Ainda estou em êxtase. De alma lavada e com o coração transbordando de felicidade. Estou assim…, de bem com a vida, distribuindo abraços e espalhando sorrisos.
Senhores, que vitória. Que raça. Uma vitória que só merece aplausos.
Hoje, para o nosso Santa Cruz, eu jogo confetes, abro uma cerveja, faço um brinde e estampo no peito o orgulho que tenho de torcer pelo time do povo. Aquele que quando joga a poeira se levanta.
O triunfo desta tarde ensoralada, eu tomo a liberdade de dedicar a garota anônima que passou por mim no supermercado, reparou a minha camisa e perguntou quanto foi o jogo. Seu olhos brilharam de alegria.
Dedico a Delmes Herval, meu sogro, que esta semana sofreu um AVC, está internado, mas hoje fez questão vestir nosso manto sagrado e mandou sintonizar a televisão do quarto do hospital para ver o Santa ganhar.
Dedico a Zé, a João, a Maria e Severina.
A toda zona norte. A sul, a leste e a zona oeste.
A minha linda Mariá que não tirou os olhos da televisão e viu toda a partida junto de mim. Pulava, gritava, comentava. E da maneira mais pura, aliviou o meu nervosismo com sua confiança no time.
Só sei que quando a gente ganha, meu mundo fica em paz.
Suas avenidas, becos e ladeiras se iluminam. Janelas e portas ficam abertas. Os poetas declamam na praça. As pessoas se abraçam e conversam na calçada. Os meninos jogam bola no meio da rua.
Quando o Santa Cruz ganha desse jeito, eu lembro de Pablo do Bar Raízes que, depois do jogo, cheio dos paus, ligou para mim pra saber se Samarone tinha morrido.
Lembro de Raul Holanda, Danilo, Birigui, Fred Arruda e todos os tricolores corais santacruzenses das bandas do Arruda que estão exilados pelos quatro cantos do mundo.
Lembro da alegria da Portão 10, do bandeirão da Inferno.
Lembro da piscina quarada de gente nas nossas conquistas.
Lembro de Bráulio de Castro, Maestro Forró, Spok, Jr Black, Bruno Pedrosa, Gildo Brasáfrica, Cannibal e tudo que é artista do Santa Cruz.
Quando o nosso querido Santinha ganha desse jeito, eu tento apagar alguns dias do calendário. Fico contando os minutos e tento acelerar o relógio para apressar o tempo, na vontade que o próximo jogo chegue logo e eu corra para o Arruda, para ter o prazer de ver o meu Santa jogar e voltar a recordar de tudo que é bom nessa vida!
P.S.: Soube agora que o time chega por voltas das 10h e já tem um monte de gente se organizando para ir até o aeroporto.