A galera costuma dizer que a Série D é um campeonato muito difícil. De boa, existe algum campeonato fácil? Seja no Brasileirão, nas diversas séries do campeonato inglês, as pelejas na Argentina ou em Camarões, não tem jogo fácil em lugar nenhum.
As dificuldades de cada certame se dão por suas diferenças. No caso da Série D, as características que acentuam o elemento punk-rock da competição se traduzem pela baixa qualidade técnica dos jogadores, baixo investimento, gramados para lá de sofríveis, jogos pegados na violência mesmo e pela quase inépcia tática universal.
Tudo se mistura. E não foi diferente nesse jogo do Santinha contra o CSE. O gramado surrado pela chuva do estádio Juca Sampaio em Palmeira dos Índios estava uma coisa linda. No primeiro tempo, sem dúvida alguma o melhor do jogo foi a zaga com Poço de Lama, Buraco e Grama Podre. Puta que pariu, que campo é esse?
Nesse quesito, o Arruda se garante demais. Enquanto Léo Medrado falava um bocado de bosta na rádio, a torcida que teve coragem de viajar para ver o jogo em terras alagoanas merece todo o respeito do mundo.
A partida de polo aquático, digo, futebol, foi uma das coisas mais horrorosas do ano. Mas não podemos colocar a culpa nos atletas, uma vez que nem Messi ou CR7 (Ronaldo ou Flávio) não teriam muito o que fazer em meio ao caos advindo de tanta água. E a drenagem? Porra de drenagem, é piscina mesmo.
Como diria os Devotos do Ódio, essa porra é punk-rock-hardcore. O segundo tempo começou mais rápido – creio que os jogadores atingiram a iluminação e compreenderam a mecânica do gramado encharcado – e a água parecia ter diminuído um pouco. Lembrei-me de uma regra de ouro do futebol de botão: quanto mais tempo a bola ficar na defesa do adversário, melhor. Era o melhor que se podia fazer.
Ratinho nadou que só a porra. O escafandro de Rafael parecia pesar uma tonelada. Jefferson deu uma saída terrível e quase fez merda. E aí começou o festival de chutão, apesar do Santa Cruz ter acordado, imprimindo, dentro do possível, o ritmo de jogo. Porém isso não durou muito e o CSE teve mais posse de bola.
Mas esse jogo de usina ou de várzea terminou em um zero a zero feioso que só a porra. Menos mal. Um pontinho importante. O jeito agora é aguardar dia 19 para voltarmos ao Arruda. E que seja um dia de sol: a torcida, o futebol e principalmente o povo da RMR merece.
Até lá, é escutar muito Heavy Metal e ter paciência. Não tenho dúvida que a torcida mais apaixonada do Brasil vai fazer sua parte. Sempre fizemos a diferença e temos que ajudar o clube a sair dessa famigerada Série D. Mostramos isso no domingo passado.
E salve meu Santinha!
Jogo muito ruim. Gramado péssimo.
Domingo é no ARRUDA!!! Simbora!
Consegui assistir ao jogo por alguma via pirata que acessei na hora. Sou daqueles que acredita que, mesmo sendo série D, não significa que os profissionais tenham que se submeter a trabalhar num cenário indigno como aquele. Correram risco os jogadores de se machucarem seriamente, logo eles que precisam de seus corpos para o pão de cada dia. Quanto a possibilidade de bom jogo, isso nem é necessário falar por não ser possível na lama. Ali é sobreviver. 1 ponto na bagagem, em condições assim, ou melhor, sem condições, foi uma vitória. Agora, o Arruda espera esses guerreiros. Compareça torcedor. Precisamos virar essa página, sair dessa lama.
Sds tricolores