Quem vai ser?

Nós que fazemos o Blog, já sabemos quem são os possíveis treinadores que poderão vir comandar nosso esquadrão no ano que vem.

Na verdade, a direção do clube está conversando com dois profissionais. Alguns dos nomes que estão sendo especulados, não passam nem perto dos técnicos de futebol com quem o Santa Cruz está fazendo contato.

Para amenizar a ansiedade e a curiosidade de vocês, resolvemos dar um brinde a quem acertar o nome do nosso próximo treinador.

Quem você acha que vai treinar o Santa em 2015? Seguem abaixo, algumas dicas:

Narciso

Sérgio Soares

Sidney Moraes

Paulo Comelli

Vilson Tadei

Gilmar Dal Pozzo

Péricles Chamusca

Marcelo Chamusca

Héron Ferreira

Peu

Bagé

Giba

Marcelo Martelloti

Zé Teodoro

Sérgio China

Vagner Benazzi

Estevão Soares

Guto Ferreira

Neco

Leivinha

Marcelo Villar

Lazaroni

Silas

Roberto Cavalo

Gilson Kleyna

Toninho Cecílio

Argel Fucks

Marcelo Veiga

Nereu Pinheiro

Charles Muniz

Mauro Fernandes

Ney da Matta

Paulo Morgado

Roberval Davino

Itamar Schulle

Leandro Campos

Birigui

Orlando Caulin

Luiz Pondé

Luisinho Quintanilha

Bira Lopes

Lisca

Eduardo Allax

Renê Weber

Josué Teixeira

Cleisson Assunção

Armando Desessards

Zetti

Arnaldo Lira

Paulo Porto

Sérgio Baresi

Heriberto da Cunha

Walter Zaparori

Baltazar Germano

Humphrey Messias

Renê Santana

Aridélson Bianchi

Aarão Alves

Leandro Machado

Edson Gaúcho

Thiago Nogueira

Nedo Xavier

Sinomar Naves

Beto Almeida

Augusto César

Luizinho Vieira

Sérgio Ramirez

Neemias Santos

Zico

Carlos Gutemberg

Ademir Fonseca

 

 

Três horas com Alírio – Capítulo I

Depois de um dia pra lá de cansativo, pensei em dar o famoso migué e farrapar com Samarone e Inácio.

Mas a conversa que havíamos marcado era sobre o Santa Cruz. E com um motivo desse, não tem cansaço que derrube um verdadeiro tricolor coral santacruzense das bandas do Arruda, principalmente quando o papo é com quem vai ser o nosso Presidente.

Por volta das 20h30 peguei Inácio na Avenida Norte. De lá, fomos ao encontro de Samarone que estava no Clube dos Oficiais, ali na João de Barros, narrando uma pelada.

Ao entrar no carro, o caroneiro foi logo reclamando, “puta que pariu, que demora de vocês”. Pra quem não sabe, Sama é um profissional na tarefa de arregar. É daqueles que entra no veículo, já manda ligar o ar-condicionado e pede para mudar a música. Em festas na casa dos amigos, sempre leva uma tapauér para colocar doces e salgados.

Sim, voltemos ao assunto.

O trânsito estava livre. Já passava das nove horas da noite.

Fomos conversando. Discutindo o formato da entrevista. Pensando nas perguntas. Na troca de ideias. Quem seria o novo técnico. Quem sai e quem fica. Essas coisas.

“Bora Gerrá, acelera. Alírio já deve estar esperando”, disse Samarone.

“Quem já está esperando é o Coronel Peçonha. Mandou mensagem dizendo que já chegou”, avisou Inácio.

O Cel.Peçonha foi nosso convidado. De futebol, o bicho entende bem mais do que a gente. Além disso, já escreveu para o Blog e é da velha guarda dos comentários.

Chegamos.

Um sujeito educado nos recebe e avisa que Dr. Alírio está numa reunião. Lá pras tantas, descobrimos que o nome do sujeito educado é Major.

Pois bem, Major pede que a gente o siga. Descemos uma escada. O silêncio impera por um instante. Samarone solta uma graça. Eu tropeço num degrau.

