Da redação do Blog, quebrando votos de férias.
Saiu no Diário de Pernambuco a seguinte notícia:
O blog da massa coral
Da redação do Blog, quebrando votos de férias.
Saiu no Diário de Pernambuco a seguinte notícia:
Amigos corais, foi um ano de muita luta dentro e fora das quatro linhas.
Este velho cronista acusa o cansaço. Hora de deixar a nova diretoria trabalhar e dar um bom mergulho. Não dá para escrever sobre o nada, já que as contratações vão se arrastar, um novo elenco está para ser montado etc.
Desejo muito profissionalismo, dedicação e uma dose de sorte para nosso time em 2015. Já estivemos em situação muito pior, do ponto de vista financeiro e estrutural, e demos a volta por cima.
Fizemos nossa reunião final ontem e definimos por férias coletivas até 10 de janeiro.
Inácio ganhou três pedras no rim logo para começar o descanso. Gerrá passa o dia inteiro na bodega de Seu Vital, tomando umas.
Vou arrumar a mochila e cair na estrada.
Em 2015, não vejo a hora de gritar:
“Ôôôô… vai pra cima dele tricolor!”
A redação do Blog do Santinha já está em clima de final de ano.
Bateu aquele cansaço e falta de inspiração.
Mas nesta quinta-feira teremos uma novidade que pode deixar nossos leitores com mais uma opção de inutilidade para ver na TV.
Estamos negociando com uma TV a participação do trio bloguístico coral em uma mesa-redonda semanal, que terá como tema o mais importante – o Santa Cruz Futebol Clube.
Duas exigências estão emperrando as negociações – queremos uma mesa quadrada e que tenha cerveja durante o programa – e de preferência a Itaipava.
Gelada.
Quem tiver novidades sobre o Mais Querido, favor acrescentar nos comentários.
Quando decidimos marcar uma entrevista com o novo presidente do Santa, Alírio Moraes, passava pelas nossas cabeças, creio, uma sabatina, perguntas para conhecer, sondar, perscrutar, dissecar o que pensa o homem que será encarregado de c0mandar esta nação coral durante os próximos três anos.
Mas bastou o primeiro encontro com aquele homem de 50 anos, vestindo a camisa do Santa de 1975, com a voz calma e olhar cheio de brilho, de uma simplicidade aguda, uma modéstia nos gestos, para ver que teríamos mesmo era uma longa e extremamente prazerosa roda de diálogos sobre tudo. Clube, vida, sonhos, projetos, vida.
Uma conversa fácil, boa, sincera, sem artimanhas oratórias para mostrar capacidade de realização ou louvação si próprio. Este advogado de 50 anos comandou uma equipe que operou dois milagres no Santa – reduziu a dívida fiscal de R$ 50 milhões para R$ 13 milhões e quase liquidou a dívida trabalhista, que era de R$ 50 milhões.
Antes do encontro, Inácio lembrou que alguns comentaristas do nosso blog chamavam Alírio de “Delírio”.
Mas amigos, o que mais poderíamos querer para nosso Santa, se não um homem que se permite à loucura, ao delírio de investir parte de sua vida num trabalho insano, complicadíssimo, quase irrealizável, que era desentranhar processo a processo, em varas as mais distintas, em labirintos da burocrática Justiça brasileira, uma dívida que era uma sombra perpétua para nosso clube?
Qual de nós, reles classe média, consegue organizar sua vida com as contas vencidas, sem saber quanto vai poder gastar no próximo mês, num processo que muitas vezes arruína o cotidiano, cancela projetos, inviabiliza sonhos? Qual o empresário que quase não enlouquece (ou quebra) quando surgem as primeiras das muitas ações trabalhistas?
Pois me permito – Alírio é um delírio que só um clube como o Santa Cruz é capaz de criar.
O pai, Alírio Moraes Filho, advogado e músico, do Bairro de São José. Louco, apaixonado pelo Santa. Num momento dramático, o filho teve que ir à luta para ajudar o pai. Fez o curso de Direito para, literalmente, brigar pelo pai. É um dos momentos mais emocionantes de sua história.
Talvez, há muitos anos, quando ainda nem sabia, Alírio abraçou uma frase dita pelo pai:
“Os fatos são circunstanciais. Faça um projeto para sua vida”.
Ele fez projetos para a vida. Agora tem projetos para o Santa
A impressão que tive foi a mais simples, diria a mais óbvia – aos 50 anos, com cinco filhos, a vida estruturada, após muitas vitórias, ele foi surpreendido com uma convocatória. Sabe-se que vários ex-presidentes foram ao seu encontro propondo o cargo de presidente do Santa.
