Os Russos e Nós

De Moscou. Acabo de sair do escritório da Macmillan de Moscou, onde tive uma reunião desastrosa com um grupo de editores russos, para caminhar na praça vermelha do Kremlin, espraiar a cabeça e pensar nas últimas linhas que estou escrevendo para a introdução do próximo volume da Trilogia das Cores. Decidi escrevê-las em Moscou por dois motivos: o primeiro, a insônia; o segundo, a psicologia. Vamos aos fatos.

Desde que cheguei aqui, comecei a prestar atenção no comportamento dos russos. Por exemplo, numa reunião de negócios, os anfitriões normalmente se entreolham com sarcasmo durante o momento em que você fala. Em termos de etiqueta, este é o pior sinal, pois ao mesmo tempo que intimida o convidado, o impede confrontá-los sem parecer desrespeitoso. Dirigi um elogio a uma funcionária que acabava de fazer aniversário. Falei simplesmente: “bem-vinda aos trinta!” Ela retrucou num inglês com sotaque de Ana Karenina: “impolite”. Há uma inimaginável desconfiança dos russos contra os outros; e deles contra eles mesmos. Sinto dez olhos me perseguindo pelas costas; ao olhar de volta, estranhamente tudo parece normal. Talvez a circunstância do país colabore para isso.

Isso me fez pensar nos torcedores do Santinha, incluindo eu mesmo. Nossa desconfiança contra um punhado de pessoas (diretores, técnicos, jogadores) soa extremamente exacerbada, mesmo quando fundamentada. Da mesma forma soa nosso excesso de confiança. Após o último jogo, quando o Santa jogou na corda bamba até fazer o segundo gol, todos os torcedores destacaram qualidades que, com exceção da raça, foram praticamente inexistentes. Creio que o único comentário lúcido foi o do torcedor Paulo Jr, quando falou que beiramos a uma catástrofe. Porém, esquecemos isso por causa da vitória, que produz uma amnésia coletiva, como na França logo depois da Segunda Guerra. Os vilões do nosso time de repente tornaram-se heróis, como nas metamorfoses de Ovídio, apesar de que um olhar atento ao jogo vai revelar que, do meio campo pra frente, nosso time foi uma completa lástima. Não consegui ver metade do que Inácio viu em Tiago Costa e Caça Rato, a não ser novamente um excesso de ruindade e correria. O Santa ganhou indiscutivelmente na tática da “guerrilha”. Isso nos fez subir em 2005, mas nos rebaixou no ano seguinte. Como diriam os economistas, nossa glória não parece ter “sustentabilidade”. Já nossas misérias…

A psicologia russa nos explica, a nós tricolores e ao Santinha, de uma forma perfeita. Aqui tive o prazer de visitar a casa de Dostoievski, um dos meus escritores favoritos e que talvez moldou “meu espírito” como ninguém mais. Quando adolescente, fui capaz de vender todos os CDs do meu pai para comprar a sua edição completa publicada pela José Olympio. Lembro-me bem, foi no sebo Progresso, cujo dono me tapeou feio. O rapaz foi lá em casa, olhou para os discos de Roberto Carlos do meu pai, e disse: você paga seiscentos e cinquenta reais e me dá todos esses discos aí também. Percebi a gota de suor descendo da testa dele, um indício que inocentemente ignorei. Confesso meu pecado, torcedor. Realmente eu cedi à tentação; e logo depois fugi para a casa da minha avó, sabendo que o velho iria me esquartejar em praça pública. Ainda hoje, quando volto a Recife e olho a prateleira da minha biblioteca, observo  aqueles dez volumes com um misto de prazer e de culpa. Se o leitor conhece Dostoievski, vai me identificar com o Raskolnikov, o príncipe dos assassinos ideólogos.