“Sentem aqui, que vou avisar que vocês chegaram”, disse Major.

Era um ambiente pra lá de agradável. Gramado verde. Céu estrelado.

“Querem beber cerveja, uma água, refrigerante…?”, perguntou Major.

Como eu não fazia a menor ideia do que nos esperava, fui de carro e fiquei somente na água e na coca-cola. Samarone enfiou o pé na cerveja.

Ficamos por ali. Um tempinho depois, desce a futura primeira-dama do Santa Cruz. Frequentadora do Arruda, ela tá animadíssima com empreitada e dando a maior força ao marido. Coisa rara de se ver, pois as histórias que conheço é que as mulheres querem ver o marido num cabaré, mas não o querem na presidência do Santa Cruz.

Pois bem, Alírio apareceu! Logo em seguida, desce Tininho. Quando o vi com o celular na orelha, perguntei se era o novo treinador. “E aí Tininho, vai ser quem? Nereu, Neco ou Charles Muniz?”. A turma caiu na risada.

Fomos convidados a subir. Encontramos esparramado no sofá da sala, o professor Sylvio Ferreira.

Regada a vinho, cerveja e brebotes, a conversa rolou solta.

Inácio e Samarone cuidaram de puxar conversa com Alírio. Eu, sem querer querendo, sentei ao lado de Tininho, pra ver se via algum sinal de especulações futebolísticas no celular dele. Do outro lado, o Coronel Peçonha mandava umas perguntas sobre jogador: “e aí, Caça-Rato fica?”, “Alemão renova?”.

Pelo que entendi, Alemão depende do Salgueiro. Já Caça-Rato, depende da influência da lua. Disseram ontem que ele é meio sem juízo. Lembrei de uma história que ele trocou uma viagem para São Paulo, onde iria para participar do programa Pânico, por uma pelada em Goiana. Se for por Peçonha, Caça-Rato fica nem que seja na base do tarja preta.

Do sofá, Sylvio Ferreira vez por outra contava umas resenhas dos bastidores e comentava sobre Freud, mitologia grega, etc.

Alírio nos disse como conseguiu reduzir a dívida do Santa a praticamente 1/5 do que existia e falou das possibilidades jurídicas de reduzir ainda mais o resto da dívida.

Demos uns pitacos sobre comunicação e acesso ao estádio.

Enfim, uma noite pra lá de agradável. Tão agradável que o folgado do Samarone resolveu ficar mais e arregou uma carona de volta pra casa.

Estamos até pensando em sugerir um encontro bimestral com Alírio, e levar junto com a gente, algum tarado do Blog para bater um papo com o presidente.

Se eu fosse presidente do Santa Cruz…

… a primeira providência era botar Adilson e o tal de Marlon pra fora. Logo depois, chamaria Nininho, Memo, Renatinho, Leandro Souza, Ailton e outros, e mostraria a porta de saída do clube.

Sandro Barbosa e Adriano, também pegariam o beco.

Todas as indicações para contratação passariam por mim e por uma comissão composta por alguns amigos que conheço e sei que entendem de futebol.

Usaria a internet e redes sociais pra checar todos os atletas que viessem a ser oferecidos ao nosso Santa Cruz. Para isto, chamaria Allan Araújo, Esequias Pierre e Anizio, e pediria a colaboração deles.

Qualquer treinador ou jogador que tratasse mal a nossa torcida, seja com gestos ou palavras, levaria uma boa chamada. Se o fato se repetisse, o elemento seria sumariamente demitido.

Por falar em treinador, três nomes estariam completamente descartados de serem contratados: Zé Teodoro, Sérgio Guedes e Bagé.

Quinzenalmente, eu conversaria com os torcedores. Seria um café da manhã ou almoço ou jantar. Para isto funcionar, de 15 em 15 dias, a gente sortearia alguns sócios em dia e bateria um bom papo sobre o Santa Cruz.

Traria de volta as Tricoletes. Só que ampliaria esse projeto para botar as garotas dançarinas não só na frente das sociais, mas também do lado que fica a arquibancada. As meninas seriam escolhidas democraticamente num evento realizado na beira da piscina.

