Ganhei na Timemania!!!!!!!!!!!!!!!!!

Não é brincadeira não: ganhei na Timemania! Agora sim, é que vou poder ajudar ainda mais o meu querido Santa Cruz Futebol Clube.

Foi a primeira vez em minha vida que ganhei na loteria. Antes disso, nem bingo ou sorteio de qualquer coisa. Sou um sucesso total em matéria de azar. Ou um fracasso completo em matéria de sorte.

Aliás, é bom corrigir: eu era. A uruca é coisa do passado.

A história é a seguinte: na véspera de mais uma viagem para Belém do Pará e Tocantins, achei dois contos no bolso. Uma nota velha, amassadinha, mas limpa depois de passar por não sei quantas lavagens na máquina lá de casa. Um dinheirinho quase perdido, troco de uma conta imemorial, talvez de uma água mineral comprada após um jogo no Arruda ou de um saquinho de jaca no centro da cidade. Não importa, o que importa é que adoro jaca e que ganhei na Timemania.

Fiz a aposta, preguei o volante no quadro de cortiça bem na frente da mesa do meu notebook e fui embora para a Amazônia Legal Brasileira. Na volta, esqueci de conferir a aposta. Só ontem à noite, depois de batucar o texto de um free-lancer, notei o volante agitado graças à ventania do Ciclone pendurado no teto.

Na internet, foi fácil  achar o resultado: 07-12-29-44… coração na boca. Conferi uma, duas vezes. Na mosca.

E vou usar o prêmio todo para ajudar meu time.

Podem conferir o resultado da Timemania 626. Eu fui um dos 13.240 apostadores que acertaram quatro números e faturaram R$ 6,00. Vou agora mesmo na loteca reapostar tudinho e marcar o coraçãozinho do Santa.

Timemania, um dos caminhos para a salvação coral

Nunca dei muita bola para a Timemania. Aliás, não arrisco sorte em loteria nenhuma por pura preguiça. Se for para ficar milionário, prefiro que seja sem entrar em fila. Que eu saiba Samarone também não joga na loteria. Acho que, aqui do blog, só Gerrá tem esse costume por ser o que mais tempo  tem para perder em fila. Diz ele que lá no tribunal onde trabalha são três férias por ano e, para cada dois dias trabalhados, tem um de folga a escolher.

Por desconhecer completamente a magnífica, extraordinária e  mirabolante importância da Timemania, estranhei quando o presidente do clube, Antônio Luiz Neto em pessoa, me telefonou pedindo para que eu desse uns minutinhos de atenção ao pessoal da empresa que cuida do Guerreiro Fiel.

O sujeito me ligou e a gente conversou. O nome dele é Dênis Victor e eu já dei uns paus na empresa dele, a Traffic, aqui no blog. Parece que ele esqueceu ou sabe disfarçar bem a raiva.

Ele e os diretores do clube estão preocupados com o desempenho da torcida do Santa Cruz no Timemania.

Explico. Ou melhor, repito as explicações que o Dênis me deu.

Agora, o Santa Cruz tirou sua certidão negativa de dívidas com o Governo Federal. Não é que não tenha mas dívidas, muito pelo contrário, mas agora tem um documento que atesta que o clube negociou todas elas e está todo certinho para começar a quitá-las.

E a Timemania é fundamental para que essa quitação aconteça sem que o Ministério Público, a Receita Federal e o INSS mordam o dinheiro que entra nas bilheterias.

Deu para entender a importância do troço? Não? Vai acabar esse lenga-lenga de confisco de rendas de partidas por parte de oficiais de justiça e bloqueios de conta corrente. Quem tem dinheiro a receber do Santa vai passar a receber diretamente da Caixa Econômica Federal.

“Quanto mais apostas no Santa Cruz, mais cedo o clube diminuirá suas dívidas com o Governo Federal. Quando o Santa Cruz estiver sem débitos fiscais, passará a receber sua parte do bolo diretamente em seus cofres.”. Essas palavras são do Dênis, são tão claras que dei um control C + control V do email que ele mandou depois do telefonema.