Terá marejado com uma aclamação, num clube que nunca foi modelo de gestão, onde os presidentes aparecem como seres quase solitários tapando buracos orçamentários com jantares de adesão, coletas de emergência com empresários abnegados? Terá lembrado do pai?
Não sei. O fato é que ele é um homem absolutamente focado. Diria que é um manso que sabe o que quer. Tem planos concretos de marketing, comunicação, reestruturação do futebol, da base, movimentação deda sede. Comentamos os perrengues que passamos para entrar no Arruda, em dias de jogos decisivos. Disse que vai entrar no estádio como simples torcedor, para sentir na pele o que vivemos. Para completar, sua mulher, Fernanda, é também louca pelo Santa – e vai fazer parte da gestão.
Um homem que não tem vergonha de dizer que tem ambição. E não tem vergonha de colocar a ambição na vida. O Santa Cruz precisava disso com urgência. Precisamos de dores cavalares de ambição, se quisermos botar estrelas no peito.
No dia seguinte à nossa conversa, saiu uma entrevista de página inteira com ele, no Jornal do Commercio. Retiro um trecho que expressa tudo isso.
“O Santa Cruz vai voltar a ganhar títulos porque a gente vai fazer um futebol muito forte. Eu sou muito ambicioso, embora seja um cara introspectivo. Sou um cara, imagino, voltado para o sucesso. Tenho uma capacidade de brigar muito grande e quero passar isso naturalmente para o clube”.
Falamos de várias pessoas que tentaram, em algum momento, participar da vida interna do clube, contribuir com seus conhecimentos, sua inteligência, mas sempre esbarraram num caos administrativo interno que parecia destino, carma. Caos que, num clube de multidões como o Santa, geram milhões de dívidas, descontrole interno, é tempo perdido, é faixa a menos no peito.
Tinha uma porção de gente na sala, a conversa estava chegando ao fim, quando ele disse uma frase que para mim simboliza muito nosso novo momento (e minha secreta esperança de um clube moderno, antenado, inteligente, audacioso, apaixonante e aberto).
Inácio tinha comentado algo, ele fez um breve silêncio, saiu olhando para cada um e comentou, como se referindo aos muitos corais que querem fazer parte dos destinos do Santa:
“Inácio, quem vai mudar o Santa Cruz são essas pessoas”.
A partir do dia 11 de dezembro, pois, deliremos em preto, branco e vermelho.
Ontem, a redação do Blog do Santinha foi à casa do novo presidente do Santa Cruz, Alírio Moraes, para uma longa conversa sobre o Santa Cruz. Durou três horas.
O advogado, ao lado de sua esposa, recebeu os cronistas Inácio França, Gerrá Lima e Samarone Lima (não são parentes) com a camisa coral de 1975 e se demonstrou muito à vontade com a turma do Blog. Já leu inclusiva a “Trilogia das Cores”, volumes 1 e 2, e ganhou de presente o volume 3. Os autores esqueceram de fazer uma dedicatória.
Cada redator vai escrever um texto sobre o encontro, relatando suas impressões, o que chamou a atenção etc.
Aguardemos o primeiro texto, do senhor Gerrá Lima, que será publicado daqui a poucos minutos. Os demais textos, na base do par ou ímpar, serão publicados amanhã e sábado, respectivamente.
Os assinantes do Blog do Santinha receberão todo o material filmado e editado em casa, no dia da troça “Minha Cobra”, no Carnaval de 2015, além de uma camisa com a assinatura de Inácio.
Por sinal, em 2015 o Blog do Santinha completa 10 anos.
Vi a manchete do caderno de esportes do Diário de Pernambuco de hoje (página 3) e quase tive uma dor de pedra no rim, que Inácio teve outro dia. Vamos ao péssimo detalhe:
“Santa Cruz só terá o Pernambucano para disputar no primeiro semestre de 2015. Clube deve ficar de fora da Copa do Brasil pelo ranking da CBF”.
Bem, não vou explicar o levantamento que o jornal fez, explicando o funcionamento do tal ranking, mas é muito provável que, depois da queda (não acesso à Série A, que estava na mão), tenhamos o coice (não disputar a Copa do Nordeste nem Copa do Brasil), no início de 2015.
Até hoje não entendi aquela doidice de colocar Ataíde como treinador do Santa no jogo decisivo contra o Salgueiro, onde teríamos a obrigação de garantir a terceira vaga. Parece que era um jogo de várzea, ninguém deu bola. Resultado – terminamos o Estadual em quarto lugar.
Como a esperança é a última que morre, a CBF só deve divulgar seu ranking após o final da Série A. Estamos na posição de número 36, atrás dos rubronegros (número 20) e barbies, digo, alvirrubros (número 26).
Vocês já viram que a maré, quando vira ao contrário para o nosso lado, é sempre um tsunami?
