O homem de 1,9 milhão de reais.

Futebol é apaixonante porque, assim como a existência, é dialético. Tudo muda, nada é perene, apenas a paixão pelo time do coração. E quando o assunto é Santa Cruz – em essência um clube de paixão desde o nascimento – a coisa fica louca.

Todo tricolor coral estava emputecido até à alma com aquela vergonhosa derrota contra o Afogados. Perder três pênaltis é foda. Mas logo em seguida vem um jogo teste para cardíaco. Quem não sentiu um calafrio na espinha quando Anderson entrou na área do CRB nos momentos finais do jogo? Quem não pensou: “Puta que pariu, nos fudemos. Acabou”. Aí vem o gol nos minutos finais e uma disputa ensandecida de pênaltis.

Não foi diferente com o péssimo jogo contra o ABC lá. Na verdade, que dois times ruins da porra. Contudo, tratava-se de um jogo de 180 minutos e nada estava decidido. E a decisão foi aqui, no Mundão do Arruda.

O jogo de ontem corrobora a minha premissa maior acima exposta. O torcedor do Santinha estava confiante desconfiando. Anunciaram o retorno de Danny Morais na resenha, mas o jogador foi poupado. A esperança é que a bola chegasse em Pipico e o atacante voltasse a marcar. E não foi isso o que aconteceu?

Marcos Martins, em uma cobrança primorosa, levantou a bola na área e Pipico se antecipou ao zagueiro e fez um golaço de cabeça. O Arruda fervilhou.

Ainda no primeiro tempo, Ítalo Henrique rouba a bola do ataque do ABC e faz um lançamento lindo, digno de Champions League. Pipico passa pelo último homem da zaga, Henrique – que tinha acabado de entrar  e que deveria ter levado vermelho pela falta– e é derrubado antes de ficar na cara do gol.

Aí o negócio virou pintura. Charles bate a falta com força, numa trivela digna de Nelinho, faz um golaço e o Arruda, sem acreditar no que via, explode de alegria.

Mas não parou por aí. O homem de 1,9 milhão de reais – Pipico, o nosso ciborgue Steve Austin – recebe o passe de Allan Dias na grande área, é novamente marcado por Henrique, dá um senhor drible no marcador que mete a mão na bola e é pênalti. Uma questão: se esse puto já tinha um amarelo, por que não foi expulso ao meter a mão na bola na área?

Pipico foi lá e meteu 3×0 no fraquíssimo ABC. Pipico, o nome de 1,9 milhão de reais.

Foda-se se o time do ABC é muito ruim. Jogamos feito time grande. Evidente que não sou doido de achar que tudo se resolveu, tem muita coisa para ser corrigida ainda. Mas que o jogo foi digno da torcida e do nome glorioso do Santa Cruz, isso foi. A ressaca dessa quinta-feira tem nome e valor: Pipico e um milhão e novecentos mil reais. Valeu demais!

Santa Cruz…Santa Cruz… junta mais essa vitória!!!

Sopa de letrinhas de ruindade.

Copa do Brasil e Copa do Nordeste: uma verdadeira sopa de letrinhas: ABC e CRB. Mas a verdade seja dita: a ruindade desse time do Santinha está assustando. Alguns torcedores já levantaram a lebre: salários atrasados? Estou pesquisando com algumas fontes dentro do Arruda. Não é possível que a causa de tanta decadência seja novamente isso.

Mas nesse jogo contra o ABC tive um susto quanto Leston “filósofo de araque das redes sociais” Júnior decidiu colocar Jô “o pior jogador de todos os tempos” em campo.

“Puta que pariu, pensei, estamos fudidos demais”.

Qual foi o esquema tático mesmo? Não atacar e esperar apenas? Deixar o lento e fraquíssimo ABC ditar o “ritmo” do “jogo”. Caralho, coloco tantas aspas porque a dimensão de realidade desse jogo é algo surpreendente: a essência da ruindade de nosso time – e também do ABC – demonstram que o menos ruim iria se dar bem.