O problema é que os clubes com maior quantidade de apostas recebem mais dinheiro da loteria.  É assim:

“Em troca  de ceder suas marcas para a loteria, os clubes recebem 22% da arrecadação.”

Mas a distribuição não é linear, nem todos recebem a mesma coisa. Os 20 clubes com maior número de apostas (ou seja, com a torcida mais fiel e assídua na loteria) ficam com 65% dos recursos divididos em partes iguais. Atualmente, isso dá mais ou menos R$ 280 mil todos os meses para cada um.

Os clubes entre a 21ª e a 40ª posição beliscam 25% da grana. Entre a 41ª ao 80ª, são 8% dos recursos. O primeiro lugar de todos ganha 2% de lambuja.  A reca divide o que sobrar.

Trocando em miúdos: o Santa precisa encerrar o ano de 2014 entre os 20 primeiros, que é exatamente a posição que ocupa atualmente.

“Ah, que maravilha!”, dirão os mais otimistas ou ingênuos, como eu. Maravilha um ovo: logo depois vem o Avaí e o Coritiba, com quase 50 mil apostas  a menos. Como esse clubes têm lenha para queimar, se chegar no final com essa diferença, seus cartolas vão providenciar as apostas que faltam numa tacada só. Dá algo em torno de R$ 100 mil, investimento que neguinho tira logo na primeira parcela de 2015.

O pedido da diretoria é simples: se você é tricolor for entrar na fila para jogar na Mega Sena, pelamordedeus, gaste mais uns trocados e aposte na Timemania cravando o Santa como seu time de coração.

Se precisar de mais um motivo, fique sabendo que o acumulado dessa semana da Timemania está em R$ 17 milhões. Se der sorte, ainda dá para encher o rabo de dinheiro.

Recado dado. Ah, ia esquecendo: vamos divulgar semanalmente o ranking dos times na Timemania aqui no blog. Abaixo, segue o ranking do acumulado em 2014 depois do sorteio 621.

ranking timemania

 

 

Seja você também um treinador de futebol

Com a inestimável ajuda do Blog do Santinha, agora você também pode falar igualzinho a Sérgio Guedes e ser contratado como técnico de futebol de qualquer time do Brasil, do Mundo , quiçá do Universo.

Depois de exaustivas investigações e rádio escuta, finalmente descobrimos como o cabeludinho da avenida Beberibe desenvolveu sua indecifrável e poderosa retórica. Com ajuda do Gerador de Discursos Plus Ultra Flex Vip Master Extra Big Dick, disponível para qualquer cidadão aqui neste link: http://www.dotecome.com/discursos.htm

É fácil falar difícil: basta você misturar qualquer expressão da primeira coluna, com algum outra da segunda coluna, mais uma da terceira e para arrematar, um fragmento da quarta. Só isso e você pode impressionar qualquer jogador de futebol vindo dos júniores ou repórter de rádio com Q.I abaixo de 30 (é o que mais tem).

Os criadores da tabela garantem que dá para fazer mais de 10 mil frases desprovidas de sentido e aparentemente complexas. Se essa projeção for verdadeira, dá para Sérgio Guedes fazer preleção e dar entrevista até a ano 2035, mais ou menos.

O blog também identificou que foi por causa de algumas dessas frases que o time coral voltou tão aparvalhado para o segundo tempo contra o rubro-negro treinado por Hélio dos Anjos (ah, saudades quanto tínhamos um  rubro-negro treinado por Hélio dos Anjos aqui por perto).

Lembram daquele lateral que Léo Gamalho queria bater no campo de ataque no segundo tempo, mas nenhum outro jogador saiu do campo de defesa para receber a bola lá na frente? Pois bem, naquele momento, Wescley, Renatinho e Sandro Manoel quebravam a cabeça tentando entender o que o “professor” quis dizer com “Não podemos esquecer que a atual estrutura de organização do nosso time nos obriga a desenvolver a análise das condições apropriadas para a execução do nossos planos táticos”. Ou então: “A nossa prática tem demonstrado que o desenvolvimento das formas distintas de nossa atuação está contribuindo para a correta determinação das nossas opções futuras”.

