Formando mais um coração coral.

Após dois péssimos resultados – na verdade, duas derrotas vergonhosas contra o Vitória e o Salgueiro –  o Santinha conseguiu arrancar um empate salutar com o CSA. A bela cobrança de falta de Pipico nos garantiu a liderança na Copa do Nordeste.

Nessa quinta, no Arruda, o time precisa se reencontrar no Pernambucano e sair com uma vitória contra o Central. Vou levar falta: estarei em aula na UFRPE. Uma pena.

Esse jogo da quinta me fez pensar na minha neta, Liz, de um ano e meio. Esperando a oportunidade certa para leva-la ao Arruda. A peregrinação ao Mundão é uma coisa que tenho como quase sagrada, um ato de devoção.

Minha família é cheia de hereges. Minha esposa e minha filhas são barbies assumidas. Meu genro torce pelo Do Recife. Todo jogo, quando assistimos alguma partida aqui em casa, é uma greia só.

Regado a muita cerveja, tira-gosto e gritos de alegria, xingamento ou tristeza, a polaridade é a tônica dos jogos televisivos. Mas, em meio a esse mar de heresia, surgiu uma grande esperança: minha neta.

Evidente que a presença do avô, no que se refere a futebol e ao Santa Cruz, é constante. Tem que se educar as crianças desde o berço. Minha neta é de uma alegria ímpar. Simpática por natureza e trelosa como qualquer criança saudável.

Faz um tempo que coloco a camisa do Mais Querido nela, canto o hino do Santinha, mostro gols no Youtube,  músicas do time e desenhos de nossa mascote.

Minha neta, toda vez que me vê com a camisa do Santinha, abre um imenso sorriso, fica batendo palmas e repetindo “cruis… cruis…” que, evidentemente, significa Santa Cruz. Meu genro está enlouquecendo. Todas as suas tentativas de corromper minha neta foram devidamente rechaçadas.

A alegria dela quando ver o escudo do Santa – ou até mesmo quando mostro minha carteirinha de sócio – é comovente. Pense na coisa mais linda do mundo. E quando ela dança quando canto o nosso hino é melhor ainda.

Já disse lá em casa:

“O presente de Liz de dois anos vai ser assistir a um jogo do Santinha no Arruda”.

A choradeira é geral. Mas não adianta. Está em formação mais um novo coração tricolor coral santacruzense com todo orgulho e toda raça.

Não vejo a hora em que esse dia de leva-la ao Arruda chegue. Vai ser emoção demais. Vou, com certeza, me lembrar de meu pai e de minha infância. Se ele estivesse vivo, estaria todo orgulhoso.

Fico pensando na cena: bola na área, Pipico corta o zagueiro, puxa para cima do goleiro e manda a bola para as redes. A torcida, em delírio, grita gol, o estádio explode em alegria, todos se abraçam, o placar marca dois a zero para o Santinha. Eu canto “Santa Cruz… Santa Cruz… junta mais essa vitória”. E minha neta, batendo palmas e toda sorridente, repete “cruis… cruis…”. Vai ser lindo.

Hoje é pra ganhar!

A vitória de domingo contra o Do Recife, os coisentos, demonstrou duas coisas essenciais: o elenco está unido, focado e a liderança de Danny Morais se tornou ainda mais forte quando ele foi o responsável por ninguém querer ficar de fora do Clássico das Multidões e Leston Júnior mostrou-se ousado e inteligente.

Ganhar no domingo fortaleceu o grupo, deu confiança  e serviu para vermos com ainda mais clareza o que precisa ser corrigido. Depois do jogo, ouvi, no Arruda, muita gente criticando o Elias. Realmente, ele ficou meio desaparecido no jogo, mas creio que a marcação em cima dele foi intensificada: o menino tem talento e está chamando a atenção.

Anderson foi uma grata surpresa. E Allan Dias está crescendo a cada partida. Percebi que os volantes do Do Recife são burros que só a peste e espero que Sander continue por lá até afundarem para a séricê.