Alguém aí tem uma frase exemplar para a lambança de Augusto na frente do gol e com o goleiro já vencido?

Ou uma frase ainda mais exemplar para expressar a grossura absurda de Allan Dias na frente do gol e mandando a bola pra a puta que o pariu?

Ou uma frase de raiva para explicar a estupidez desmedida de Jô no gol que sofremos?

E que porra de gol válido foi aquele que foi anulado? Puta que pariu, alguém tem uma explicação minimamente racional?

A zaga até que se esforçou. O meio de campo é de uma falta de domínio dos fundamentos básicos do futebol que assusta. Será que “nosso” presidente consegue explicar tanta falta de talento?

A sopa de letrinhas segue nesse sábado no horário perverso das 20 horas. Mas estaremos lá. Torcedor é um bicho doente mesmo.

Creio que todo torcedor antenado está acompanhado nas resenhas o debate sobre a escassez de torcedores em campo e os prejuízos que os times daqui estão tendo nos jogos: borderô, FPF, impostos, comissões, funcionários, energia etc. É muita grana para fazer um jogo acontecer.

É preciso repensar, e logo, essa dimensão de nosso futebol. No jogo contra o CRB, o ingresso mais barato, da arquibancada superior, custa R$ 15,00. Pode parecer pouco, mas para quem ganha um salário mínimo, não é.

Alguém esqueceu a média de público durante a promoção “Todos com a nota”?

E tem coisa mais brochante do que ir a campo sabendo que seu time está jogando uma merda e que Jô pode entrar a qualquer momento?

Minha ressalva vai para nosso excelente goleiro Anderson. Jogou demais nessa partida de hoje. Mas até quando ele ficará no Arruda? Realmente, não sei.

Bem, sábado é dia de ir bêbo para o Arruda. Que algum santo ou orixá nos dê sorte. Depois do Afogados, fiquei ressabiado e muito puto com esses filhos da puta.

Santa sorte.

Creio não errar nem um pouco ao afirmar que o único jogador do Santa Cruz que se salvou no jogo contra o Ceará foi o nosso goleiro. Demonstrou personalidade, fez defesas incríveis, bem posicionado e regular a partida toda.

Já o time… foi triste. O primeiro tempo foi enganador. O gol de Bruno Ré parecia profético: o time viria de ré no segundo tempo. Na verdade, o primeiro tempo foi sintomático de um time bastante limitado e que vem de uma maratona excessiva de jogos. O departamento médico está trabalhando feito louco.

Leston tem que se virar para tirar leite de pedra. Meu amigo Juninho me passou uma mensagem no zap soltando impropérios contra Cesinha. Concordei com cada palavra. Aquela queda no drible que teve como sequência o gol foi de emputecer qualquer tricolor coral. Esse caba não pode ser chamado de jogador profissional por ninguém que seja minimamente sério. Triste demais.

O segundo tempo… aí foi só pressão. E a pressão do torcedor deve ter ido para a puta que pariu, principalmente com aquele golzinho fuleiro no final do segundo tempo que foi um soco no estômago.

Mas não é que a despeito de todas essas ruindades a cobrinha continua firme e forte?! Nem precisa se preocupar com o jogo contra o Confiança, pois já estamos classificados com antecedência.

O Vitória pode até chegar aos 9 pontos na próxima rodada, mas terá vitórias a menos, o que garante nossa classificação. Vai entender essa tal de lógica futebolística ou essa sorte que nos acompanha nesse semestre.

Por fim, quanto a esse jogo, nunca é demais lembrar e ter consciência do abismo que separa as duas equipes.

Nos próximos jogos, parece fundamental torcer para que os jogadores que estão no departamento médico possam retornar, como é o caso de Pipico e Marcos Martins.

Diante de nossas deficiências, contar com a sorte – ou melhor, ser um pouco otimista – não faz mal nenhum, mas sempre ciente que temos muito o que fazer para melhorar para a séricê.