Por falar em sociais e arquibancada, se eu fosse o presidente, os sócios em dia poderiam ir assistir aos jogos na arquibancada.

Para estimular os sócios, eu modernizaria os bares das sociais e colocaria jovens e educadas gasoseiras para venderem bebidas e lanches.

Outra medida que tomaria em relação aos torcedores era que as torcidas visitantes não sentariam de forma algum nas cadeiras. Podia ser a torcida que fosse, podia ser a do Íbis ou a do Barcelona, ela ficaria atrás da barra.

Eu mandaria reabrir a churrascaria Colosso.

Convocaria Inácio, Samarone e Laércio Portela para, junto com Jamil, ficarem responsáveis pelo Setor de Comunicação. Um dos projetos que eu pediria que eles elaborassem era o de um programa esportivo oficial do clube. O outro era um estudo sobre a viabilidade de termos uma rádio oficial.

Uma das minhas prioridades seria criar um departamento de marketing.

Traria de volta a quinta santa.

Os ingressos dos jogos também seriam vendidos pelo site oficial.

Acabaria de uma vez por todas com rifas, jantares e almoços de adesão.

E por fim, conversaria com a empresa que fez o álbum de figurinhas, a Panini, para confeccionar uma edição especial onde tivesse a figurinha de Bráulio de Castro. Não entendo como é que um compositor do quilate de Bráulio, que tem mais de uma dezena de músicas enaltecendo o Santa Cruz Futebol Clube, fica de fora da galeria de ilustres artistas que torcem pelo Santa.

Apesar dos pesares, eu vou!

Eu até levei fé, quando Oliveira Canindé foi contratado para comandar nosso time. Ele havia feito um bom trabalho na Copa do Nordeste, no Campinense e no CSA. Além disso, nada poderia ser pior do que Sérgio Guedes.

Seu Canindé chegou falando que treinar nosso Santa Cruz era um sonho da vida dele. Rasgou elogios a nossa torcida. Etc e tal.

E o time até que melhorou.

Deu uma engrenada e encarou a Ponte Preta e o Joinville fora de casa. Empatamos as duas.  Depois disso, na Arena do Defunto vencemos o Vasco e enfiamos uma goleada no Vila Nova. Para finalizar a sequencia, ganhamos do Ceará, lá em Fortaleza.

Definitivamente, saímos de perto do grupo que vai descer e nos aproximamos da turma que está lutando pelo acesso.

Ficamos a uma vitória para entrar de vez no G-4 e com chances reais de não sair mais. O povão se empolgou. Botamos quase 40 mil pessoas no Defuntão para selar nossa ida para Série A.

Mas aí, Oliveira Canindé incorpora o cientista maluco e começa a fazer experimentos mirabolantes na equipe.

No último jogo, contra o fraquíssimo Bragantino, nosso técnico aproveitou que estava sem poder escalar alguns titulares e entregou sua monografia do curso “Futebol é ciência”.

Conversando sobre isso com Cobrão, ele me ajudou e refrescou minha memória.

Em questões de segundos, ele elencou todos os experimentos feitos por Canindé.

Tudo começa com a escalação de Adilson no ataque e a invenção de ter colocado Everton Sena numa posição que nem ele sabia qual era.

Colocou de frente, o tal Adilson. Além da ruindade, um jogador que não havia jogado uma só partida inteira no Santa Cruz.

Meus amigos, como é que alguém que se diz treinador de futebol escala Adilson no lugar deixado por Léo Gamalho?

Esse Adilson não tem vaga, nem na pelada que Lins organiza todo sábado de manhã, lá no Jiquiá.

Não deu outra, o cabra não fez nada e foi sacado no intervalo.

Seu Canindé, pra limpar a sujeira que fez, queimou uma substituição e colocou Betinho que estava há três meses sem jogar bola.

Improvisou Everton Sena que ficou perdido em campo. Daí, começou a distribuir pancadas e levou cartão amarelo.

O treinador tenta resolver a lambança que fez e queima outra substituição no intervalo. Só que ele tem a brilhante ideia de botar um dos mais famosos perronhas oriundos da nossa divisão de base, Memo.