Mas o mais importante é a partida de hoje contra as barbies. O empate anterior deve nos servir de lição. Não podemos sair do Arruda com outro resultado que não seja a vitória.

Ganharemos hoje e teremos mais confiança para passar de fase. Além do mais – o que todo tricolor coral comenta – é que iremos garantir a folha com a boa grana que iremos receber.

Tininho não terá desculpas para atrasar o salário do elenco – um fantasma que já encheu o saco demais.

No domingo, em Abílio, me reencontrei com Juninho, Ridoval, Jorge, Jerry e Marc. A notícia triste foi o fato de que o velho Galvão encerrou seu contrato com o Santa Cruz e fechou as portas de seu bar. Uma pena mesmo.

Marc, entre uma cerveja e outra, comentou a importância de ganharmos hoje:

– É um jogo decisivo porque garante a folha e permite ao clube gerir com mais tranquilidade seu financeiro. E temos que entender que nosso time não é o Barcelona.

Isso é fundamental.

Por isso, camaradas, é nossa obrigação invadir o Arruda hoje, apoiar o Mais Querido e empurrar o time para cima das bonecas.

Jogo que tem que ser jogado com sangue no olho, com a velha garra coral e com espírito de time grande.

Estou otimista, como já disse antes. O retorno ao Arruda foi no melhor estilo possível. Foi uma greia ver a torcida, na saída, mandando o “isportê” para aquele lugar.

Hoje à noite quero ver qual vai ser o grito de euforia após nossa vitória.

Santa Cruz… Santa Cruz… junta mais essa vitória!

Seremos campeões de tudo.

Final de período na UFRPE, orientações de projetos, bancas de TCC, chororô dos alunos por nota, reuniões sucessivas de planejamento, prévias carnavalescas dando na canela, amigos com muita sede sempre chamando para beber e um espírito maligno que decidiu assombrar meu PC, destruir meu HD e me deixar longe da escrita desde o jogo contra o ABC.

Só agora consegui exorcizar o coisa ruim de meu PC e voltar ao mundo digital e à vida de cronista. Não consigo escrever no celular: pense em um cara old school. Quando Jô fez aquele golaço, pensei: seremos campeões de tudo? Porque aquilo foi um milagre. E bem antes do aniversário do Santinha aqui no Pátio de Santa Cruz – que festa linda!

Seu Luís, o porteiro mais simpático do mundo, me perguntou:

– E aí, professor, está com esperança esse ano?

– Estou, Seu Luís. Muita. Esse time é muito melhor do que o timeco do ano passado.

– Qualquer time é melhor do que aquela desgraça, professor.

É verdade. Mas um milagre é uma coisa bem interessante. O gol de Jô foi tão fora da curva que só mesmo acreditando em milagres e que esse ano será o nosso ano.

O jogo contra o Capibaribe demonstrou o que precisamos acertar. As barbies não estão em uma boa fase e o Do Recife tombou contra a Tombense – só notícia boa.

Na resenha, ouvi alguns comentadores desconfiados com nosso time contra o Sinop. Vejam que maravilha: não só ganhamos e passamos de fase – vamos embolsar R$ 625 mil que vão ajudar e muito aos cofres do time. Estou começando a ficar otimista de novo.

Mas o que eu considero o mais relevante nessas rodadas é o fato de voltarmos ao Arruda nesse próximo domingo. Estou ansioso que só a porra. Nesse domingo não tem universidade, prévia de Carnaval ou amigo com sede que me impeça de ir ao Arruda. Meu Carnaval e minha sede serão na nossa casa contra o Do Recife.

Como é época de milagres, espero que não surja uma notícia de última hora levando o jogo para a puta que pariu, ou seja, a famigerada Arena.

Um bebum tricolor coral – que sempre toma umas em Seu Sebastião – me disse:

– Esse Pipico joga muito. Uma pena que não estará no clássico.