Quando você pensa nos personagens de Dostoievski, não há como não traçar uma linha entre eles e nós. Por dois motivos principalmente. Ei-los:

Primeiro, eles se regozijam na miséria existencial de uma forma mística. O leitor vai achar que eu sou um esquisito escrevendo essas coisas, mas nós tricolores também o fazemos. Foi quando fomos ao fundo do poço na Série D que encontramos nossa unidade, ou como dizia Bergson, nosso “élan vital”. Os personagens de Dostoievski sentem isso quando tem um ataque epilético, o que acontece com frequência nos seus momentos melancólicos. As nossas tragédias são talvez nosso ponto máximo, como se caminhássemos cegamente para elas como Édipo para seu crime de incesto, arrastados inconscientemente. Às vezes eu penso (devo confessar?) que temos um deleite especial na derrota. Mesmo nossas vitórias são como a chegada da felicidade nos livros de Jane Austen, com um final feliz no último minuto, quase inacreditável. Encontramos nosso Mark Darcy nos descontos, num beijo arfante. Somos todos parentes psicológicos dos Irmãos Karamazov. Talvez por isso mesmo sempre nos reerguermos espantosamente, com uma força monstruosa. Torcedores viajando quilômetros para assistir a um jogo no fim do mundo, maridos abandonando suas famílias pelo Santa Cruz, vidas por um fio por causa da próxima partida, como eternos pagadores de promessa… Não entendem do que eu estou falando? Leiam seu livro chamado O Jogador.

Segundo, porque os personagens de Dostoievski são intrinsicamente tricolores ao serem sempre apresentados com as consequências antes das causas. “Um barulho surgiu, o trinco moveu-se, Dimitri apareceu na escuridão”.  Quem teve esse insight não fui eu, e sim o Marcel Proust, que também era fã do russo. Quem leu qualquer livro de Dostoievski, seja Crime e Castigo, Memórias do Subsolo ou mesmo Humilhados e Ofendidos, vai perceber que os “pobres diabos”, como ele os chama, são também guiados pelas consequências das ações e não pelas suas causas. Seu destino é traçado por uma série de desentendimentos, tal qual o funcionamento do nosso juízo (e também o dos radialistas!). Isso explica a nossa psicologia tricolor, a nossa violenta transição entre paixão e ódio pelos nossos jogadores, treinadores e dirigentes. Querem um exemplo em duas palavras? Denis Marques.

Convido o leitor a ler um livro de Dostoievski chamado Os Demônios , que é de uma pujança tricolora. Há um personagem chamado Stavogrin que se comporta exatamente como Caça Rato, como um possesso. Quem assistir novamente ao gol de Caça Rato na final contra a coisa, vai perceber que naquele momento ele não era ele. Ali, digamos, ele era “legião”. Às vezes observo Caça Rato e lembro do início diabólico do livro Memórias do Subsolo: “Eu sou um homem doente, um homem doente”. Dostoievski era certamente um tricolor ante litteram – nele encontramos a essência do que nós somos, talvez nossa “razão de ser”. Talvez por isso também somos os torcedores mais literários, nos nossos jogos há uma pungência artística. Vejam só, isso tudo descrito por um russo a quilômetros de distância do nosso Recife ensolarado, do Arruda e num clima tão diferente!

Nossa, ia falar do jogo contra o Brasiliense e das próximas partidas importantíssimas que nos aguardam agora, mas acabei falando dos russos e do Dostoievski. Foi melhor!

34 respostas para “Os Russos e Nós”

  1. Agora só falta um
    Que é o Galo de Campina
    Cujo canto não se afina
    Com o veneno incomum
    Que na Coral é comum
    Pois a ela não ofende
    Apenas a quem se rende
    A seu poderio medonho
    Pra concretizar um sonho
    Que de novo se acende.

    Ivan Patriota de Siqueira

  2. O blogdosantinha, como sempre é cultura de ótima qualidade.
    Excelente texto Paulo Moura, mas discordo de você quando fala que jogamos tão mal, apenas nos nivelarmos por baixo.
    Temos excelentes jogadores como Thiago Cardoso, AD99, DM9 e Raul, o resto é o coletivo.
    O apoio da torcida é fundamental pra levar esse time pra frente, mas o importante no momento não é jogar bem ,mas vencer e sair da série “C”, urgentemente.
    SDS tricolores hoje e sempre!!!