O bom dessa santa sorte é que o dinheiro está entrando e não tem desculpa nenhuma que a diretoria possa dar para atrasar o salário dos jogadores. O que já é um ponto positivo diante de nossa história recente.

Para quem acredita, pega o patuá, o pé de coelho, a ferradura, a camisa da sorte etc. De minha parte, acredito em trabalho, planejamento, racionalidade administrativa, coerência, visão da realidade e inteligência esportiva.

De dar calo na vista.

De dar calo na vista.

O jogo desse domingo do Santinha contra as barbies foi de dar calo na vista e irritação nervosa. O time do Santa Cruz vem em uma clara queda de produção. Tivemos dois resultados terríveis no Pernambucano e esse empate agora.

Como bem disse o amigo Anselmo no post anterior: “[…] até elogio o que esse grupo conseguiu até agora. Isso porque vivemos um paradoxo. Precisamos de competições para arrecadar e ter um financeiro melhor. Mas precisamos de tempo para treinar e conseguir jogar melhor. É uma situação difícil.”

O paradoxo é bem complexo mesmo. É preciso mais do que urgentemente contratar um meio de campo que saiba criar, se posicionar e tocar a bola. É assustador ver o maltrato que Lucas Gonçalves, Ítalo Henrique e Diego Lorenzi fazem com a bola e com o futebol em si.

Creio que todos se lembram como a torcida e a imprensa estava incensando o jovem Elias. Eu mesmo o tinha como uma grande revelação e de um futuro promissor. Escuto as mais diversas explicações entre os torcedores e a mídia para sua queda de qualidade: está empolgado demais com os elogios e acha que joga sozinho, está usando máscara para ir para outro clube, está com medo de se lesionar etc.

Difícil saber o que se passa na cabeça de jogador. Lembro-me bem do caso de Rosembrik. Tinha tudo para ser um grande jogador, mas as más línguas diziam que a marvarda da cachaça enterrou o seu talento e disposição. Espero que esse não seja o futuro do jovem Elias.

Quem viu o jogo contra as barbies viu um jovem tímido e sem garra, bem como um meio de campo atabalhoado, um time que só jogava reativamente, levando muita pressão e sentindo, de maneira nítida, a falta de Danny Morais, Martins e Allan Dias.

E quem diabos acredita no futebol desse Guilherme ou que Augusto ainda pode melhorar? Ser realista – para além do otimismo – dá nisso.

Perceberam, também, como parece que a FPF está levantando a bola, digo, a tabela dos jogos a favor do Do Recife? Foi o time que menos viajou para além da RMR. Coincidência?

Pelas bandas daqui, Leston saiu em defesa de seu elenco, o que é normal. Mas não tem como fazer vista grossa à franca decadência do futebol desse time. Algo tem que ser corrigido rapidamente, pois é muito jogo atrás do outro.

Creio não errar quando penso que esse Clássico das Emoções foi um dos mais sem emoção de todos os tempos. Valeu mesmo foi a faixa da torcida da barbie perguntando sobre o assassinato de Marielle Franco. Única emoção em um clássico insosso.

Mas vamos que vamos. Não podemos nos afogar diante dos Afogados nas quartas-de-final. Torcer para que os acertos surjam, já que agora é jogo decisivo a todo momento.

Formando mais um coração coral.

Após dois péssimos resultados – na verdade, duas derrotas vergonhosas contra o Vitória e o Salgueiro –  o Santinha conseguiu arrancar um empate salutar com o CSA. A bela cobrança de falta de Pipico nos garantiu a liderança na Copa do Nordeste.

Nessa quinta, no Arruda, o time precisa se reencontrar no Pernambucano e sair com uma vitória contra o Central. Vou levar falta: estarei em aula na UFRPE. Uma pena.

Esse jogo da quinta me fez pensar na minha neta, Liz, de um ano e meio. Esperando a oportunidade certa para leva-la ao Arruda. A peregrinação ao Mundão é uma coisa que tenho como quase sagrada, um ato de devoção.

