O Santa Cruz possui três grandes patrimônios: o Arruda, sua História e a torcida. O último é quase um caso psiquiátrico. No dia 04 de dezembro, a loja da Volt foi inaugurada. Deu gente que só a porra. Foi uma festa arretada. E o mais incrível: mesmo com o time sem jogar, ainda tentando arrumar a casa para 2022, essa torcida apaixonada foi lá e comprou mil camisas em 24 horas. É muita maluquice.
Esse é um capital que o Santinha precisa saber usar a seu favor. Recentemente acompanhei a entrevista do advogado Cláudio Pracownik. Ele é sócio e diretor executivo do Brasil Prural Banco Múltiplo S.A. O caba é especializado em finanças esportivas e sua empresa atua no ramo. Sabe qual seu maior feito? Ele foi alçado à condição de vice-presidente de Finanças do Flamengo. Sabe o resultado? Nem precisa dizer. O Flamengo saiu de um caos terrível para um clube competitivo, que chama a torcida e briga no futebol.
O ProSanta ensaiou esse papo de clube empresa. A diferença é que Pracownik soube usar o capital humano do Flamengo – funcionários, atletas e principalmente a torcida – alinhado com o capital financeiro. Atraiu uma porrada de investimentos para o clube que conseguiu se soerguer. Mas ele foi bem claro: não é uma tarefa que vai ser feita de um dia para o outro. É preciso mudar a “ecologia do futebol”. Precisamos de uma empresa desse naipe e urgentemente.
Para se ter uma ideia do poder de nossa torcida e de seu potencial como fonte segura para reerguer o Mais Querido, basta ver como, em pouco tempo, a Volt já aportou um capital de 1,5 milhão de reais. É o que se chama de combustível financeiro. E quem impulsionou isso? Um marketing bem feito e uma torcida insanamente apaixonada.
Enquanto isso, seguimos contratando. O executivo do Santa Cruz informou que teremos um elenco pronto em 2022. De boa, só acredito vendo. Tem muita gente nova que não conheço, tenho que admitir. Segundo especialistas, a média de altura dos jogadores é alta e as idades mesclam muita gente nova com uma galera mais experiente – o que, creio, é essencial para obtermos sucesso.
É preciso compreendermos, em definitivo, que gerir um clube de futebol necessita de expertise administrativa em todas as áreas de sua existência. Usar esses três patrimônios citados como capital a favor de nós mesmos é algo que parece tão básico que beira a estupidez não usá-lo.
Bastou uma arrumadinha na fachada da sede e a torcida já fica toda orgulhosa. Puta que pariu, temos que usar essa paixão para que o Santinha volte a ser o clube grande que está em sua vocação original. Essa é nossa dimensão mais atávica.
Saber articular o mercado futebolístico com nossa História, o Mundão do Arruda e essa torcida enlouquecida de paixão é algo que nos parece quase natural de ser usado a nosso favor.
O que precisa? Algo que sempre falei aqui: racionalidade, inteligência, amor ao Santinha, expertise e vontade, muita vontade de entrar para a história desse clube como “aqueles que nos devolveram o orgulho”. Não é pouca coisa não. Foda é ficar conhecido como “os piores de todos os tempos”.
Salve meu Santinha sempre!
Essa torcida tem que ser estudada mesmo.
Concordo com tudo , sou um exemplo psiquiátrico também, vi a foto e o título do texto e já fiquei animada e emocionada.
Grata por essa injeção de ânimo Zeca.
Salve o Santinha!