Nosso time precisando vencer, o sujeito ao invés de colocar Natan, resolve botar o tal Memo.

E aí, deu no que deu.

Vou parar por aqui. Relembrar o jogo contra o Bragantino faz mal pra saúde. Hoje à noite eu preciso estar bem, pois apesar dos pesares eu vou pro Arruda ver o Santa jogar contra o Sampaio Correia, um time que tem Siloé como titular.

Nós vamos é pro bar

Da turma que eu conheço, somente dois amigos estão se mexendo para ir ao jogo de sábado na Arena do Defunto. Marconi e Allan Robert.

Tinha Naná, também. Ele estava pensando em ir. Até me ligou querendo saber se eu iria, para botar meu nome na lista da Van.

Naná não sabia que o mandante do jogo era a turma da barbie. Achava que ia ter ingressos de sócios do Santa Cruz.

Quando eu disse a ele que o ingresso era cinquenta reais, o gordinho arretou-se. Mandou a Arena se foder e desistiu da aventura.

Bom, quem quiser que vá! Afinal, gosto e sovaco, cada um tem o seu.

Mas eu e Inácio, além de Claudemir, Esequias, Thiagão, Stênio, Robson Sena, Julio Vila Nova, entre tantos outros, não iremos.

Estamos mesmo é procurando um bar que transmita a partida.

Mas não é um bar qualquer.

Queremos um bar que sirva aguardente e cerveja de garrafa, daquelas de 600 ml. Sim, e que tenha copo americano.

Não precisa ter um cardápio estiloso com entradas, petiscos, pratos rebuscados e sobremesas.

Pra nós, basta apenas um bom tira-gosto, que está tudo certo. E, claro, tem que ter o tradicional e saudável caldinho de feijão.

Estamos procurando um estabelecimento onde os garçons não sejam esses seres humanos robotizados que vemos nos restaurantes e bares de grã-finos. Garçom bom é aquele que tira onda, que conversa com o freguês, que não deixa faltar cerveja na mesa.

Não precisamos de luxo, de ar-condicionado, nem de muita modernidade. Não precisa nem de televisão de última geração.

Quanto a localização, que seja um bar que não esteja situado fora do Recife. Que não fique localizado a quilômetros de distância do centro da cidade, isolado onde o vento faz a curva. Um bar que a gente possa ir sem ter que enfrentar maiores problemas. Que a gente consiga chegar nele de ônibus, táxi, bicicleta, a pé, de moto, etc, sem ter que ficar procurando atalhos e caminhos que facilitem nosso acesso.

Não queremos o bar da moda. Queremos apenas, um bar.

Um bom boteco que tenha o cheiro, a cor, a cara e o jeito da torcida do Santa Cruz.

Quem souber, nos indique!

*****************************

Samarone está em Porto Alegre. Se por acaso alguém souber de um bom lugar na capital gaúcha, onde ele possa assistir à partida, favor avisar também.

– Se eu estivesse pras bandas de Bezerros, assistiria ao jogo no Bar Lá em Casa.

– Aproveito pra dar os parabéns à Koala, não sei nem se ele tá vivo depois de mais uma virada histórica do Atlético Mineiro. Koala é folião e colaborador da Troça Minha Cobra e tem um carinho enorme pelo Santa Cruz.

 

Enfim, um novo Natan

Na nossa pelada da quarta-feira, vez por outra fazemos um torneio dos casados contra os solteiros. Nós, os casados, nunca perdemos um jogo.

Quando acaba o torneiro, nosso amigo Chico do PT vai pra cima dos solteiros e sai tripudiando:

— vocês precisam entender que o mundo se resume a duas coisas: uma pomba e uma buceta. Vocês precisam fazer mais sexo.

Os punheteiros ficam invocados.

Os casados fazem a gréia.

E Chico afirma sempre que se o cara fizer sexo antes de jogar futebol, ele entra em campo com mais disposição física, com a cabeça tranquila e com a musculatura fortalecida.

– companheiro, uma boa trepada espalha energia pelo corpo todo. O sangue abre as veias, os músculos ficam fortes e o cérebro fica calmo.