 

 

 

Lero-lero guedesiano: teoria e prática do Mesmismo

Depois do empate com Avaí, Gerrá da Zabumba passou o final de semana passado, a lendo e escutando entrevistas. Ele me contou que queria entender a razão do ataque do Santa Cruz ser uma coisa tão sem tesão, tão sem vontade.

Realmente, quando vejo nossos meias, laterais e atacantes chegando perto da área adversária, fico achando que fazer gols é uma coisa enfadonha, uma obrigação chata. Algo como entrar  na fila do cartório para reconhecer firma de terceira via ou telefonar para o call center do plano de saúde. Não sei se é assim, sempre fui zagueiro e ruim de bola. Se fiz meia dúzia de gols na vida, foi muito.

O problema é que Gerrá viu e leu tanto o que Sérgio Guedes que, na segunda-feira mesmo, acabou escrevendo que vai do nada ao lugar nenhum. Um lero-lero igualzinho ao do nosso treinador.

A equipe Blog do Santinha resolveu então organizar uma coletânea do raciocínio vivo de Sérgio Guedes e desconfiamos que ele está criando sua própria escola filosófica, o Mesmismo, que seria segundo Samarone, que entende dessas coisas, a base conceitual da mesmice.

Devem ser lindas as preleções nos vestiários. Decididamente, não é fácil ser jogador de futebol.

Abaixo o melhor do Mesmismo:

“A gente fez dois trabalhos táticos para dar uma característica boa para um jogador que não tenha como principal característica fazer aquilo. O adversário joga com muita virada e agressividade e temos que neutralizar isso. Só tivemos um posicionamento defensivo bem específico e queremos dar liberdade ofensiva. Muita liberdade ofensiva”.

 . Temos que tirar proveito das condições do jogo e aproveitar as oportunidades. O Santa Cruz não vai em busca de um resultado igual. Vamos em busca da vitória. Dependendo das condições um empate pode ser bom.

 “Eu sempre falo a eles que, por mais que tenham treinador, alguém que comande, é importante que haja o entendimento daquilo que se pede”.

 “Soubemos defender quando foi preciso e aproveitar o espaço quando eles apareceram.” 

 “Quando não vencemos, é preciso administrar e vir aqui justificar. Mas quando as vitórias acontecem, é preciso dizer que houve entendimento, que os atletas realizaram aquilo que se pediu. É um momento de reflexão, porque a vitória nos dá confiança e moral, mas as razões que nos levaram aos três pontos não foram essas e sim a intensidade e a disposição dentro de campo”.

 “As razões pelas quais não atingimos o esperado é porque estamos administrando muitas coisas. Não é fácil fazer isso. Inicialmente a equipe se mostrou desconfortável, esperando o adversário e depois teve iniciativa de sair no contra-ataque. Quando começamos a desarmar e atacar, tivemos mais ocasiões, só que não ocorreram os gols”

 “Poderia ter sido melhor, mas os jogadores estão ganhando ‘lastro’ e estão em processo de evolução”

 “Nós começamos desconfortáveis e esperando a iniciativa, mas depois nos estabelecemos e poderíamos ter tomado melhores escolhas nos contra-ataques. No segundo tempo se repetiu. Quando começamos a roubar a bola, criamos os contra-ataques, mas passamos novamente a conviver com a possibilidade de uma melhor escolha para fazer o gol”.

 “As dificuldades são enormes, mas o Santa Cruz está na briga. Em São Luís, por exemplo, jogamos contra o adversário que tem dimensões de campo ultrapassadas e acabamos o jogo bem condicionados”.

 “Eles precisam entender que não é discurso vago. Eu também joguei uma divisão menor e fui crescendo. A competição exige a cada partida uma entrega a mais. A dificuldade é maior no próximo jogo. Você vai ter que ser um pouquinho mais entregue em campo. E eles interpretarem bem o jogo, o Santa Cruz vai estar no caminho certo”

 “O nosso sistema  defensivo estava bem postado e novamente por algumas ocasiões não conseguimos marcar.  Fica o sentimento que poderia ter sido melhor, pois tivemos espaços. Não saio frustrado, pois estamos numa transposição de competição. Eles são capacitados e basta acreditar”

