Herança maldita.

Presidente do conselho deliberativo do Mequinha, vice de ALN em 2010 e candidato à vice de Albertino em 2017. Quem é? Pois é, meus amigos e minhas amigas, nosso presidente. O que isso significa? Significa que o nosso atual estado de coisas não tem nada de novo. Sempre do mesmo.

Esse discurso de que a culpa de nossa decadência é devido a uma herança maldita não se sustenta. E isso por duas razões.

Primeiro, como bem lembrou o torcedor coral Arthur Silva no Twitter, Joaquim Bezerra apareceu em uma live, ao assumir o cargo,  dizendo que o cenário era melhor do que eles esperavam. O Santinha tem uma das maiores folhas da Série C e foi, temos que admitir, uma competição nivelada por baixo.

Parece que um espírito amador, falta de conhecimento de mercado diante da competição e desacertos contínuos de gestão marcaram, em definitivo, nosso modo de encarar o futebol. E vale lembrar que se não fosse a nossa base herdada de gestões anteriores, possivelmente a nossa realidade fosse ainda pior.

Inegável afirmar que as diretorias anteriores não foram boas. Creio que essa sensação tinha que ser combatida e foi um dos fatores fundamentais para a eleição do ProSanta que soube muito bem conduzir esse sentimento da torcida.

Como bem argumentou Marcelo Almeida aqui no blog, faltou compreensão das dificuldades do que é disputar uma Série C e uma necessidade descabida de fazer uma varredura na comissão técnica e jogadores da temporada anterior. Até hoje tento entender a razão dos desligamentos de Paulinho e Didira. Além das contratações exageradas e equivocadas feitas a posteriori.

Segundo, se o argumento de uma herança maldita for levado a sério, então não poderemos votar em mais ninguém, pois a mesma sempre estará lá. Que os exemplos do Flamengo e do Cruzeiro – tão antagônicos – possam nos servir de inspiração. Acusar o passado imobiliza as ações do presente.

Se alguém for se candidatar, é óbvio que deve ter em mente os problemas atuais do clube. De minha parte, acreditei em Alírio e no ProSanta, confesso. Mas agora não tem torcedor que se ache o entendedor de política do clube, o maior tricolor coral de todos, aquele que vive e respira o Santinha que me convença a votar e acreditar em chapa alguma. Só acreditarei, no futuro, em resultados. Só assim irei apoiar essa ou aquela diretoria. Para mim já deu acreditar e sempre me deparar com desastres. Vivendo e aprendendo.

Prometeram o acesso à Série B como o grande objetivo desse ano e recebemos um vergonhoso rebaixamento para a Série D. Sim, o final de semana foi terrível e não teve fé ou esperança que nos ajudasse. O Floresta empatou e perdemos para a Tombense.  A Jacuipense perdeu, mas já estava decretada nossa queda.

Vamos penar na Série D novamente e não acredito em milagres quando se refere ao nosso atual quadro humano de tomada de decisões.

Nossa situação não é boa, mas torcedor e torcedora tricolor coral das bandas do Arruda jamais vai perder a paixão, o amor incondicional que nos alimenta e que nos move com tanta força. Sim, são em tempos sombrios que o espírito se reinventa, se agiganta e dá a volta por cima.

Como diz a célebre letra do samba-canção Volta por cima de Paulo Vanzolini: “Reconhece a queda e não desanima, levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”.

Que tenhamos forças para sair desse inferno assim como o fizeram Orfeu e Sísifo. Com inteligência e vontade, quase tudo é possível.

Salve meu Santinha!

Uma resposta para “Herança maldita.”

  1. “Segundo, se o argumento de uma herança maldita for levado a sério, então não poderemos votar em mais ninguém, pois a mesma sempre estará lá”.

    Perfeita a colocação para esse eterno argumento raso de diferentes diretorias eleitas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *