Vitória dentro e fora de campo

Amigos corais, costumo levar o radinho para o estádio, mas no jogo de ontem, fiquei surpreso. Ante de começar o jogo, o repórter entrou ao vivo, para entrevistar o presidente Alírio Moraes, que recebia nas tribunas do Arruda Jane Andrade dos Santos, coordenadora e parte da equipe técnica do escritório do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) para os estados de Alagoas, Paraíba e Pernambuco.

Unicef? Santa Cruz?

Eu não tinha bebido nada. Pensei estar delirando, já que acusam o presidente coral de ser um “Delírio”.

Não estava. Era uma ação estratégica de comunicação e marketing do clube, sob a batuta de Jorge Arranja, Inácio França e Laércio Portela.

“O convite foi feito em razão do novo momento pelo qual passa o clube”, explicou-me o senhor Inácio França, em entrevista exclusiva hoje de manhã, após a XII Corrida das Pontes.

A lógica é simples, mas nem todo mundo consegue associar simplicidade com a marca de um clube centenário como o nosso.

“Com a política de zerar o déficit do clube, o Santa Cruz está saindo da “clandestinidade” administrativa e fiscal. Por isso, precisa estar aberto para a sociedade, assumindo as responsabilidades de um clube de futebol na formação dos valores de todas as crianças e adolescentes, não apenas da sua torcida”, continuou Inácio, enquanto mastigava uma singela barrinha de cereais e lembrava do aniversário do filho Bruno.

Após pegar a medalha por ter completado bem a prova (não me disse o tempo), França seguiu detalhando a iniciativa, e o que ela pode representar.

“Uma das responsabilidade de todos os clubes de futebol, não apenas o Santa Cruz, é o de reconhecer que tem um papel de formação moral e social das crianças, adolescentes e jovens. Por isso, o santa se coloca à disposição do Unicef  para eventuais campanhas e projetos que envolvam o esporte educacional. Afinal, um clube de futebol pode alcançar corações e mentes de uma forma que nenhuma outra instituição consegue”.

Creio que só amanhã, com as matérias dos jornais e TVs, teremos uma ideia de como isso repercutiu na mídia.

A vitória dentro de campo e a classificação nos deixaram aliviados nesta caminhada de 2015. Demos um enorme passo para fortalecer o grupo de atletas, o treinador e todo um trabalho, que está apenas começando.

Fora de campo, o Santa Cruz começa a pensar em outros caminhos, novos rumos, horizontes.

Ou seja, nada nos impede de sermos um grande clube dentro e fora de campo.

Ps. Já tive oportunidade de trabalhar como consultor do Unicef, o suficiente para dizer que Jane Santos é uma grande mulher, amiga e torcedora apaixonada da Cobra Coral, filha de outro grande torcedor. Imagino a emoção que viveu, ao ser convidada pelo presidente para se associar ao programa “Sou Santa Cruz de Corpo e Alma”. Vou pedir que escreva sobre esta experiência.