperava, fui de carro e fiquei somente na água e na coca-cola. Samarone enfiou o pé na cerveja.
Ficamos por ali. Um tempinho depois, desce a futura primeira-dama do Santa Cruz. Frequentadora do Arruda, ela tá animadíssima com empreitada e dando a maior força ao marido. Coisa rara de se ver, pois as histórias que conheço é que as mulheres querem ver o marido num cabaré, mas não o querem na presidência do Santa Cruz.
Pois bem, Alírio apareceu! Logo em seguida, desce Tininho. Quando o vi com o celular na orelha, perguntei se era o novo treinador. “E aí Tininho, vai ser quem? Nereu, Neco ou Charles Muniz?”. A turma caiu na risada.
Fomos convidados a subir. Encontramos esparramado no sofá da sala, o professor Sylvio Ferreira.
Regada a vinho, cerveja e brebotes, a conversa rolou solta.
Inácio e Samarone cuidaram de puxar conversa com Alírio. Eu, sem querer querendo, sentei ao lado de Tininho, pra ver se via algum sinal de especulações futebolísticas no celular dele. Do outro lado, o Coronel Peçonha mandava umas perguntas sobre jogador: “e aí, Caça-Rato fica?”, “Alemão renova?”.
Pelo que entendi, Alemão depende do Salgueiro. Já Caça-Rato, depende da influência da lua. Disseram ontem que ele é meio sem juízo. Lembrei de uma história que ele trocou uma viagem para São Paulo, onde iria para participar do programa Pânico, por uma pelada em Goiana. Se for por Peçonha, Caça-Rato fica nem que seja na base do tarja preta.
Do sofá, Sylvio Ferreira vez por outra contava umas resenhas dos bastidores e comentava sobre Freud, mitologia grega, etc.
Alírio nos disse como conseguiu reduzir a dívida do Santa a praticamente 1/5 do que existia e falou das possibilidades jurídicas de reduzir ainda mais o resto da dívida.
Demos uns pitacos sobre comunicação e acesso ao estádio.
Enfim, uma noite pra lá de agradável. Tão agradável que o folgado do Samarone resolveu ficar mais e arregou uma carona de volta pra casa.
Estamos até pensando em sugerir um encontro bimestral com Alírio, e levar junto com a gente, algum tarado do Blog para bater um papo com o presidente.