Pois bem, no meio da euforia pela goleada do último jogo, um fato passou despercebido para muitos. Natan.

Fiquei surpreso. O nosso quase craque jogou a partida toda, deu passe, driblou e tudo indica que não sentiu nada.

Pelo menos até agora, ninguém falou em desconforto, estiramento, incomodo, distensão, dor nas costas ou algo parecido.

Aí, conversando com Inácio sobre o jogo, falei dessa coisa de Natan ter conseguido jogar o tempo todo. E aí, Inácio me disse que Natan havia se casado.

Pronto, lembrei das teorias de Chico e não me restou dúvidas. Pra mim Natan está sendo curado por um gostoso remédio cujo nome é Buceta.

Viviam dizendo que o rapaz não dormia direito. Que vivia rezando. Que não se alimentava bem. Que não bebia água.

Eu quero ver o cabra dar uma boa trepada e não relaxar e dormir bem. Eu “dou duvida” se o cara depois que conhece o gosto de uma priquita, vai querer trocar uma foda por uma reza.

Meus amigos, exemplo é o que não falta.

Samarone é um deles. Demorou pra casar. Tinha gente até que desconfiava que ele era frango. O bicho era grosso e só vivia se contundindo.

Conheceu sua amada, namorou um tempo e depois casou. Hoje, nosso poeta é maratonista e titular da zaga na nossa pelada.

Nino Cabeção sempre manteve a regularidade no ataque. Sua média eram três gols por noite. Trombador, não era de perder gol feito. Mulherengo, deu bobeira e deixou seu e-mail aberto. Se lascou. A mulher de Nino descobriu que ele estava de caso com uma amiga. Nino Cabeção ficou sem as duas. O atacante entrou numa má fase danada.

Já Claúdio Fanhoso é feio que dói. Mas desde moço é amigado com Marlene. O bicho joga uma bola arretada.

É isso. Acredito que agora o futebol de Natan vai deslanchar.

E vejam só, acabo de ler que Natan já fez 99 jogos pelo nosso time. Se ele entrar no próximo sábado, chegará à marca dos 100.

Tomara que ele jogue. O cabra é bom de bola.

E agora depois que ele descobriu a principal função de uma xoxota, tenho fé que Natan vai virar o craque que todos nós esperamos.

Eu fosse Canindé, solicitava a direção um quarto de casal para Natan, deixava ele levar a esposa para concentração e botava ele de frente.

Na Arena do Defunto, no meio da torcida adversária

Adalberto relutou. Não comprou ingresso para o jogo contra o Vasco. Quem conhece Adalberto, sabe que o sujeito tem opinião e que ele é invocado com a tal da Arena. Adalberto prefere a beira do canal do Arruda, o espetinho de carne e o latão da Skol.

Na sexta-feira, ele saiu da faculdade e foi tomar uma. Beberam todas. Terminou a noite no apartamento de uma paquera das antigas, bebendo vinho, ouvindo música e matando. Acordou no sábado de manhã com uma ressaca braba, mas feliz da vida. O “adorei” da menina, não saía da lembrança.

Levantou da cama, era quase 11 horas. As gargalhadas e a voz alta do seu tio se misturavam com o latido fino de Paquito e tomavam conta da casa.

— Adalba, meu jovem! Tudo na santa paz?! –  disse o tio Araújo.

— Tudo tio. Tudo beleza!

— Pela cara, a farra foi boa. – e largou uma gargalhada.

Conversaram umas coisas. Adalba bebeu um copo de vitamina de banana e recebeu a missão de levar o tio Araújo para o jogo.

— Adalberto, teu tio veio almoçar e quer ir para o jogo. Já falei pra ele que você vai levá-lo.

Não tinha como negar. Araújo é daqueles tios gente boa. Contador de piadas, bebedor de cerveja, raparigueiro e pau pra toda obra. Quando Seu Carlos, o pai de Adalberto, morreu, quem segurou as pontas até tudo se organizar foi tio Araújo. Naquela época, o garoto Adalba tinha somente 12 anos e o Santa Cruz havia sido campeão pernambucano com o histórico gol de Célio. Adalberto estava lá, junto com seu pai. Uns 3 meses depois, o velho bateu as botas.

