Domingo amanheceu ensolarado. E dia de sol, ultimamente no Recife, é uma vitória. E era isso o que a torcida coral queria que ocorresse na celebração dos 50 anos do Arruda. Acordamos com o espírito sobrelevado, uma alegria legítima e aquela velha e boa sensação de que tudo iria dar certo.
Cheguei nos arredores do Mundão às 15h30. Fui bater o centro em Abílio. Mandava fotos e notícias do jogo, via zap, para meu amigo Heber que mora em Brasília. Essa paixão ocupa o Brasil inteiro. Na entrada das sociais me encontrei com Heitor. Estava, como todos ali, exaltado de alegria. A atmosfera era incrível: sorrisos esparsos, gritos de guerra, camisas tricolores para todo lado… era gente pra caralho.
Comprei os tickets para uma porrada de cerveja e entrei nas arquibancadas das sociais. O Arrudão estava lindo. O sol, senhor todo poderoso desse dia, prenunciava ventos bons e um gosto de conquista pairava no ar.
A torcida cantava embalada por data tão especial. E a entrada do time em campo foi saudada com essa mesma alegria. Foi, de longe, o melhor primeiro tempo do Santinha na Série D. Parecia outro time: aguerrido, concentrado e jogando com vontade. O domínio era absoluto sobre o Sergipe. Criamos várias chances de gol. Ratinho acertou o passo e jogou bem. Alemão foi um dos melhores em campo e Wescley criou situações de perigo para a meta de Dida.
Daniel Pereira meteu um chutaço no ângulo que foi espalmada com categoria. Jogada plástica. Uma pintura. A pressão coral era avassaladora, não dava trégua. Até que aos 42 do primeiro tempo – após gols perdidos e bola no travessão – Furtado cruza na pequena área e Hugo Cabral, no melhor estilo Usain Bolt, ultrapassa a zaga e faz o gol. O Arruda explodiu de alegria. Chuva de cerveja, abraços aleatórios e muita, mas muita felicidade.
O segundo tempo começou com uma postura menos ofensiva do Santa Cruz. A torcida chiou e berrava para Martelotte atacar. Parece que o time escutou e partiu pra cima. De boa, esse jogo era para termos ganho de, ao menos, 3 x 0.
Após o apito final, fui me encontrar com Juninho, Jerry, Marc, Roberval e Big em Abílio. No meio de muita cerva e cantorias de vitória, Big soltou essa: “É, parece que essa torcida deu liga ao time”.
Porra, exatamente isso. Na mosca. Essa torcida coral é muito foda mesmo. Empurrou o time o tempo todo, acreditou e foi agraciada com a nossa entrada no G4 do grupo. Era impressionante como todo mundo ria, as piadas mais sem graça soavam como a coisa mais cômica do universo.
Os brindes se multiplicavam, a cantoria seguia noite adentro e aquele sentimento que o sol havia nos fornecido no início da manhã e por toda a tarde parecia ter encontrado abrigo em nossos peitos. Uma vitória solar para iluminar nossa estrada a partir de agora.
Eu já estava bêbado quando me encontrei com Lucas no posto na Av. Beberibe. Estava tentando pegar um táxi para ir me encontrar com meu grande amigo Leonardo Neves no Rosarinho, pois a cachaça tinha que continuar, ainda mais quando havia tantos motivos para celebrar.
Lucas era só sorriso. Essa alegria própria que nós tricolores corais portamos é uma coisa linda demais. Trata-se de um sentido de pertencimento coletivo que emanou de 19.999 corações que estiveram presentes no jogo.
Sair do Arruda com uma conquista superlativa é bom demais. Avante, meu Santinha. Se ganharmos o próximo jogo contra o CSE fora de casa, segure a onda, pois o Arruda vai lotar dia 19 contra a Jacuipense. É bom demais ser Santa Cruz de corpo e alma. Ninguém nos segura depois desse domingo. Deu liga e só vou apostando.
Salve meu Santinha!
Exatamente isso. Foi uma vitória superlativa. Espero que o time siga assim até o final da competição.
Além da alegria pela vitória e presente ao cinquentenário do Colosso com a vitória, registro aqui o agradecimento pelas imagens, áudios e principalmente pela alegria que trouxestes, meu querido Zeca, a este distante e saudoso tricolor. Só quem sente tanta saudade sabe bem a importância destes detalhes. Agora, é seguir no embalo desta paixão inquebrantável, onde quer que estejamos. Ao amor ao Santa não tem divisão.
Obrigado.
Sdc
Saudações tricolores corais, meu velho