Minha família é cheia de hereges. Minha esposa e minha filhas são barbies assumidas. Meu genro torce pelo Do Recife. Todo jogo, quando assistimos alguma partida aqui em casa, é uma greia só.

Regado a muita cerveja, tira-gosto e gritos de alegria, xingamento ou tristeza, a polaridade é a tônica dos jogos televisivos. Mas, em meio a esse mar de heresia, surgiu uma grande esperança: minha neta.

Evidente que a presença do avô, no que se refere a futebol e ao Santa Cruz, é constante. Tem que se educar as crianças desde o berço. Minha neta é de uma alegria ímpar. Simpática por natureza e trelosa como qualquer criança saudável.

Faz um tempo que coloco a camisa do Mais Querido nela, canto o hino do Santinha, mostro gols no Youtube,  músicas do time e desenhos de nossa mascote.

Minha neta, toda vez que me vê com a camisa do Santinha, abre um imenso sorriso, fica batendo palmas e repetindo “cruis… cruis…” que, evidentemente, significa Santa Cruz. Meu genro está enlouquecendo. Todas as suas tentativas de corromper minha neta foram devidamente rechaçadas.

A alegria dela quando ver o escudo do Santa – ou até mesmo quando mostro minha carteirinha de sócio – é comovente. Pense na coisa mais linda do mundo. E quando ela dança quando canto o nosso hino é melhor ainda.

Já disse lá em casa:

“O presente de Liz de dois anos vai ser assistir a um jogo do Santinha no Arruda”.

A choradeira é geral. Mas não adianta. Está em formação mais um novo coração tricolor coral santacruzense com todo orgulho e toda raça.

Não vejo a hora em que esse dia de leva-la ao Arruda chegue. Vai ser emoção demais. Vou, com certeza, me lembrar de meu pai e de minha infância. Se ele estivesse vivo, estaria todo orgulhoso.

Fico pensando na cena: bola na área, Pipico corta o zagueiro, puxa para cima do goleiro e manda a bola para as redes. A torcida, em delírio, grita gol, o estádio explode em alegria, todos se abraçam, o placar marca dois a zero para o Santinha. Eu canto “Santa Cruz… Santa Cruz… junta mais essa vitória”. E minha neta, batendo palmas e toda sorridente, repete “cruis… cruis…”. Vai ser lindo.

Hoje é pra ganhar!

A vitória de domingo contra o Do Recife, os coisentos, demonstrou duas coisas essenciais: o elenco está unido, focado e a liderança de Danny Morais se tornou ainda mais forte quando ele foi o responsável por ninguém querer ficar de fora do Clássico das Multidões e Leston Júnior mostrou-se ousado e inteligente.

Ganhar no domingo fortaleceu o grupo, deu confiança  e serviu para vermos com ainda mais clareza o que precisa ser corrigido. Depois do jogo, ouvi, no Arruda, muita gente criticando o Elias. Realmente, ele ficou meio desaparecido no jogo, mas creio que a marcação em cima dele foi intensificada: o menino tem talento e está chamando a atenção.

Anderson foi uma grata surpresa. E Allan Dias está crescendo a cada partida. Percebi que os volantes do Do Recife são burros que só a peste e espero que Sander continue por lá até afundarem para a séricê.

Mas o mais importante é a partida de hoje contra as barbies. O empate anterior deve nos servir de lição. Não podemos sair do Arruda com outro resultado que não seja a vitória.

Ganharemos hoje e teremos mais confiança para passar de fase. Além do mais – o que todo tricolor coral comenta – é que iremos garantir a folha com a boa grana que iremos receber.

Tininho não terá desculpas para atrasar o salário do elenco – um fantasma que já encheu o saco demais.

No domingo, em Abílio, me reencontrei com Juninho, Ridoval, Jorge, Jerry e Marc. A notícia triste foi o fato de que o velho Galvão encerrou seu contrato com o Santa Cruz e fechou as portas de seu bar. Uma pena mesmo.