 “As dificuldades são enormes na Série B. A invencibilidade de quatro jogos é louvável, mas não era a pontuação desejada. Avaliando os resultados, nós temos recursos para chegarmos longe. Temos caráter, valor e perspectiva. O Santa Cruz é muito forte coletivamente e queremos uma torcida jogando junto. Alguma considerações precisam ser feitas para o produto final acontecer. Somos capazes de fazer mais e queremos o respaldo de todos. Iremos atuar em casa e a torcida já está escalada para ajudar nós”

 “Temos equilíbrio, mas falta eficácia. Quando você tem a vantagem numérica acaba surgindo espaços. A equipe teve capacidade de saber a hora de contra-atacar. O entendimento precisa ser durante todo o jogo, pois a Série B requer isso. Os jogadores precisam funcionar mais para que a gente transforme em vantagem durante a partida. Por um detalhe ou outro não fomos eficazes. Trabalho requer ajustes e precisamos ficar atentos”.

Inventário de mazelas

Sabe o que é mais difícil na hora de escrever sobre mais uma humilhação como essa que a torcida do Santa passou na Copa do Brasil? É que a vontade é de descer a lenha em tudo, em todos, dar o maior pau em qualquer um que tenha que a gente acha que tenha um pouquinho só de culpa.

O risco é de fazer uma lista, um texto sem pé nem cabeça, um inventário de mazelas cheio de choramingos, incapaz de proporcionar um mínimo de prazer a quem o lê. Um texto caga-raiva, na linguagem chula. O problema é que somos mesmo bastante chulos, reconhecidamente chulos, vulgares até a válvula mitral, que fica entocada no coração. Por isso, daqui em diante vai ser só lapada.

A começar pelo pseudozagueiro que encontraram jogado na lata de lixo nos fundos da sede do Flamengo. Jogador profissional que tira a bola da área dando um passezinho cafofo pro meio só pode estar de sacanagem. Fiquei com uma vontade danada de fazer uma postagem dedicada exclusivamente para ele. Mas, convenhamos, seria perder tempo demais com um sujeito destinado ao esquecimento. E, além do mais, seria injusto.

Afinal de contas, como não falar mal do entregador de camisas? O cabeludinho anacrônico passou a semana toda pensando nas piores opções e em como não surpreender o adversário, em como não constranger o visitante. Infelizmente, ele alcançou seus objetivos quando abriu mão da regularidade de Danilo Pires e se agarrou com a inconstância de Pingo, um atacante cujas boas jogadas não passam de surtos, episódios raros, ilhas num oceano de ruindade.

Quando vejo Sérgio Guedes reclamando que o time está sonolento, eu, não sei porquê, só lembro da decisão do campeonato pernambucano de 2013. Lembram que ele era o técnico do Sport? Lembram como o time dele, que precisava ganhar de todo jeito, começou o segundo jogo na maior lerdeza e só acordou para Jesus quando Caça-Rato deixou o goleiro com a bunda no chão?

Pois é. Talvez Sérgio Guedes dê sono.

Já que o assunto é o técnico, gostaria de entender um negócio. Para que insistir em Renatinho improvisado se importaram dois laterais-esquerdos, o tal Julinho e Zeca, que só ontem foram me contar que permanece no clube? Se os caras não prestam, mandem embora e pronto, ora essa. Renatinho não entende nada de marcação, nem tem ideia do que se trata. Se fosse no dominó, era capaz de marcar o parceiro.

Renatinho, pobre coitado, é só parte do problema. A defesa toda é que é tá de lascar há um tempão e ninguém ajeita. Por sinal, esse seria outro assunto que rendia um texto enorme. Sinceramente, talvez o problema não seja ruindade só dos jogadores, mas de quem comanda os treinamentos dessa turma.

Teve uma hora que eu tava puto com Sandro Manoel, um volante que está perto de se tornar o maior especialista brasileiro em recuar a bola e dar passes para trás tão milimétricos quanto inúteis.