É verdade. Fará falta. Clássico das Multidões não é brincadeira: sangue nos olhos, concentração, errar minimamente e sair com uma bela vitória.

Como disse, estou bastante otimista nesse início de ano. Seremos campeões de tudo foi a frase que disse a Gerrá após o gol de Jô. Evidente que esse não é o time dos sonhos de ninguém, mas está muito acima da média do que tivemos que aturar ano passado.

Dá saudade de Grafite, João Paulo e Keno, é claro. Mas já havíamos diagnosticado: com cinco meses de salários atrasados não tem time que jogue bem. Enxugar a folha e montar um time competitivo é a tônica do futebol pernambucano em 2019.

Esse clássico, meus amigos e minhas amigas, será o divisor de águas. Creio que a vitória contra o Sinop veio em excelente hora. Entraremos confiantes no Arruda.

Lá vamos nós – não tem desculpinha para não irmos ao Arruda. Vai ser muita cana, muita alegria, momento de reencontros e de sentir aquele frio na barriga e gritar “É… tricolor”.

Três cores, dois nomes e uma paixão

Mal começou o jogo, gol do Santa. Eles se abraçaram. Se apertaram. Parecia um corpo só. Logo em seguida, dois minutos depois, numa bobeira fenomenal, o time sofre o empate. Um gol besta, típico de pelada. O pau ainda estava um pouco duro. Se olharam. Não deram uma palavra. O jogo foi ficando truncado. O Santa Cruz parecia que iria se atrapalhar com a equipe do Afogados. P… foi comprar cerveja. L… ficou só e lembrou da ultima vez que tinham ido ao Arruda. Havia sido no jogo contra o Operário, na sericê. Estádio lotado, adrenalina nas alturas, nervosismo geral, o Mundão estava lindo naquele domingo. Foram para arquibancada. Veio a lembrança da bebedeira depois da partida e da farra que fizeram. “Foi loucura”, recordou. E viu que estava com a mesma camisa daquele dia. Uma retrô do ídolo Birigui. Treparam bastante naquele dia.

P.. voltou com a cerveja. “Trouxe um copo pra nós dois. Pra não esquentar”. Numa bola que sobra na entrada da área, ali entre a meia-lua e o lado direito do nosso ataque, Diogo Lorenzi acerta um chutaço. P… e L… estavam de mãos dadas, trocavam carinhos. A pelota sai rasgando o ar na diagonal, meia altura e estufa o barbante. Um golaço. Desses de limpar a vista e de avisar ao adversário sobre quem manda na partida.

P… abraçou L… por trás. L… bebeu o restante da cerveja num único gole. Quis beijar P…! Sentiu seu fôlego acariciando sua orelha. “Vai comprar mais cerveja. Deu sorte!”.

Dali pra frente dominamos a partida. Impomos nosso ritmo. Mas o time do sertão não é dos piores. P… voltou com outro copo de cerveja. Mal bebeu a primeira golada, Jô toca voltando para Marcos Martins, nosso lateral-direito faz um cálculo rápido que inclui distância, força, velocidade e jeito de chutar e manda a bola certinha pelo alto em direção a Elias. Nosso atacante rapidamente resolve a equação: força x distância x altura x jeito e manda de cabeça tirando do alcance do goleiro. Outro golaço. Como cruza bem esse nosso lateral. E como o garoto Elias não se intimida com nada. É daqueles que não tem vergonha de fazer o que sabe. Já virou xodó da torcida.

O primeiro tempo acaba. A massa coral ri a toa. Como diz Naná da Kombi Coral, “a gente tá dominando”. P… e L… fazem uma self e postam no Instagram. “Tu lembra do último jogo no Arruda, contra o Operário? Eu estava com essa mesma camisa”. “Claro que lembro. Só não lembrava da camisa.” E cochichou no ouvido de L…: “me deu o maior tesão agora!”. E deu um beijinho no pescoço de L…! “Assim tu me arrepia. Não faz isso que perco o controle. Vai comprar mais cerveja, vai!”

O times voltam para o segundo tempo. A gente controlou o jogo. A vitória estava sacramentada. O treinador fez as três alterações. De novo, Silas entrou bem. Outro da casa que vem agradando. Numa arrancada pela esquerda, driblou o marcador e cruzou rasteiro para Allan Dias carimbar o placar final, 4 a 1.

P… e L… já haviam perdido as contas da quantidade de cerveja que estavam tomando. Já haviam esquecido do jogo também. Eram só caricias e beijos. Comemoraram o gol se beijando fervorosamente. A partida acabou. O comentário geral era que o time estava no caminho certo. Que Elias é um craque. E que a saudade do Arruda é grande.

P… e L… voltaram de metrô. Comeram um sanduba no trailler da esquina. Tomaram a saideira. Não puderam dormir juntos. Se masturbaram simultaneamente e gozaram quase no mesmo instante.

O Santa Cruz é amor e paixão!

Altos e baixos.

Altos e baixos e a busca pela regularidade. No início de temporada, o Santinha enfrentou um Treze embalado e não fez feio. O início do Pernambucano foi animador: dava para sentir a euforia e a esperança da torcida.

O jogo contra o Flamengo foi sofrido. Como disse antes, temos que dar o desconto daquele famigerado gramado. E aí veio o Bahia e a porca torceu a rabichola.

Gerrá, que continua encapelado na vida boa da praia, me mandou algumas observações sobre esse jogo:

“A defesa falhou bastante nos gols. O lateral esquerdo deve ter sido pego em um peneirão do Bueirão. O meio de campo é muito burocrático. Allan Dias e Augusto são uma desgraça. O ataque ainda não tem força, mas o menino Elias se salvou. Apesar da qualidade técnica e da diferença de orçamento, nosso time se mostrou arrumado em campo. Silas mostrou que pode ser útil”.

Gerrá desceu o sarrafo em nosso guarda metas. Creio que com uma zaga desencontrada é difícil julgar plenamente o goleiro. Ainda acho cedo para um julgamento mais severo.

Ontem, contra a famosa zebra do campeonato, o Santinha mandou e desmandou. Uma vitória de 4 x 1 é para ser comemorada, bem como a liderança provisória. Mas até Allan Dias fez o dele. Elias tem meu respeito. Acho que esse menino ainda vai crescer muito. Tem hora que ele fica meio endiabrado em campo e dá gosto de ver. Eis aquela velha garra do Mais Querido.

Estava checando a tabela do pernambucano. Salvo engano, creio que só teremos o prazer inenarrável e incomensurável de retornarmos ao Arrudão no Clássico contra o Do Recife no dia 17 de fevereiro. Sabem o que isso significa?

Meus amigos e minhas amigas, significa que teremos tomado todas no Pátio de Santa Cruz dia 3 de fevereiro no aniversário do Santa Cruz – ainda mais, vou acompanhar meu amigo Juninho no Marco Zero com o maestro Lessa – e que o fígado estará se preparando para o Carnaval. Eita, na verdade já é Carnaval.

Nesse final de semana, estava tomando umas no sítio de meu grande amigo rasta, Jobécio, tricolor coral de sempre. Conheci um delegado lá que é conselheiro do Santinha. Ele me jurou de pés juntos que o gramado já está pronto.

Espero que sim, pois ninguém tem mais o saquitel de ir para a casa de caralho ver os jogos. Vamos ver se o jogo contra o ABC, no sábado, não será transferido para o quinto dos infernos no último momento.

Está mais do que na hora do time encontrar sua torcida em casa. E encontrar uma regularidade que justifique nossas esperanças.

Esquentando os tamborins.

Gerrá estava na praia, na vida boa, e me pediu para escrever sobre o jogo do Santinha contra o América. Sama pediu para elogiar o time: “Dá uma instigada na torcida”. Eu estava me preparando para escrever quando li o comentário do amigo Flávio Tricolor de Gravatá. Disse tudo o que eu queria escrever – ipsis litteri.