“Não fosse seu tio Araújo, não sei o que tinha sido de nós”, em tom de gratidão, sua mãe sempre confidenciava isto.

— Adalba, tu sabe que eu nunca fui na Arena? – disse o tio.

— Tá perdendo muita coisa, não. Aquilo é um fim de mundo.

— Tem problema não, a gente vai cedo. – falou tio Araújo.

Beberam umas cervejas, tomaram o caldinho do feijão e partiram. Era perto das 13 horas.

Seguiram pela 232. Já no viaduto que cruza a 101, o engarrafamento deu sinais de vida. Naquele ponto, o trânsito começou a ficar lento. De longe já se avistava um enorme fila de carros. Um pouco mais a frente, na altura do hospital, o trânsito travou. Praticamente não se andava.

O tempo foi passando. Já era mais de 15h30. Faltava chegar, estacionar e entrar no estádio.

Adalberto era só reclamação. Tio Araújo, tranquilo e calmo, repetia a cada resmungo do sobrinho: “a gente chega lá, Adalba”.

Depois de muito sufoco, enfrentando empurra-empurra, os dois conseguiram entrar. O placar apontava 0 a 0. Já havia mais de 25 minutos de bola rolando e muita gente ainda estava do lado de fora.

Tio e sobrinho se acomodaram e só aí, observaram que estavam no local reservado para torcida adversária. Pois é, Adalberto e tio Araújo foram parar no meio dos vascaínos nordestinos.

— Puta que pariu, eu acho que pisei em rastro de corno. – disse Adalba.

— A gente vai ganhar, anota aí. – profetizou tio Araújo.

A cada lance de perigo, os dois se continham. Do lado, um bando de nordestinos vibravam com o produto importado do Sudeste.

O jogo seguiu. Caminhava para o empate. Mas aí, os deuses do futebol olharam para Adalberto e iluminaram Renatinho. O baixinho fez um lançamento primoroso para Cassiano, que também foi iluminado. Driblou o marcador e mandou um cruzado a meia altura.

— É gol, porra! Gooolllll! É gol, bando de torcedor xing-ling! – gritou Adalberto, abraçado com tio Araújo.

Começou a doidice

Naná telefonou para dizer que vai ter Van saindo do Poço da Panela. Samarone mandou mensagem avisando que “Naná está organizando uma Van”.

Pelo zap-zap, o amigo Alexandre pergunta: “Tu vai?”

Numa troca de e-mails sobre a chapa de oposição nas eleições do Santa Cruz, Edgar é simples e objetivo:Sábado, todos na Arena do Defunto!

Aqui no trabalho, o estagiário me diz que vai. Ele não gosta daquela Arena, mas vai para o embate contra o Vasco. “Eu nem gosto daquele estádio. Prefiro o Arruda. Mas eu vou. Vou de metrô. Se ganhar a gente embala”.

Já soube que Anizio vai. Quem me disse foi Claudemir.

Flávio vai com a família toda.

Pois é, bastou o time dar sinais de melhora, que a doidice voltou.

Daqui até sábado, serão várias ligações, emails, zap-zaps, mensagens diversas.

Parece que, aos poucos, vamos retomando a confiança. E aí, a esperança vai aparecendo e a torcida do nosso Santa Cruz está correndo para abraçá-la.

Pra mim, o grande responsável pela mudança de atitude do time é um sujeito baixinho, de sotaque nordestino, com raça de matuto e fome por vitórias.

A diferença de atitude entre Oliveira Canindé e o cara de tabaca do Sérgio Guedes é gigantesca.

Tenho dito a alguns mais próximos, se tivessem trazido Canindé mais cedo, a gente estaria brigando com a turma que está nas primeiras colocações.

Sim…, mas como eu ia falando, o povão começa a se animar de novo.

Eu até já tinha prometido pra mim que não iria mais para aquele fim de mundo. Só que o coração tricolor coral santacruzense das bandas do Arruda é quem domina e nessas horas, sou um cabra sem opinião. Só sei que sobra vontade de ir ver o meu Santa jogar, seja lá onde for.