Comentei com um velho conhecido das sociais e de Olinda, o senhor Cássio, que talvez fosse melhor ele jogar de costas, aí quando pensasse estar recuando, estaria dando um passe para os meias ou atacantes. Cássio me corrigiu, disse que Sandro Manoel estava mesmo mal posicionado, mas que ele deveria jogar mais à frente, com Everton jogando meio de terceiro zagueiro. Não sei se é verdade, mas como meu amigo é engenheiro, entende de cálculo mais do que eu, achei melhor deixar pra lá o texto sobre Sandro Manoel.

De quem mais poderia falar mal? Do rebolador Carlos Alberto? Das pipocadas de Natan?

O que eu queria saber mesmo era quem vai pagar a conta do prejuízo. Espero que, amanhã ou depois, não me apareça um dirigente pedindo para a torcida comparecer, convidando para jantar de adesão a 200 contos, que o clube não vai conseguir fechar as contas, que a folha salarial está alta etc etc etc.

Depois de ontem, acho que o Santa Cruz está nadando em dinheiro. Jogaram foram, mais ou menos dois milhões de contos de réis, incluindo arrecadação de um mata-mata contra um time do sul, prêmio, cota de patrocínio. Talvez seja hora de fazer outro tipo de cálculo: em vez de não gastar um tostão e economizar no zagueiro ou no treinador, quem sabe não fosse melhor gastar esse tostão para ganhar três ou quatro mais adiante.

Pronto, acho que detonei tudo o que tinha para detonar numa tacada só. Sem poesia, sem lirismo, sem grandes arroubos literários, mas com muita tristeza.

Ah, ia esquecendo de alguém: o que é Adilson? Quem foi o empresário que botou no Santa Cruz um atacante que, em 2013, fez quatro gols jogando pelo XV de Pracicaba? Eu falei quatro (4, four, um-dois-três-quatro). Para poupar os tricolores, a edição do Globo Esporte não levou ao ar uma tentativa de voleio dele, aos 46 do segundo tempo, quando ele estava sozinho na grande do Cais de Santa Rita. Quase que acerta a própria cara com uma joelhada. Foi engraçado. Mas deu vontade de chorar.

Texto revisado e ampliado às 16h47min de sábado, 16 de agosto.

Arrogância mata. Jumentice também

O pior não é Everton Sena ficar com cara de pomba-lesa depois de tudo quanto é gol sofrido.

O pior não é Tiago Cardoso não saber se fica ou se sai.

O pior não é o paredão –de novo ele – cometer o pênalti mais previsível do mundo.

O pior não é Pingo desperdiçar uma bola atrás da outra.

O pior não é Danilo Pires dar uns balões doidos e pensar que finalizou um lance.

O pior não é Renatinho subir e não ficar ninguém na cobertura.

O pior não é Toni só voltar para marcar quando lhe dá telha.

O pior não é Sandro Manoel armar os contra-ataques dos adversários.

O pior não é perder.

O pior mesmo, mas o pior de verdade, é a arrogância.

Porque o problema não é tão somente “sono”, como não se cansa de repetir o pobre coitado que faz comentários para a Globo. Nem é apenas “desinteresse”, como lamentou nosso desnorteado treinador no intervalo do jogo de ontem.

A sonolência e a falta de tesão são, em minha humilíssima opinião, as formas com que a prepotência do time  coral se manifestam. Pelo menos essa é a minha impressão, opinião de quem está longe e que pode estar enganado.

O Santa Cruz está repleto de jogadores que, ou se acham a bala que matou Kennedy ou confiam demais nos serviços prestados em 2011, 2012 e 2013 e na paciência da torcida. Carlos Alberto, Nininho e Toni, por exemplo, enquadram-se no primeiro caso. Everton Sena e Renatinho, no segundo.

O time joga com times desconhecidos ou mais modestos como se pudesse ganhar a qualquer momento, basta querer e pronto, estaria resolvido o problema. “Não ganhamos fora de casa no final de semana? Vamos ganhar hoje porque somos melhores do que esses matutos”. Aposto que isso seria o que um telepata captaria da mente dos nossos jogadores antes da partida de ontem.

Bastou Léo Gamalho virar o jogo para o time todo subir no salto novamente. De repente, voltaram a ser as mesmas bailarinas do primeiro tempo.

