Amigos corais, antes de ecrever meu texto semanal, evito ler os comentários. Se o Santa ganha, reclamam, se empata reclamam, se perde, reclamam. Se Ramon estivesse jogando, tinha cara dizendo que o chute dele estava meio fraco, que estava na barca etc. Ontem mesmo, no Arrudão, um amigo disse que achava Thiago Cardoso “fraco”.
Tudo bem, mas vamos aos fatos e contrafatos.
1. A bendita cerva gelada
Entrei no estádio com um amigo. Ele estava com um copão de cerveja na mão, quando foi entrando, pensou em tomar de gute gute, porque a PM não gosta de gente que bebe em estádio. Mas ele disse “vou testar”, e foi revistado, e passou pelos caras sem que ninguém desse um piu.
“Porra, me vinguei!”, disse ele, saboreando o precioso líquido.
2. O jogo em si, como dizem nas conversas
Primeiro tempo memorável. Um time que tocava a bola de forma consistente, cada um parecia ter feito aquilo desde criancinha. O Bahia, meu deus, parecia mais um time do interior do estado, jogando com medo da Cobra Coral. Acho que aos 15 minutos, o goleiro deles já estava fazendo cera.
O gol foi um vacilo, mas fica o meu registro. Vamos fazer uma bela Copa do Nordeste.
3. O gigante Grafite
Tem guente que ainda fala mal do nosso craque.
Ontem, na minha refinada opinião futebolística, o negão fez a melhor partida desde que desceu do helicóptero, ano passado.
Correu, bricou, tocou bola, driblou. Estava virado, com sede de gol. Se ele estava qurendo mandar recado para alguém, o recado foi dado.
Depois acertaram a cabeça do nosso ídolo, ele sangrou rios, foi operado à beira do campo sem anestesia e voltou. Acertaram outra, ele voltou a sangrar, nova cirurgia, mais 15 pontos e não conseguiu. Gerrá, que só assiste jogo nas sociais, disse que ele saiu puto, porque era para terem feito uma nova cirurgia para voltar e marcar dois golaços.
(Vi agora no site do Santa que o nosso craque teria se cortado no supercílio, mas pra mim, olhando da arquibancada, a cacetada foi na cabeça. Pode ser um questão de ponto de vista, mas que o bicho estava comendo a bola, estava. Além disso, corte na cabeça é bem mais dramático do que no reles supercílio).
4. Juiz ladrão, bandeirinhas batedores de carteira
Um dos piores tipos de juízes que acho são aqueles que ficam invertendo faltas, matando jogadas, irritando os jogadores, torcedores.
O trio de ontem foi uma desgraça e prejudicou o Santa Cruz. “Prejudicou” é eufemismo. Ele roubou descaradamente. Até o pênalti clarísisimo o miserável sonegou ao Mais Querido.
5. Reforma urgente!
O presidente já anunciou uma reforma nos próximos dias, espero que comecem logo, porque ontem fui inventar de ir ao baheiro da arquibandaca e quase voltei da entrada. Um negócio medonho de imundo. Ontem não era questão de reforma, mas de alguém ter se lembrando ao menos de limpar, antes do jogo.
6. Dirceu Paiva e o afilhado
Antes do jogo, tive a oportunidade de dar um abraço no gigante Dirceu Paiva.
“Cadê seu afilhado?”, perguntei.
“Tá por aí”, respodeu.
Andei mais dez passos e encontrei Esequias Pierre, afilhado de Dirceu.
“Encontrei teu padrilho agorinha”.
“Onde? Vou lá falar com ele”.
Já repararam que nenhum dos dois citou o nome um do outro?
Amizade verdadeira é um troço que me comove.
6. Confiança
Agora é arrumar o matulão para ir ao jogo contra o Confiança, na próxima quarta-feira, em Sergipe.
O Santa jogou tão bem, que os atletas só não podem mesmo é entrar em campo com excesso de confiança, perdão pelo trocadilho.
7. Polêmica
Discordo do site do Santa. Para mim, o corte foi na cabeça de Grafite.
Nota
Até quarta-feira devemos anunciar o nome do novo cronista deste afamado Blog, que vai se juntar a mim e Gerrá Lima na luta com as crônicas corais. O negócio está quase fechado, mas há algumas exigências extras, que estamos correndo atrás. Ele insiste que deve ter uma mesa redonda semanal com a turma do Blog. Estamos negociando com a TV Coral. Mas até quarta o nome dele deve ser anunciado em entrevista coletiva, direto da nossa redação.