Certa vez, um cara que trabalhava comigo falou, “pra que ir ao cinema, se eu posso pegar uns dvd’s e assistir em casa. No conforto, com segurança!”.
Hoje, quando vejo alguém dizer que prefere ver futebol na TV por causa do conforto, segurança, essas coisas, me lembro daquele papo do amigo do trabalho.
É claro que essa crise, a fim do Todos com a Nota, o horário e a televisão são concorrentes desleais do futebol no estádio. Por outro lado, parte da torcida mais apaixonada do Brasil, de repente, começou a se tornar exigente e cheia de mi-mi-mi.
Quem gosta do jogo futebol, não deixa de ir ao campo. Foi assim que aprendi a amar o Santa Cruz. Desde pequeno que vou ao Arruda. Levado pelo meu pai, a gente chegava cedo para ver a preliminar. Minhas maiores emoções, aquelas que guardo até hoje na lembrança, sempre foram ali, sentado no cimento, sentindo o cheiro do Arruda e o calor da nossa torcida. Gritando, xingando, aplaudindo, transpirando amor pelo Clube das Multidões. Na hora do pega pra capar, nunca me importei com a qualidade do produto. Eu visto é minha camisa, me mando pro Arruda e quero é ver o Santa Cruz ganhar.
É desse jeito que despertei a paixão nas minhas duas filhotas. Levando elas pro José do Rego Maciel. As meninas não trocam o luxo de casa pelo desconforto do Arruda. “Papai, bom é no Arruda!”
Aquele que disser que ver futebol na sala é o mesmo que assistir no estádio, é porque não gosta de futebol, é apenas um admirador, um simpatizante.
O fato é que nesta quarta tem decisão. Jogo pra assumir a liderança do grupo A da Lampions League e passar pra fase seguinte com moral de vencedor. Na bola, na raça e no grito. É daqueles jogos que a força da nossa torcida faz a diferença.
Nesta quarta-feira, contra os paraibanos, quem quiser que fique em casa. Eu vou é vestir a camisa do Santa e me mandar pro Arruda.
Eu vou. Marconi vai. Andreza já confirmou. Osvaldo disse que ía. Paulinha vai também. Dinho, Junior Alicate, Seu Abimael, Rosineide, Naná e mais um bocado irão. Besta é quem deixar de ir!