Amigos corais, pelo menos uma boa notícia nos chega. E vem, pasmem! da Assembléia Legislativa!
É o seguinte. Segundo o Jornal do Commercio de sexta-feira passada, a cerveja pode voltar aos estádios de futebol. Leram isso direito? Esfreguem os olhos: A cerveja pode voltar aos estádios pernambucanos!
Vamos ao texto:
“O projeto de lei 2153/2014, que regulamenta a venda de bebidas alcoólicas dentro dos estádios de futebol pernambucanos a partir de duas horas antes das partidas, foi publicado no Diário Oficial do Estado”, no dia 20 de novembro.
O texto é do nobre deputado Antônio Moraes (PSDB), e deve ser votado até o final do ano.
Há poucas semanas ele recebeu a visita do presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), acompanhado de dirigentes do Santa, Sport e representantes da Arena Pernambuco. Evandro levou um dossiê para mostrar o que todos nós, frequentadores de estádios, sabemos há muitos anos – não há associação entre o consumo de álcool nos estádios com a violência.
Além disso, outros três estados já voltaram a vender a cerva gelada em seus estádios: Bahia, Rio Grande do Sul e Maranhão.
“A visita de Evandro e outros dirigentes só reforçou o meu entendimento de que a violência nos estádios pernambucanos não tem nada a ver com as bebidas alcoólicas. Por isso, decidi reapresentar o projeto agora. Acredito que, desta vez, ele será aprovado”, disse o nobre deputado.
Outra análise de Moraes que reflete bem a realidade que vivemos, nós que adoramos um bom jogo com o copão gelado na mão:
“Os arredores dos estádios viraram verdadeiros bares a céu aberto. Como sabem que não poderão beber no interior dos estádios, vários torcedores ´enchem a cara´no lado de fora e ficam bêbados, antes mesmo de a bola rolar. Não é pior?”
É sim, deputado. É o que todos os meus amigos têm feito, desde que esta proibição começou a valer, em janeiro de 2009. Todos bebem tudo o que podem, porque sabem que durante duas infinitas horas, só vai ver pela frente ambulantes vendendo pipoca, picolé e água. Quem, em sã consciência, vai ao estádio comer pipoca e chupar picolé? Só se for com os filhos, claro.
Se esses deputados tiverem juízo, vão aprovar na hora o projeto. Eles não sabem, mas o lugar mais seguro para um torcedor é justamente dentro do estádio. Frequento as arquibancadas há anos, especialmente as do Arruda, e o grande sofrimento que passamos é quando a torcida do Santa resolve toda ir ao estádio no mesmo dia. É tumulto para entrar e para sair. A dita “violência nos estádios”, geralmente acontece fora dele. Vem de longe, com a galera marcando briga e arrumando confusão a quilômetros de distância, fazendo arrastão etc.
O presidente do Santa, Antônio Luiz Neto, apóia o projeto, já que é uma importante fonte de renda para o clube. O presidente do Náutico, Gláuber Vasconcelos, também é favorável, mesmo sabendo que não vai ganhar um tostão a mais. É que o contrato com a Arena Pernambuco não prevê o repasse do dinheiro das lanchonetes para o clube. Ele acha que se a torcida do Náutico quer beber, tem este direito. O presidente do Sport, João Humberto Martorelli, é o único do trio contrário à venda da cerva gelada, “principalmente por causa da violência nos estadios”.
A redação do Blog do Santinha já está fazendo seus contatos para entrevistar o deputado Antônio Moraes. Queremos os detalhes, a cópia do dossiê e mais divulgação sobre isso. Esse deputado, no mínimo, tem um pé na realidade.
Nosso secura, ao que parece, está a caminho de acabar. Até hoje não entendi esta proibição, que prejudicou enormemente minha relação com o futebol.
Cresci com meu pai me levando a diferentes estádios. Era a época de uma cerveja gorduchinha, de vidro mesmo. Nunca vi uma confusão por causa disso. Depois virei adulto e assistir jogos do Santa, às quatro da tarde, em pleno sol recifense, pedia uma boa cerva gelada.
Tiraram nossa alegria, mas o nobre deputado vai virar essa página, tenho certeza.