Marc, entre uma cerveja e outra, comentou a importância de ganharmos hoje:

– É um jogo decisivo porque garante a folha e permite ao clube gerir com mais tranquilidade seu financeiro. E temos que entender que nosso time não é o Barcelona.

Isso é fundamental.

Por isso, camaradas, é nossa obrigação invadir o Arruda hoje, apoiar o Mais Querido e empurrar o time para cima das bonecas.

Jogo que tem que ser jogado com sangue no olho, com a velha garra coral e com espírito de time grande.

Estou otimista, como já disse antes. O retorno ao Arruda foi no melhor estilo possível. Foi uma greia ver a torcida, na saída, mandando o “isportê” para aquele lugar.

Hoje à noite quero ver qual vai ser o grito de euforia após nossa vitória.

Santa Cruz… Santa Cruz… junta mais essa vitória!

Seremos campeões de tudo.

Final de período na UFRPE, orientações de projetos, bancas de TCC, chororô dos alunos por nota, reuniões sucessivas de planejamento, prévias carnavalescas dando na canela, amigos com muita sede sempre chamando para beber e um espírito maligno que decidiu assombrar meu PC, destruir meu HD e me deixar longe da escrita desde o jogo contra o ABC.

Só agora consegui exorcizar o coisa ruim de meu PC e voltar ao mundo digital e à vida de cronista. Não consigo escrever no celular: pense em um cara old school. Quando Jô fez aquele golaço, pensei: seremos campeões de tudo? Porque aquilo foi um milagre. E bem antes do aniversário do Santinha aqui no Pátio de Santa Cruz – que festa linda!

Seu Luís, o porteiro mais simpático do mundo, me perguntou:

– E aí, professor, está com esperança esse ano?

– Estou, Seu Luís. Muita. Esse time é muito melhor do que o timeco do ano passado.

– Qualquer time é melhor do que aquela desgraça, professor.

É verdade. Mas um milagre é uma coisa bem interessante. O gol de Jô foi tão fora da curva que só mesmo acreditando em milagres e que esse ano será o nosso ano.

O jogo contra o Capibaribe demonstrou o que precisamos acertar. As barbies não estão em uma boa fase e o Do Recife tombou contra a Tombense – só notícia boa.

Na resenha, ouvi alguns comentadores desconfiados com nosso time contra o Sinop. Vejam que maravilha: não só ganhamos e passamos de fase – vamos embolsar R$ 625 mil que vão ajudar e muito aos cofres do time. Estou começando a ficar otimista de novo.

Mas o que eu considero o mais relevante nessas rodadas é o fato de voltarmos ao Arruda nesse próximo domingo. Estou ansioso que só a porra. Nesse domingo não tem universidade, prévia de Carnaval ou amigo com sede que me impeça de ir ao Arruda. Meu Carnaval e minha sede serão na nossa casa contra o Do Recife.

Como é época de milagres, espero que não surja uma notícia de última hora levando o jogo para a puta que pariu, ou seja, a famigerada Arena.

Um bebum tricolor coral – que sempre toma umas em Seu Sebastião – me disse:

– Esse Pipico joga muito. Uma pena que não estará no clássico.

É verdade. Fará falta. Clássico das Multidões não é brincadeira: sangue nos olhos, concentração, errar minimamente e sair com uma bela vitória.

Como disse, estou bastante otimista nesse início de ano. Seremos campeões de tudo foi a frase que disse a Gerrá após o gol de Jô. Evidente que esse não é o time dos sonhos de ninguém, mas está muito acima da média do que tivemos que aturar ano passado.

Dá saudade de Grafite, João Paulo e Keno, é claro. Mas já havíamos diagnosticado: com cinco meses de salários atrasados não tem time que jogue bem. Enxugar a folha e montar um time competitivo é a tônica do futebol pernambucano em 2019.

Esse clássico, meus amigos e minhas amigas, será o divisor de águas. Creio que a vitória contra o Sinop veio em excelente hora. Entraremos confiantes no Arruda.