Flávio escreveu: “A impressão foi muito boa da partida de ontem, a equipe se mostrou arrumada taticamente, ainda precisa melhorar é claro, mas me deixou animado. Ainda precisamos de reforços, principalmente para meia, hoje foi anunciado Patrick Vieira, espero que ajude apesar dos problemas com sucessivas lesões que sofreu nos últimos três anos. Não poderia deixar de elogiar três jogadores; o lateral direito Marcos Martins, mostrando que existe vida além de Vítor, bom no apoio e ótimo na marcação, o zagueiro Vitão, jogando bonito quando era para jogar bonito e dando chutão, quando era para dar chutão, além dos gols marcados, destaque para o primeiro que foi sensacional e por último elogiar o garoto Elias, pela personalidade e pelo gol de gente grande”.

Disse tudo. Mas ontem, o jogo contra o Flamengo foi truncado, feioso mesmo. Dois gols de pênalti. Só assim para Augusto fazer alguma coisa. Mas não dá para deixar de comentar o péssimo estado do gramado. A bola parecia quadrada.

O resultado não foi de todo mau. O Flamengo veio de uma grande vitória contra o Do Recife e jogar fora de casa tem lá o seu peso. Estou confiante no modo como Leston Júnior está montando nosso time.

O teste de fogo, o jogo em que veremos o alcance dessa equipe será, para esse início de temporada, no sábado contra o Bahia. Agora o negócio é outro, camaradas. Esquentem os tamborins que a parada é dura.

Além do mais, a torcida tricolor coral está ansiosa para retornar ao Arruda. Iniciaram o esquema de vendas de ingressos. Eu já estava pensando comigo como sempre faço: rever os amigos, tomar umas em Abílio e comer o melhor cachorro-quente do mundo.

Porém, meu amigo Juninho me mandou uma mensagem no zap que é desanimadora. É bem possível que o jogo seja transferido para a Arena. Esse esquema é velho e fode a torcida.

Possivelmente o gramado não está pronto porra nenhuma. Mas acredito que é preciso transparência por parte da presidência e da diretoria para informar aos torcedores onde realmente será o jogo.

Vender ingressos como se fosse para o Arruda e levar a galera para a Arena é sacanagem. Já estão negociando para que o jogo contra o Afogados seja também na Arena. Haja paciência.

Saudades do Arrudão. Tricolor coral santacruzense sabe que sua casa, seu lar, seu reduto é no Mundão do Arruda.

Que comecem os jogos.

Dizem as más línguas que alguns olheiros da Nova Zelândia – de um grande time de Auckland – entraram em contanto com o Santinha para levarem Héricles para a Oceania. Meu velho, que danado de falta foi aquela contra o Botafogo/PB? Bastou elogiar o cara no post anterior e deu essa lambança. Mas sigamos.

O sábado foi de tirar muita onda com os torcedores do Do Recife e do Capibaribe. Flamengo e Central mandaram bem. Melhor início de campeonato só mesmo com nossa vitória nesse domingo contra o América.

Estou desolado. Esse jogo na arena é de lascar. Tudo bem, o estádio é massa, as instalações são de primeira, mas chegar e sair de lá são outros quinhentos. É teste de paciência.

Uma pena. Estou ansioso para retornar ao Arruda. Gerrá está na praia, na vida boa. E Sama não poderá se deslocar aos confins do planeta. Possivelmente irei me encontrar com o incansável Juninho – um dos tricolores corais mais verdadeiro que conheço.

No jogo contra o Botafogo/PB, nosso goleiro foi bem. A zaga é bem diferente daquele desastre do ano passado. Ainda sentindo falta de Pipico nesse time.

No Twitter, Leston Júnior mostra que está muito consciente de seu time. Estou otimista com esse nosso treinador. Espero que o fantasma dos salários atrasados não se torne nossa maldição. E também espero que o time se acerte mais e encontre sua personalidade.