Se eu fosse presidente do Santa Cruz Futebol Clube, a primeira coisa que eu faria seria chamar todos os profissionais corais das mais diversas áreas para ajudar no que fosse preciso. Advogados, publicitários, jornalistas, profissionais liberais seriam estimulados a dar idéias, implementar projetos, mudar a visão do clube, que parece andar sempre com um pires na mão;
Publicaria mensalmente valores arrecadados e gastos no site do clube;
O clube, por sinal, teria um site decente;
Minha gestão seria cercada de colaboradores os mais diversos, o Arruda estaria de portões e portas abertos para quem quisesse ajudar com alguma coisa;
Nos momentos de maior dificuldade, chamaria a Imprensa para dizer à torcida quais os problemas que estaríamos vivendo, para não acontecer o que vem acontecendo desde o jogo contra o América-RN, quando começamos a perder a chance de classificação e vivemos no mundo da especulação;
O Conselho Deliberativo teria que funcionar e dar suas contribuições mensalmente, sem intervenção da presidência, cobrando e fiscalizando as ações da diretoria;
O presidente do clube, ao final, não poderia mais ser presidente do Conselho Deliberativo e não poderia haver reeleição;
Montaria uma Comissão Eleitoral independente para que qualquer torcedor-sócio em dia pudesse se candidatar. Como não haveria falcatrua, o clube viveria alternância de poder ou, no mínimo,uma discussão decente sobre erros e acertos;
O Marketing do Santa seria uma equipe grande, com vários profissionais, que iriam trabalhar de forma profissional, recebendo salário proporcional ao que fosse levantado para o clube;
Trataria melhor a torcida em dias de jogos decisivos;
Faria de tudo para liberar a venda de cerveja no Arruda, além de bandeiras, papel picado, bolas etc;
Obrigaria Inácio França, Gerrá Lima, Laércio Portela, Kiko, Jota Peruca, João Valadares, Júlio Vilanova, Esequias Pierre, Robson Sena, Pedro Leite, Gerino Xavier, Bruno Fontes, Adilson, Stênio, Naná, Seu Vital, a turma da Kombi Coral e mais uns 100 tricolores das bandas do Arruda, gente da melhor espécie, a fazer parte da diretoria, dando plantões com dias estabelecidos numa planilha, inclusive aos finais de semana;
Nota: Gostaria de ser lembrado como o presidente mais maluco que o Santa já teve;
Mas eu nunca serei presidente do Santa Cruz e o próximo presidente já está eleito – as urnas de dezembro não foram abertas mas já dão uma larga vantagem de 300 votos ao advogado Alírio Moraes.
Que ele faça uma boa gestão, porque o ano do centenário foi um desastre. A melhor lembrança vai ser um álbum de figurinhas.
Como estou cá no Uruguay há alguns dias, fiz amizade com o pessoal do hotel. Um deles torcedor fanático do Clube Nacional. O outro, do Peñarol, ficava enchendo o saco dele, dizendo que os torcedores do Nacional são “galinhas”.
Graças ao amigo do Nacional, fomos juntos ver o superclássico Peñarol x Nacional. Apesar do clima quente envolvendo as torcidas, da enorme preocupação das autoridades, o que mais impressiona é a liberdade dos torcedores para levarem suas bandeiras, instrumentos musicais, papel picado. As arquibancadas são ocupadas por pessoas que ajudam a embelezar o estádio. Quase tudo é permitido dentro do estádio.
Do jeito que as coisas andam, brevemente a polícia vai proibir até radinho de pilha…
Ainda tenho esperança de ver o Arrudão cheio de bandeiras, bumbos, música, sem precisar ser de uma torcida organizada.
Pois bem. O Peñarol ganhava de 1 x o até os 43 do segundo tempo. O Nacional empatou aos 45 e virou com um gol de falta nos acréscimos. Meu amigo quase morre.
Como fiquei fora do ar desde aquele sábado desgraçado em que perdemos para o time de Natal, não sei como está nossa chance de classificação, os jogos que temos pela frente etc. Alguém pode ajudar a este torcedor coral a milhares de quilômetros de casa?
Ps. Informo ao amigo Inácio que já comprei a camisa do Peñarol de Bruno, mas ainda não consegui acertar a visita ao Mujica, para pedir o autógrafo dele…
Já tinha prometido a mim mesmo que jamais voltaria à Arena, depois de uma única e desastrada ida ao citado estádio, numa van, com vários amigos do Poço da Panela.
Mas, diante do exposto, da campanha coral, de tudo o que representa a vitória de amanhã, vou dar o braço a torcer.
Irei ao citado estádio num horário maravilhoso para um jogo de futebol: 18h30.
Vou ver se saio de casa lá pelas 13h30 com minha bandeira e meu radinho.
Só mesmo o Santa Cruz para me fazer esta doidice.
Se algum leitor bem de vida tiver um carrão com ar-condicionado e umas cervejas a bordo e quiser companhia para o estádio, aceito carona.
Em troca, dou um livro da “Troilogia das Cores” autografado. Se quiser levar Gerrá e Inácio, o livro vai com autógrafo dos três.
E antecipo: os caras são bons de papo.
Moro na rua da Auroro.
Dá-lhe Santa!