Lá vamos nós – não tem desculpinha para não irmos ao Arruda. Vai ser muita cana, muita alegria, momento de reencontros e de sentir aquele frio na barriga e gritar “É… tricolor”.

Altos e baixos.

Altos e baixos e a busca pela regularidade. No início de temporada, o Santinha enfrentou um Treze embalado e não fez feio. O início do Pernambucano foi animador: dava para sentir a euforia e a esperança da torcida.

O jogo contra o Flamengo foi sofrido. Como disse antes, temos que dar o desconto daquele famigerado gramado. E aí veio o Bahia e a porca torceu a rabichola.

Gerrá, que continua encapelado na vida boa da praia, me mandou algumas observações sobre esse jogo:

“A defesa falhou bastante nos gols. O lateral esquerdo deve ter sido pego em um peneirão do Bueirão. O meio de campo é muito burocrático. Allan Dias e Augusto são uma desgraça. O ataque ainda não tem força, mas o menino Elias se salvou. Apesar da qualidade técnica e da diferença de orçamento, nosso time se mostrou arrumado em campo. Silas mostrou que pode ser útil”.

Gerrá desceu o sarrafo em nosso guarda metas. Creio que com uma zaga desencontrada é difícil julgar plenamente o goleiro. Ainda acho cedo para um julgamento mais severo.

Ontem, contra a famosa zebra do campeonato, o Santinha mandou e desmandou. Uma vitória de 4 x 1 é para ser comemorada, bem como a liderança provisória. Mas até Allan Dias fez o dele. Elias tem meu respeito. Acho que esse menino ainda vai crescer muito. Tem hora que ele fica meio endiabrado em campo e dá gosto de ver. Eis aquela velha garra do Mais Querido.

Estava checando a tabela do pernambucano. Salvo engano, creio que só teremos o prazer inenarrável e incomensurável de retornarmos ao Arrudão no Clássico contra o Do Recife no dia 17 de fevereiro. Sabem o que isso significa?

Meus amigos e minhas amigas, significa que teremos tomado todas no Pátio de Santa Cruz dia 3 de fevereiro no aniversário do Santa Cruz – ainda mais, vou acompanhar meu amigo Juninho no Marco Zero com o maestro Lessa – e que o fígado estará se preparando para o Carnaval. Eita, na verdade já é Carnaval.

Nesse final de semana, estava tomando umas no sítio de meu grande amigo rasta, Jobécio, tricolor coral de sempre. Conheci um delegado lá que é conselheiro do Santinha. Ele me jurou de pés juntos que o gramado já está pronto.

Espero que sim, pois ninguém tem mais o saquitel de ir para a casa de caralho ver os jogos. Vamos ver se o jogo contra o ABC, no sábado, não será transferido para o quinto dos infernos no último momento.

Está mais do que na hora do time encontrar sua torcida em casa. E encontrar uma regularidade que justifique nossas esperanças.

Esquentando os tamborins.

Gerrá estava na praia, na vida boa, e me pediu para escrever sobre o jogo do Santinha contra o América. Sama pediu para elogiar o time: “Dá uma instigada na torcida”. Eu estava me preparando para escrever quando li o comentário do amigo Flávio Tricolor de Gravatá. Disse tudo o que eu queria escrever – ipsis litteri.

Flávio escreveu: “A impressão foi muito boa da partida de ontem, a equipe se mostrou arrumada taticamente, ainda precisa melhorar é claro, mas me deixou animado. Ainda precisamos de reforços, principalmente para meia, hoje foi anunciado Patrick Vieira, espero que ajude apesar dos problemas com sucessivas lesões que sofreu nos últimos três anos. Não poderia deixar de elogiar três jogadores; o lateral direito Marcos Martins, mostrando que existe vida além de Vítor, bom no apoio e ótimo na marcação, o zagueiro Vitão, jogando bonito quando era para jogar bonito e dando chutão, quando era para dar chutão, além dos gols marcados, destaque para o primeiro que foi sensacional e por último elogiar o garoto Elias, pela personalidade e pelo gol de gente grande”.