É extremamente importante não vacilar nesse domingo e trazer uma vitória. A notícia mais recente foi a contratação de Guilherme Laranja, digo, Guilherme Queiroz. O Laranja, digo, o atacante veio do Juventude e já está treinando com o elenco.

O negócio agora é torcer para que o gramado do Arruda seja logo reformado e que possamos retornar à nossa casa. Teremos, em 2019, finalmente, um placar eletrônico. Já escrevi sobre isso aqui. Muito feliz com essa notícia. E nosso CT está na eminência de se tornar uma realidade.

Bem, hora de preparar o fígado para essa maratona que é o Campeonato Pernambucano. Hora de rever os amigos, tomar todas em Abílio, comer o melhor cachorro-quente do mundo e sonhar com conquistas nesse ano que se inicia.

Acho que me arretei. Hoje estou otimista que só a porra. Avante, Santinha. Que comecem os jogos!

A fé é preta-branca-vermelha

Parece que faz um ano que estamos sem ver o Santa jogar. Este calendário da sericê é cruel. Deixa um vazio danado. Mas para alegria da torcida mais apaixonado do Brasil, terça-feira começa nossa temporada. Jogaremos em João Pessoa pela Copa do Nordeste.
A gente vai encontrando os tricolores corais santacruzenses das bandas do Arruda e as perguntas se repetem.
“E aí, tás acreditando?”
“E esse ano, será que a gente chega?”
“E fulano?”. “E sicrano?”. “E beltrano?”
Peito de Pombo me perguntou o que eu estava achando dos contratados.
Diante de tantas idas e vindas e de toda a minha quilometragem rodada acompanhando e torcendo, a esperança já não é mais da mesma cor de antes. Eu já nem ligo muito para as contratações.
Mas não disse isto a ele, pra não cortar o seu barato. Tirei uma onda. “Rapaz, trouxeram um atacante aí que faz uns doze anos que não faz gol”. Peito disse: “vai fazer pelo Santa Cruz. A gente sempre ressuscita esses jogadores”.
Acho massa essa fé.
Minha filha menor disse que tava com saudades do Arruda. Me perguntou: “papai, Ricardo Ernesto ainda tá no Santa?”. Respondi que sim. Ela ficou super animada. “Ele é muito bom. É muito melhor do que aquele Gordinho! ” Deu uma pausa e continuou: “Ri-car-do Er-nes-to! Que nome! Queria tirar uma foto com ele”.
Contei para ela que finalmente, vamos ter um placar eletrônico no Arruda. Ela não faz ideia do que seja. Não só ela. Ela e tantas outras crianças que frequentam o Arruda não fazem ideia do que seja um placar eletrônico.
“Como assim, um placar eletrônico?”.
Fui procurando formas de explicar àquela cabecinha o que era um placar eletrônico. Um painel luminoso. Bem grande. Que informa quanto está o jogo. Nele aparece o nome dos jogadores. O nome de quem fez o gol.
“Aparece o nome do goleiro?”.
“Aparece. Do goleiro, do zagueiro, do atacante, de todo mundo. As vezes aparece até a foto.”
“uh-hu! Vai ser massa! Eu queria ver a foto de Pipico, tu queria ver a de quem, papai?”
“Hum…. peraí! Queria ver…, já sei. Sabe o que eu queria ver?”
“O que?”
“Queria ver o placar piscando a palavra Gooollllll e mostrando a foto de Jô. E no final da sericê, eu quero ver escrito no placar: Santa Cruz, bicampeão da Serie C”.
“Aê, papai!”, ela chegou batendo.
E eu pensei, “a fé é preta-branca-vermelha”.

Ano sabático.

O amigo Robson/PI escreveu: “Ouvi dizer que quando o atacante Jô fizer seu primeiro gol os editores do blog vão atualizar o texto”. Meu velho, se dependesse desse perronha, nem Blog e nem Santinha se salvariam. Não dá para entender que critério desgraçado foi usado para contratar uma desgraça dessas.