  3. os imbecis dos paraibacas não tiveram a sua solicitação acatada por parte da CBFalcatruas, então eles querem sacanear a torcida do santa colocando ingressos a R$ 50,00 naquela pocilga, naquele campinho de várzea!!

    De uma forma ou de outra eles querem prejudicar a torcida coral, e depois ficam posando de bonzinhos (isto é só a casca), pois a partir do momento que eles se sentirem desclassificados (como são), vão querer dar porrada, e descontar na torcida coral, é o famoso lobo em pele de cordeiro!!!!

    Agora estão com medo, pois antes diziam vamos acabar com a cobrinha!!

    EI PARAIBACA VAI TOMAR NO C.

  4. Maravilhoso texto!
    Na forma e no conteúdo.
    É realmente verdadeira esta nossa (da gente, dos torcedores do Santa Cruz, claro) atração pelo dramático, pelo sofrimento. É verdadeira e difícil de ser assumida.
    Mas está claramente vinculada às raízes de nosso time.
    Quem pode explicar?
    Só a literatura. Ou as imagens de Vica logo após o fim do último jogo.

  5. Posso estar enganando, mas acho que estamos na série C do futebol brasileiro ainda. Sem dinheiro e sem visibilidade. Querer qualidade técnica muito diferente de Siloé, CR7, Tiago Costa é difícil. Interessante talvez a perspectiva do texto, mas acho eu, inapropriada para o momento. Como Ricardo Cavalcanti diz o momento é de União. Outra coisa, jogo de pressão time com desfalques sérios, aliás desfalques que significavam o pouco de qualidade técnica que temos no elenco, além de cansaço e fadiga. Sem falar nas perdas durante a partida. Cobrar uma vitória tranquila e com um bom futebol num cenário desses, também em minha humilde opinião, é querer demais. Sim o jogo foi feio, o meio campo não criou, mas tenho certeza de que nenhum outro time dessa série C, talvez até, se pudesse, jogar nenhum outro time da série B (à exceção do Palmeiras e talvez chapecoense), fariam um partida decisiva como esta e com todos os problemas acima expostos de maneira arrasadora e tranquila.

    Pois bem, o recado que tenho a dar é reiterar que o memento é de união, fé e esperança. Não podemos achar que somos superiores, até porque realmente não somos, mas não podemos deixar de observar o crescimento da equipe, inclusive as peças que já sabemos há tempos que tem uma certa limitação técnica, mas que não as impedem de se superar, mormente nos últimos jogos que aconteceram e que estão por vir, tendo em vista o caráter de decisão.

    Eu Acredito. Vamos subir Santa!

      1. Concordo Leandro, até vi dois progressos importantes domingo passado, relacionados à parte defensiva do time: a recomposição após a perda da posse de bola e a pegada. É torcer para que isso não retroceda com a volta de alguns jogadores, como: Nininho (acho que não volta), Raul e AD99 ou DM9.

        Vamos subir Santa !!!

    1. Concordo com você, e tem mais, domingo vimos que o grupo (com excessão de DM9) está focado em nos tirar deste inferno. Temos 7 times nivelados neste grupo, por isso que a classificação só vai acontecer na última rodada, até nós não sabemos se ficamos em 1º ou 2º, tomara que os times do grupo B sejam tecnicamente inferiores ao nosso.

  6. Essa impren$$a de PE é uma onda.

    Segunda feira estavam falando que já tinha cerca de 35 ônibus certos para a invasão da Paraíba. Como poderia ter se o caso da torcida TOIC estava em pauta na CBF ? Além do mais o campo do 14-1 é pequeno e não suportaria uma invasão nos moldes da série C 2008 e série D 2011.