Daí, que estou no maior impasse: ir ao jogo ou disputar um torneio de society, que marcaram para o mesmo horário da peleja lá em São Lourenço da Mata.

Faz uns quatro meses que inscrevemos nosso time. E pra azar meu, marcaram o torneio justamente no mesmo dia e horário da partida Santa Cruz x Vasco da Gama.

Já tentei convencer para mudarem a hora do torneio. Não me atenderam. Pedi para que transferissem para o domingo. Negaram.

Danado é que no meu time, dos oito inscritos, dois estão machucados. Se eu faltar, sem um motivo justo, a turma vai ficar invocada.

Pensei até em simular uma contusão. Distensão na virilha, dor na região lombar, contratura na parte posterior da coxa, algo desse tipo e me mandar para, como diz Edgar, Arena do Defunto.

Simbora.

Vamos pra São Lourenço tomar conta daquele campo e manter nossa escrita naquele gramado.

Não sei se a gente chega ao G-4. Nem sei direito se quero que o Santa Cruz suba para Série A. Mas não tenho dúvida, quero que o Santa vença o jogo de sábado e todos os outros que virão.

P.S.: Sobre o episódio de ontem, o da “greve”, segundo vi nas notícias, o clube deve 2 meses de salários. Não sei como isto está sendo tratado pela diretoria junto ao elenco, então prefiro não opinar.

Eita, Santa Cruz véio e enfadado…

Às 21h30, Breno ligou avisando que já havia chegado e que já tinha colocado umas latinhas no freezer.

No mesmo instante, Robson Senna, diretor de fotografia da Minha Cobra, manda um zap-zap: “Pierre e eu vamos assistir aqui no Bier Grill, próximo do DNOCS”.

Preferi ficar por perto de casa e fui assistir ao jogo de ontem na residência do meu vizinho Breno. Gente da melhor qualidade. Quem chega a casa dele dá logo de cara com uma linda bandeira do Santa Cruz pregada na parede como se fosse um quadro.

Cerveja no copo, uns brebotes na mesa e um primeiro tempo de dar calo na vista. Nosso meio-campo não criava, os laterais não conseguiam nem apoiar e nem marcar e toda bola cruzada na nossa área era meio gol.

Por pouco não descemos para o intervalo com uma derrota nas costas.

E aí, o treinador tentou ajeitar o time.

Fez o óbvio. Botou Natan e mexeu nos laterais. O time deu uma melhorada, encurralou o adversário. Aos sete minutos abrimos o placar.

E o melhor, pra felicidade geral do povão, Natan voltou a jogar um bom futebol, reacendendo a esperança daqueles que torcem pelo garoto.

De repente, Natan é chamado pelo árbitro da partida. O meio-campista, sem entender o que se passava, olha para o juiz e pergunta: “eu?”

“É você, rapaz. Vamos, sai. Vai trocar a camisa, porra.”  –  acho que o juiz falou.

Pois é, Natan estava usando uma camisa com a numeração diferente do que constava nas anotações dos auxiliares da arbitragem.

Isto mesmo, meus senhores. O jogador do time profissional do Santa Cruz Futebol Clube, uma instituição centenária, que participa da Série B do campeonato brasileiro, entrou em campo ontem com a camisa errada. Por causa desta pixotada, o rapaz foi punido com cartão amarelo e não vai poder ser relacionado para o jogo contra a Ponte Preta.

Hoje somos notícia. Viramos piada.

“Bizarro! Atleta entra em campo com camisa errada em partida da serie-b”, é a manchete que acabo de ler em um portal na internet.

Continuo lendo e me deparo com a seguinte pérola do diretor Sandro Barbosa:

“O Natan entrou com camisa errada. Vai fazer falta, mas não vou apontar o culpado. Que sirva de exemplo para todos conferirem, supervisor, diretor, presidente. A repercussão ficou maior porque foi o terceiro cartão amarelo”.

Prefiro não comentar o que foi dito pelo diretor. Me falta paciência.

Espero que esse ano acabe o mais rápido possível. Se não formos rebaixados para sericê, já me dou por satisfeito.