Disse tudo. Mas ontem, o jogo contra o Flamengo foi truncado, feioso mesmo. Dois gols de pênalti. Só assim para Augusto fazer alguma coisa. Mas não dá para deixar de comentar o péssimo estado do gramado. A bola parecia quadrada.

O resultado não foi de todo mau. O Flamengo veio de uma grande vitória contra o Do Recife e jogar fora de casa tem lá o seu peso. Estou confiante no modo como Leston Júnior está montando nosso time.

O teste de fogo, o jogo em que veremos o alcance dessa equipe será, para esse início de temporada, no sábado contra o Bahia. Agora o negócio é outro, camaradas. Esquentem os tamborins que a parada é dura.

Além do mais, a torcida tricolor coral está ansiosa para retornar ao Arruda. Iniciaram o esquema de vendas de ingressos. Eu já estava pensando comigo como sempre faço: rever os amigos, tomar umas em Abílio e comer o melhor cachorro-quente do mundo.

Porém, meu amigo Juninho me mandou uma mensagem no zap que é desanimadora. É bem possível que o jogo seja transferido para a Arena. Esse esquema é velho e fode a torcida.

Possivelmente o gramado não está pronto porra nenhuma. Mas acredito que é preciso transparência por parte da presidência e da diretoria para informar aos torcedores onde realmente será o jogo.

Vender ingressos como se fosse para o Arruda e levar a galera para a Arena é sacanagem. Já estão negociando para que o jogo contra o Afogados seja também na Arena. Haja paciência.

Saudades do Arrudão. Tricolor coral santacruzense sabe que sua casa, seu lar, seu reduto é no Mundão do Arruda.

Que comecem os jogos.

Dizem as más línguas que alguns olheiros da Nova Zelândia – de um grande time de Auckland – entraram em contanto com o Santinha para levarem Héricles para a Oceania. Meu velho, que danado de falta foi aquela contra o Botafogo/PB? Bastou elogiar o cara no post anterior e deu essa lambança. Mas sigamos.

O sábado foi de tirar muita onda com os torcedores do Do Recife e do Capibaribe. Flamengo e Central mandaram bem. Melhor início de campeonato só mesmo com nossa vitória nesse domingo contra o América.

Estou desolado. Esse jogo na arena é de lascar. Tudo bem, o estádio é massa, as instalações são de primeira, mas chegar e sair de lá são outros quinhentos. É teste de paciência.

Uma pena. Estou ansioso para retornar ao Arruda. Gerrá está na praia, na vida boa. E Sama não poderá se deslocar aos confins do planeta. Possivelmente irei me encontrar com o incansável Juninho – um dos tricolores corais mais verdadeiro que conheço.

No jogo contra o Botafogo/PB, nosso goleiro foi bem. A zaga é bem diferente daquele desastre do ano passado. Ainda sentindo falta de Pipico nesse time.

No Twitter, Leston Júnior mostra que está muito consciente de seu time. Estou otimista com esse nosso treinador. Espero que o fantasma dos salários atrasados não se torne nossa maldição. E também espero que o time se acerte mais e encontre sua personalidade.

É extremamente importante não vacilar nesse domingo e trazer uma vitória. A notícia mais recente foi a contratação de Guilherme Laranja, digo, Guilherme Queiroz. O Laranja, digo, o atacante veio do Juventude e já está treinando com o elenco.

O negócio agora é torcer para que o gramado do Arruda seja logo reformado e que possamos retornar à nossa casa. Teremos, em 2019, finalmente, um placar eletrônico. Já escrevi sobre isso aqui. Muito feliz com essa notícia. E nosso CT está na eminência de se tornar uma realidade.

Bem, hora de preparar o fígado para essa maratona que é o Campeonato Pernambucano. Hora de rever os amigos, tomar todas em Abílio, comer o melhor cachorro-quente do mundo e sonhar com conquistas nesse ano que se inicia.

Acho que me arretei. Hoje estou otimista que só a porra. Avante, Santinha. Que comecem os jogos!