  7. Tava vendo na net, o Palmeiras que faz 100 anos ano quem vem com o Santa, já está para lançar uma camisa especial. Acho que a diretoria do Santa Cruz está marcando passo, não to ouvindo falar de nada sobre o ano que vem. Não precisa nem pensar muito, poderia lançar uma camisa alvinegra em homenagem ao uniforme original do clube em 1914, muito bonito por sinal o padrão, algo desse tipo: http://peretro.com.br/image/cache/data/Site/santa%201914%20listrada-600×600.jpg

  8. Time que treinou hoje a tarde.

    Eu tiraria Vera verão do time, pense num zagueiro ruim.

    A equipe titular foi escalada com: Tiago Cardoso, Oziel, Leandro Souza, Renan Fonseca e Tiago Costa; Sandro Manoel, Dedé, Éverton Heleno e Raul; Caça-Rato e Dênis Marques.

  9. Já fiz a denúncia:

    O Clube Treze Futebol Clube de Campina Grande disponibilizou apenas 500 (quinhentos) ingressos para a torcida visitante para o jogo contra o Santa Cruz/PE a ser realizado no próximo dia 13/10/2013 às 16h em Campina Grande/PB, quando deveriam ser disponibilizados 1.000 (mil) ingressos, tendo em vista a capacidade do Estádio Presidente Vargas ser de 10.000 (dez mil) torcedores. Tal partida será válida pela 20ª rodada do grupo A do Campeonato Brasileiro da Série C 2013.
    Não contentes, ainda afirmaram que os 500 ingressos seriam vendidos apenas no dia do jogo e somente no local da partida, infringindo ostensivamente o Estatuto do Torcedor.
    Proibiram ainda a entrada da Torcida Organizada Inferno Coral, sem ao menos ter sido aberto processo com ampla defesa e contraditório, sob a argumentação de históricos de incidentes, sem ao menos apontar que incidentes foram este e em que lugar e hora ocorreram. Em consulta ao TJPE e ao MPE/PE não há vedação ou restrições a essa torcida organizada.
    Confiante na Justiça e na Lei, solicito providências com a urgência que o caso requer.

  10. Como é bom estar classificado.
    Entrei no Terra para ver notícias diversas e vi que o Sampaio está ganhado do Rio Branco de 2 x 1.
    Sem neurose e sem stress, percebi que ninguém está nem aí por esse jogo.
    Ah, vamos subir Santa, vamos subir Santa, vamos subir Santaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

  11. Façam como Luiz Ernane, mandem a denúncia pra ouvidoria da CBFalcatrua (sem insultos, óbvios). Se nossa diretoria lambe-bolas-de-todos não faz nada, cabe a nós fazermos.

    Isso era coisa (vtnc) pra Dr. Bartolomeu Bueno entrar com uma ação contra esses putos da galinha fujona e a corja de juristas de lá.

    Acabei de enviar pelo Smartphone um e-mail pra engrossar o couro iniciado pelo Ernane:

    “Prezado,

    Venho por meio deste denunciar a agremiação esportiva Treze Futebol Clube, de Campina Grande, que disponibilizou menos do que 10% do total de ingressos a serem vendidos para a torcida visitante, no caso a do Santa Cruz/PE.

    O jogo será realizado no próximo dia 13/10/2013 às 16h em Campina Grande/PB. Além disso, esses ingressos seriam vendidos apenas no dia do jogo e somente no local da partida.

    A diretoria dessa agremiação também vem praticando preços diferenciados (mais altos) para a torcida visitante.

    Em 3 itens os dirigentes dessa agremiação ferem o Estatuto do Torcedor.

    Da forma como está sendo colocado, eu, como torcedor comum, não me sentirei confortável nessas condições,  e possivelmente deixarei de comparecer ao referido jogo, pois não faz sentido me deslocar quase 200kms sem ter a garantia de que conseguirei comprar meus ingressos, e se terei segurança ao tentar comprá-los, visto que foi criado um clima hostil para a torcida visitante (sendo torcedor comum ou membro de torcida organizada).