E com diria um amigo meu: “eita, Santa Cruz velho e enfadado”.

Tarde sem jogo

(Samarone Lima)

Dos últimos meses, lembro de ter deixado de ver aquele jogo pela Copa do Brasil contra o tal de Santa Rita, algo assim.

Inácio tinha comprado meu ingresso, botei na carteira e não sei por qual motivo, desisti de ir ao Arruda na última hora.

Acho que meu anjo da guarda me protege mesmo, de vez em quando. Aquele empate que nos tirou do torneio.

No sábado, fui ao Poço da Panela, tomei umas com Naná, encaminhamos umas coisas da Biblioteca Comunitária, da qual fazemos parte. Ele estava trabalhando para um bufê e disse que não iria, porque precisava dormir. Achei melhor.

Eram 15h quando parei no bar Princesa Isabel, ao lado do Parque 13 de Maio e pedi uma dose de vodka.

Pensei em tomar uma e me animar para ir ao jogo (só assim), mas lembrei dos últimos jogos do Santa, aquela coisa de doer na vista, então fiquei por ali mesmo. O bom foi que o bar estava vazio, no maior silêncio, fiquei lendo e escrevendo umas besteiras. No segundo tempo chegou um alvirrubro e pediu para Seu Azevedo ligar a TV. O jogo já estava 1 x 1.

Tomei minhas doses e fui para casa, dormir.

O Santa 2014 está me enchendo de tédio, isso sim.

Vamos ver se o novo treinador dá um choque nesse time…

(Gerrá da Zabumba)

Depois da Copa do Mundo, confesso que meu entusiasmo para ir aos jogos está em baixa. A ruindade e a falta de raça do time são pra deixar qualquer tricolor coral santacruzense das bandas do Arruda sem tesão.

Mas eu até me animei para ver a pelada contra o Icasa. Afinal, o tal Sérgio Guedes, um dos maiores enroladores que já vestiu nossa camisa de treinador, havia ido embora.

Tracei a agenda e até combinei de levar minhas filhotas ao estádio.

No sábado pela manhã fui para o Horto de Dois Irmãos com as pirralhas. Era o aniversário de 3 anos do tricolor Rafael, sobrinho do nosso sanfoneiro Chiló.

Me permitam um parênteses: achei uma sacada genial, essa de comemorar aniversário no zoológico.

Voltemos.

O sanfoneiro quando me viu foi logo perguntando: “tu vai?”

“Tou organizado para ir, bora?”, eu disse.

“Tava até querendo, mas vai dar não. Vou não”, ele falou.

Brincamos, comemos uns brebotes, tomamos uns refrigerantes, cantamos os parabéns. Era quase meio-dia quando saímos.

Os primeiros a desistirem do jogo foram as mulheres. As meninas estavam moídas da festinha e Alessandra, desanimada. Preferiram ir para casa.

Eu fui ao encontro de um amigo de longas datas que atualmente mora no Rio de Janeiro. Rumamos para o Mercado da Boa Vista. Meu plano de voo continuava o mesmo: encontrar com Florival, botar a conversa em dia, brindar a amizade e partir para o Arruda.

Chego ao Mercado e dou de cara com Marcílio, irmão de Milton Jr., saboreando umas cervas. Um aperto de mão e a velha pergunta: “e aí, vai hoje?”

Respondi que sim.

Marcílio me ofereceu carona. Aceitei na hora.

A bronca é que fui tomar umas em outro box do Mercado e aí, esqueci de Marcílio e ele esqueceu de mim. Quando me dei conta, o relógio marcava 15h53 e a cerveja continuava geladíssima. Não tive dúvidas, rasguei o projeto. Troquei o jogo por rodadas de saideiras, caldinhos de feijão e arrumadinho de carne-de-sol.

Acho que foi melhor.

(Inácio França)

Inácio também não foi para o jogo. Está em Araguaína, visitando a filha. Tentamos vários contatos com ele. Mandamos mensagens, e-mails, telefonemas, etc, pedindo seu relato sobre este sábado sem jogo, mas ele não deu sinal de vida.

Esperamos que Oliveira Canindé nos leve de volta para o Arruda.