E trata-se de uma arrogância burra, estúpida mesmo. Eles já deviam ter aprendido. Entraram do mesmo jeito contra o Vila Nova. Perderam. Também foi assim contra o Lagarto, de Sergipe. Complicaram um jogo baba. Em Vitória da Conquista, a mesma coisa. Contra o Salgueiro no estadual. Perderam. Contra o CSA. Lapada.

Foi a arrogância que nos eliminou da Copa do Nordeste de 2014, indo para cima do Sport como se nosso time fosse um esquadrão imbatível, e depois nos tirou da próxima.

Lamento muito o que vou dizer agora, mas isso não me sai da cabeça: a arrogância do time do Santa Cruz chega a parecer a arrogância rubro-negra de até pouco tempo atrás.

A bola nossa de cada dia

Onde foi mesmo que a gente parou? Sete empates encangados e três vitórias encarrilhadas. Time invicto, do meio para cima da tabela, algumas contratações e as velhas esperanças de sempre.

Voltamos amanhã às nossas saborosas imperfeições, ao futebol para quem gosta de futebol. A partir de agora, quem estiver a fim de entretenimento, vá ao teatro, vá ver Planeta dos Macacos no cinema do shopping. Porque o futebol nosso de cada dia é para quem não tem medo das viver as emoções totais e absolutas, sem meio termo, sem maquiagem. 

O sofrimento que nos espera a partir de agora poderá, finalmente, ser traduzido nos piores e mais terríveis palavrões, em pé atrás do gol, sem que ninguém peça para o sofredor sentar. A glória que está reservada é a glória cotidiana, aquela que nos diz respeito. Nada de deuses do Olimpo, de declarações polidas pelos relações públicas, nada de metrossexuais estupidamente bilionários.

Agora, somos obrigados a admitir: a Copa do Mundo deixa um legado. O Blog do Santinha descobriu como fazer bolões em sites especializados e vai repetir a dose na Segundona. Criamos o Bolão do Acesso Coral, com todos os jogos da série B. O bolão é aberto ao público, só precisa fazer um cadastrozinho de nada (quem participou do bolão da Copa, nem disso precisa). O link é esse aqui: http://www.vippredictor.com/pt-BR/Group/Index/67925

Vamos providenciar prêmios para os três primeiros colocados (Gerrá e Samarone não gostaram da minha ideia inicial de dar um CD da Minha Cobra para o primeiro lugar, um CD da Minha Cobra para o segundo lugar e um um CD da Minha Cobra para o terceiro lugar).

Por falar nisso, o ganhador do bolão da Copa foi Carlos Eduardo Campos, que vai receber um livro da Trilogia das Cores devidamente autografado pelos blogueiros autores. Vamos combinar para entregar o livro para ele no primeiro jogo do Santa dentro de casa com o acesso liberado para a torcida.

 

Prossegue a Copa, prossegue o bolão

O líder do bolão do Blog do Santinha, o senhor Carlos Eduardo Campos, parece ser aquele tipo de sujeito que se finge de morto para enrabar o coveiro. Depois de aparecer em primeiro lugar no bolão do Blog do Santinha ao fim da primeira rodada, ele aparentemente naufragou com seus palpites. Perdeu a liderança e depois foi caindo, caindo. De repente, de uma hora para outras, aos 49 do segundo tempo, eis que o cabra reaparece na frente depois de uma incrível sequência de chutes na mosca. Ele está com mais de 8.000 pontos, abrindo quase 500 pontos para o segundo colocado, Sandro Bartolomeu Cintra, que sentiu o gostinho de aparecer em primeiro por um dia.

Entre os blogueiros, Gerrá continua sendo um fracasso completo em 22º. Inácio França é o que faz menos feio, aparecendo em 7º lugar. Sama está em 10º, brigando ponto a ponto com o cunhado dele, seu Pedoca.

Abaixo, uma pequena contribuição do blog para ajudar os participantes na hora de dar os palpites para o placar de cada jogo das oitavas.