    Não defendo torcidas organizadas (que causam mais confusão do que abrilhantam os espetáculos), mas a torcida Inferno Coral, do Santa Cruz, está sendo proibida de comparecer ao jogo, sob a alegação de causar problemas anteriores no Estado da Paraíba.

    Primeiro: a segurança de um espetáculo é dever da Polícia Militar, ela tem que desenvolver seu trabalho de forma correta, prendendo os que porventura estiverem infringindo a lei.

    Segundo: É de conhecimento público (internet), que não houve (e nem haverá) confrontos entre as organizadas dos 2 clubes, pois as mesmas são “ALIADAS”, termo utilizado por esse tipo de torcida para designar relações de amizade e apoio. Todos os torcedores do Treze (organizados ou não), sempre foram muito bem tratados em jogos aqui no Recife.

    Essa agremiação é conhecida inclusive por portar-se de meios “apenas legais” para obter êxito em competições,  em detrimento aos meios esportivos.

    Confiando na solicitude e coerência de Vossa Senhoria no caso exposto, aguardo providências.

    Sem mais,

    Ricardo”

    SaudaSanta

  12. É como eu disse…, na Paraíba são eles quem fazem a lei!!!

    Estão pregando uma de galinha de granja (mansinha), mas no dia do jogo vai dar uma de Galinha de angola!!!

    Por isso que digo, Vica está certíssimo de entrar com o que tiver de melhor, pois temos que aproveitar esse momento de embalo positivo.
    Temos que ir ao treino na sexta-feira, ao aeroporto no sábado, ao aeroporto na viagem do primeiro mata-mata. Enfim, Que se lasque a galinha fujona, precisamos mostrar quem é que manda no Nordeste.

    PRA CIMA DELES SANTA!!!

    O MOMENTO É DE UNIÃO!!!

    1. Ricardo meu Bróder, tõ morando em Itamaracá, mas a dificuldade não é exatamente a distância geográfica, e sim o engarrafamento que a gente pega a partir da pe 15!
      Óia que eu fico todo encalombado quando chego por ali, e então tudo perde a graça e a razão de ser.
      Sem contar que o dia tbém se vai por inteiro.
      Preferiria rodar 1200 Km, como nosso ilustre papa defunto, a ter que pegar aquela coisa *VTNC* pela frente…
      Dia desses eu fui com meu Hobie Cat 14, (um barquinho à vela, que pareceu uma muriçoca quando eu entrei no porto e dei de cara com um super brutamontes de aço) para ver o jogo Sta Cruz e Araripina. 10 horas de viagem na ida e volta e ainda levei aquela derrota, com aquele penalte para casa.. Mas, é melhor do que qualquer engarrafamento.
      É osso!
      Itamaracá tá uma viagem, visse?
      Porque tu não vem nos visitar? Tua filhinha nasceu pouco depois do Leo, penso que eles vão se dar bem.
      Dá um toque: 9219.3362
      Bora!

      1. Realmente Itamaracá tá complicado, quem era essa ilha na década de 80.
        Vamos marcar sim grande Hélio!
        A Clarinha vai adorar brincar com o Léo!!!

        F. 8883 5117

        Abraços.

        O MOMENTO É DE UNIÃO!!!