Esse comentário foi de uma postagem de 25 de agosto do ano passado. Porra, quase cinco meses sem postar nada por aqui. Na verdade, foi quase um ano sabático para o Blog. Acho que também foi para a grande maioria da torcida tricolor coral das bandas do Arruda.

A morgação de não termos conseguido o acesso à séribê foi de lascar. O tempo sem jogos foi triste. Todo dia eu acompanhava as resenhas, mas era aquela mazela residual, aquela sensação de “puta que pariu, quase”. Não apenas eu, Gerrá e Sama: todos os meus amigos corais pareciam apáticos, sem muito interesse.

Os jogos treinos trouxeram aquela velha sensação de que precisaremos de algum tempo para nos acostumar com as caras novas. Uma das poucas exceções é meu amigo Juninho, tricolor incansável, crítico lúcido das agruras do clube que sempre me mantinha atualizado das questões internas do clube pelo zap. E Esequias, mais fanático e apaixonado pelo Santinha é quase impossível.

O jogo contra o Treze foi razoável – não sejamos nem otimistas e nem pessimistas. O Treze só vinha de vitórias. Havia desbancado o Capibaribe em terras pernambucanas e estava com a porra toda. Arrancar o empate em um amistoso desses é importante.

Leston Júnior afirmou que precisamos de mais seis amistosos para que o time possa atingir um nível aceitável. Gostei de Pipico e Augusto (com as eventuais reservas de sempre). E mais ainda de Héricles – aquela falta com a perna esquerda foi algo de espetacular.

Dia 15 começa a Copa do Nordeste e dia 20 é dia de retornar ao Arruda contra o América, rever os amigos, comer o melhor cachorro-quente do mundo, tomar umas em Abílio e respirar aquele clima maravilhoso que só o Arruda possui.

Sim, meus amigos. O Blog do Santinha voltou. Não morremos e tampouco o Santa Cruz. Aliás, o Santa Cruz é imorrível assim como a paixão e amor de sua torcida. Pé de coelho, sal grosso, ferradura e muita mandinga para quem torce contra.

Para os amigos de sempre, saudações tricolores corais do grande e glorioso Arruda e desse humilde Blog. De volta que “habemus futebol”, meu cumpadre!

Apenas um jogo

Eu até tento controlar os nervos. Tento fazer de conta que sou forte, que o futebol é apenas uma diversão.

No jogo passado, quis ficar imune e segurar a emoção. Mas foi chegando o dia e, uma mistura de ansiedade, angustia, sei lá o que, vai tomando conta da gente.

Domingo, quando vi o movimento nas ruas, as pessoas, bicicletas, as vans, as kombis e ônibus lotados dos mais diversos torcedores do Santa Cruz, do Santa Cruz das bandas do Arruda, o coração foi se desmascarando e mostrando sua face. O rosto do coração preto-branco-vermelho. O coração que vibra, que torce, que entra em campo, que defende, que ataca, que faz o gol!

Já dentro do estádio, me peguei com a mão gelada e as pernas bambas.  Enchi os olhos de lágrimas no golaço de Vitor.

Estou assim, agora: nervoso! ansioso! querendo que esse domingo chegue antes do que está marcado no calendário. Sem conseguir pensar em outra coisa que não seja a partida decisiva.

Confiante? Sim. O time incorporou a raça coral e está jogando como se fosse nós em campo. Os caras sentiram de perto a força da nossa torcida e o tamanho da nossa paixão. Como se diz no linguajar do boleiro, o time está focado.

Mas futebol é futebol. E mata-mata é pra acabar com  qualquer racionalidade esportiva. E aí, lá vem aquela angustia, aquele sofrimento. Nem escrever, a gente consegue.

É, meus amigos, quem for de beber, beba! Quem for de rezar, reze! Falta apenas um jogo.