Brasil x Chile – A defesa do Brasil é bem sólida. A do Chile também, mas dizem que é bem baixinha. O Brasil só fez uma apresentação meia boca e duas de dar sono, enquanto que o Chile jogou muita bola em duas partidas. Mas o que parece ser vantagem pode virar desvantagem: a derrota no terceiro jogo contra a Holanda pode abalar a confiança dos chilenos. Em compensação, eles tem uma motivação extra para vir para cima babando e fazer história na casa alheia. Ou seja, pode ser que dê Brasil. Pode ser que dê Chile.

México x Holanda – Os mexicanos estão entusiasmados, parecem adaptados ao Brasil como se aqui fosse o quintal do sítio da avó de Chicharito, perto de Guadalajara. A Holanda está toda posuda depois de bons jogos na primeira fase e realmente tem um ataque de meter medo. Se Robben e Van Persie estiverem com a macaca novamente, os holandeses podem ganhar, quem sabe golear. Agora, se o goleiraço Ochoa estiver atento, aí o México não vai amarelar como sempre fazem e podem até vencer.

Uruguai x Colômbia – Os uruguaios devem estar mordidos com a punição a Suarez e vão considerar a vitória uma questão de honra. Isso pode ajudar a Celeste a vencer. Entretanto, Forlán anda meio devagar ultimamente, fora de forma talvez, e Cavani não está jogando nem pedra em santo. A Colômbia tem tudo para passar para a próxima fase, a não ser que perca sentindo o peso da responsabilidade sobre o jovem cracaço James Rodrigues.

Costa Rica x Grécia – Costa Rica tem mais futebol, mas bota mais futebol nisso e pode ser que ganhe. O problema é que, pela primeira vez, ela terá de enfrentar um time retrancado, capaz de tornar qualquer partida um tédio sem fim. Se os gregos se fecharem bem e irritarem os simpáticos time dos “ticos”, aí vai dar Grécia. Talvez.

Em breve, publicaremos nossos prognósticos definitivos para os outros quatro jogos.

 

 

Muito achismo em poucas palavras

Aqui vai um pouco do que achamos e esperamos de cada um delas a partir do que deu para ver na primeira rodada.

Brasil – Um time jovem,  talentoso e travado pela emoção. Se se soltarem, é candidatíssimo ao título. De 2018, pelo menos.

Croácia – O típico time que perde nas oitavas-de-final, se conseguir chegar lá. E depois que for embora, vai ser difícil alguém se lembrar.

México – Corajosos, insistentes e conseguiram a proeza de manter a calma depois serem roubados duas vezes pelo trio de arbitragem mais ladrão da Copa. Bom para cair nas oitavas-de-final e deixar todo mundo com peninha.

Camarões – Vieram para passear, beber e comer moqueca capixaba. Aposto que o elenco só vai deixar a preguiça de lado na hora de pegar as galegas torcedoras das seleções que vão permanecer na Copa.

Espanha – Tic-tac de cu é rola. Depois dessa Copa, a Espanha vai voltar a ser o Bragantino global: uma vezinha campeã e pronto, de volta ao pelotão intermediário.

Holanda – O ataque arrasou, não há dúvidas, mas a defesa parece a do Náutico. Quando pegar um time médio pode se complicar atrás.

Chile – Outro que só tem tampa de crush do meio para frente. Como nunca comeram mel, quase se lambuzam.

Austrália – Botar a bola no chão e partir para cima depois de levar um olé no primeiro tempo é coisa para fortes. Fortes e desengonçados. Quero ver um jogo de rúgbi dos australianos, pois de futebol já vi uma meia dúzia e sei que dali não sai nada.

Colômbia – Taí, gostei. Um time arrumadinho que jogou sério. Vão fazer graça e passar 20 anos dizendo “se Falcão Garcia tivesse vivo, seríamos campeões”.

Grécia – Se jogasse o Brasileirão da Série A, seria rebaixada para a Segundona. Do jeito que está a crise, deveriam ter naturalizado o time da Chapecoense inteiro. Sairia mais barato do que mandar o pessoal vir de lá.

Costa do Marfim – É a primeira vez na vida que um jogador entra só para dar apoio moral ao resto do time. Bom time para chegar nas oitavas e parar por aí.