  13. Pedrinho Moura, a despeito da sua tremenda capacidade lírico-executiva, tenho que lhe alertar que, com as mulheres, o Sr. está a anos luz da invenção da roda!! Rsss
    Nada de risos, pois o negócio é sério!
    Qualquer ser do sexo feminino que habite este planeta (quiçá outros universos desconhecidos), acharia sua parabenização de uma impolutice sem tamanho! (Até as admiradoras do velho Honoré iriam chiar).
    E, na minha santacruzice, estou mais para Razumikhin, sem deleites com as derrotas, mas sim com a minha boa e velha razão, se não vejamos: O Santinha vai para a serie D do futebol nacional e eu ali na praça, dando milho aos pombos.
    Santinha na série D, meu irmão, você sabe o que foi isto?
    Energia, fiquei sabendo, era na base do óleo diesel, gasolina, sei lá. Gerador.
    Dinheiro para tanto, fiquei sabendo, só na base da vaquinha entre abnegados.
    Presidência, fiquei sabendo, iria sobrar para um cara indicado por Eduardo Campos que, muito argutamente sabia da importância do Santinha na química do panis et circenses local.
    Time? Nenhum.
    Possibilidades idem.
    Rapaz! Foi aí que a razão, nada mais nada menos que ela me jogou de com força de volta ao futebol e a esta loucura que é torcer pelo Santa.
    Eu, que nunca tinha acessado um blog antes (até hoje não sei o que é Facebook nem tweeter, por aí vc tira), entrei por aqui pelo blog do santinha e..até hoje!
    Óia, ou eu fazia isso ou meu time acabava. E daí eu fiquei lembrando de toda minha paixão infantil, juvenil, e adolescente, que foi brusca e agressivamente cortada por aquele maldito 5 a 0 contra o Bahia. Era hora de voltar. Me desliguei pela paixão e voltei pela razão.
    Agora estou completamente enrolado e comprometido com minha mulher, meu trabalho e meus amigos. Já não existe mais paixão nem razão. Virou tudo um pacote só.
    Milho aos pombos é um cacête!
    Bora!

  14. SEI Ñ PEDRO MOURA.

    Encontrei, por esses dias, o canhoto da minha entrada do jg Sergipe X Santa Cruz, em Aracaju, na série “D” de 2009, onde lá estivemos via excursão da Dani e onde conseguimos a proeza de perder o jogo por 2 X 1 e ser eliminado, ainda na 1ª fase.

    “Senti um frio na espinha” pior q as “Recordações da Casa dos Mortos”, onde Fiódor Dostoiévski retratou a vida de condenados, nas prisões da Sibéria.

    Pior é q um ou dois anos depois, voltamos lá – agora de avião – pra ver outra mediocridade, desta feita contra o Confiança. Mossoró tb nos viu sofrer, em jg contra o Potiguar da vida, assim como Campina Grande (Campinense) e, por aí vai. Acho q menos penosos foram os jogos em João Pessoa.

    MAS, APESAR DO TREMENDO MAL-ESTAR, GUARDEI CUIDADOSAMENTE TAL CANHOTO em algum lugar pois vou agir igual à saga dos judeus q estão sempre lembrando ÀS NOVAS GERAÇÕES, pra q JAMAIS ESQUEÇAM, o q foi o holocausto sofrido por seu povo, desde a ascensão do nazismo na Alemanha, até o fim da 2ª grande Guerra Mundial.

    Quero mostrar esse canhoto aos meus netos (e, talvez, bisnetos) tão logo sejemos um dia Campeões Mundiais de Futebol.

    Tinha tb, até um dia desses, o canhoto de outra tragédia, mas desta feita para os corinthianos: Palmeiras 1 X 0 Corinthians, na antevéspera de Natal de 1974, quando o Corinthians depois de 22 anos sem ver a cor de um campeonato paulista, conseguiu perder do Palmeiras num Morumbi com 120 mil pessoas, das quais, pelo menos, 100 mil auvinegros. Foi o fim da era RIVELINO (o “Garoto do Parque”) dado q foi vendido, dias depois, pro Fluminense do Francisco Horta.

    Só vieram quebrar a escrita, 2 anos depois (1976) contra a Ponte Preta de um Rui Rei com um comportamento pra lá de questionável – cavando sua expulsão – naquele jogo e, sendo depois, contratado pelo próprio Corinthians!

    É aí q faço um paralelo com o próprio SCFC: quem diria, nos anos 70 q o Time de Pq São Jorge viria a ser, um dia, campeão Mundial? O clube era só motivo de chacotas em SP, principalmente partindo da arqui-inimiga Academia do Palmeiras, do Santos do Pelé e das bambi do Morumbi.

    É isso aí.

    POR ENQUANTO SÓ QUERO MESMO É ME CLASSIFICAR À SÉRIE “B” e sair DEFINITIVAMENTE (PRA NUNCA MAIS VOLTAR) dessa anti-sala do inferno (série “C”) pois Deus Sabe Como, do quinto dos infernos (série “D”) nós já saímos.

    O porre q tomarei dia 27 próximo se isto se concretizar ñ me deixará esquecer JAMAIS.

    SAUDASANTA

  15. Excelente comentário do Seu Arnildo, especialmente na parte final.

    Também guardo canhotos de jogos do Mais Querido. Só não tenho nada da década de 70 pois nem um espermatozóide eu era (kkkk!!!!!). E da década de 80 também não, era um pirralho de 8 em 1990…

    Estou com uma boa sensação. TUDO conspira a nosso favor (dá até medo escrever sobre isso, mas lá vai):

    a) Comandante que sabe o que fazer;

    b) Classificamos por antecipação com apenas 1 rodada de antecedência – EXPLICO. É melhor se classificar quase no final, pois se fosse com 3 ou 4 rodadas de antecedência, passaríamos quase um mês praticamente “cumprindo” tabela, e os jogadores teriam perdido o “espírito de competição” – talvez aconteceu isso com o Fortaleza ano passado;

    c) Temos um comandante que provou o amargo gosto da desclassificação quase certa ano passado. Isso é importantíssimo para não perdermos o foco;

    d) Recuperamos peças que ninguém queria nem pintado de ouro (T. Costa e Sorriso). Só falta agora L.Souza arrebentar domingo (parece que vai jogar). Já pensaram que milagre?

    e) O time está jogando com “sangue nos olhos” (imagino que salários “quase” em dia deve ter auxiliado = tivemos pouco mais de R$ 1 milhão de renda nesses 2 jogos).

    f) Sinergia time-torcida voltou a ficar forte. Antes era uma torcida que abraçava um time que não queria ser abraçado.

    Vou plagiar meu xará Cavalcanti:

    O MOMENTO É DE UNIÃO!!!

    SaudaSanta.

  16. É BICHO, INFELIZMENTE, NOS ANOS 70, VI OS DRAMAS DOS INCÊNDIOS DOS EDIFÍCIOS ANDRAUS (188 mortos) E JOELMA (191 mortos) e, ainda por cima, esse do Corinthians.

    Entretanto, vi tb muita coisa (VTNC) boas como as vitórias do Santa Cruz em cima da Academia do Palmeiras (3 X 2 e 3 X 1) e, antes, uma derrota ANTOLÓGICA de 4 X 3, pro mesmo Palmeiras qdo, após estar perdendo de 4 X 0, no 1º tempo, quase viramos o jg no 2º tempo. Ñ o fizemos porque o juiz terminou o jg aos 43 minutos, temendo o pior. Naquela época Ñ EXISTIA ACRÉSCIMOS, cartões (Vermelho e Amarelo), etc, etc.

    Ao sair das cadeiras no jg de domingo contra os “amarelinhos” me encontrei com o Ramon e o Luciano Maravilha, o grande nome desse jg.

    Mas, ñ quero falar sobre essa época pois ñ pretendo aumentar a “carga psicológica” sobre este elenco atual de “vacas magras” q ñ têm NENHUMA CULPA NO CARTÓRIO”.

    Tb ñ quero me alongar sobre fatos “negativos” pois, como bem diz nosso amigo de codinome esquisito, mais do q nunca precisamos é de POSITIVIDADE.

    E, apesar de tudo, já COMECEI A SENTIR UM CHEIRO DE SÉRIE “B” NO AR.

    Q TODOS OS DEUSES DO OLIMPO ESTEJAM CONOSCO. E ave DM( pois a mão q apedreja tb é a mesma q afaga!

    SAUDASANTA.

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