Japão – Eles são uma gracinha, limpam o estádio, são simpáticos, fazem ótimos temakis, começam arrasando e terminam arrasados. Sinceramente, deu pena de novo, que nem ano passado contra a Itália.

Uruguai – Obdulio Varela baixou em campo, não encontrou um só jogador de azul-celeste compatível com sua alma, aí encostou nos costarriquenhos para não perder a viagem.

Costa Rica – Um time cheio de alma. Aquele Campbell encaixava à perfeição no ataque do Santinha ao lado de Leo Gamalho. E Tejada no meio junto de Sandro Manoel, puxando os contra-ataques, hein? Seria uma beleza. Mesmo sabendo que serão garfados, é um boa pedida para torcer.

Itália – Dois gols numa só partida? Isso é goleada para a Itália. O melhor escrete até agora. Se não comerem os fígados uns dos outros, aposto que vão longe.

Inglaterra – Melhor do que a média da Inglaterra dos últimos anos. O que não quer dizer muita coisa. Pelo menos agora Rooney não é mais uma eterna promessa, já é praticamente uma simples recordação.

 Suíça – O legítimo futebol suíço explica porque o país lidera o ranking mundial de suicídios: imagine você passar a vida num lugar onde ano a ano se disputa um campeonato em que os melhores jogadores fazem parte de uma seleção dessas?

Equador – O parceiro – ou cúmplice – ideal da Suíça. Quem poderia desequilibrar, ficou só na miguelagem. Além de tudo, um time covarde, sem grandes apetites. Se passar da primeira fase, eu xóxi.

França – Depende um jogador, Valbuena, que é uma espécie de Luciano Sorriso com meio metro e 10 anos a menos. O outro, Benzema, é especialista em fazer gols em jogos inúteis e farrapar em decisões. Tá duvidando? Procure no google.

 Honduras – Só não é o pior time da Copa porque batem bem. Caça-Rato seria titular desse time com um pé nas costas. Seleção para matar de vergonha Arzu e Chepo.

Argentina – Um ataque de fazer os gigantes babarem. Uma defesa que é uma gigantesca baba.

Bósnia – Uma equipe de sólida mediocridade. Os atacantes são pessoas tímidas, recatas, muito envergonhadas.

Irã – Quem comprou ingresso para os jogos da seleção iraniana deve estar muito puto. O pior time da Copa.

Nigéria – O que será pior? O pior time da Copa ou aquele que não consegue fazer um gol nele?

Alemanha – Timaço. Nos últimos anos se especializaram em amarelar para a Espanha, mas como os espanhóis devem se lascar antes, os alemães passam a ser favoritos.

Gana – Seria bom que alguém explicasse como e porquê o futebol africano travou. Vinha evoluindo, evoluindo… aí parou. Gana tem excelentes e experientes  jogadores, mas involuiu. Um palpite: a influência dos treinadores europeus continua a fazer mal aos africanos.

Portugal – Cristiano Ronaldo não é nenhum Romário nem um Maradona para ganhar uma Copa sozinho, carregando um time peba nas costas. Desde o banco até o ídolo narcisista e cheio de viadagem,  nada se salva.

EUA – Mais um caso de uma seleção boa para passar de fase e não fazer nem cosquinha na potência que vai atropelá-la nas oitavas. A sorte dos ianques é que o cruzamento vai ser com um grupo meia-boca.

Bélgica – Parece uma seleção treinada por Mano Menezes: muito toque pro lado, soberba, preguiça e absoluta falta de apetite. Depois, quando precisavam vencer, o desespero a deixou ainda mais parecida com o time do famigerado Mano.

Rússia – Como em toda seleção russa que se preze, o goleiro é a maior atração. Com Akinfeev a diversão é garantida. Quem quiser conhecer a alma russa, que vá ler Tolstoi ou Dostoievski. Não conte com a seleção russa para isso, ela nem sabe do que se trata.

Coréia do Sul – É a melhor das seleções asiáticas. O que isso significa? Nada.

Argélia – Tão ruim quanto Camarões ou Nigéria, mas pelo menos os argelinos estão levando a Copa a sério e não como turismo grátis.

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 Breve parcial do Bolão do Blog após o final da primeira rodada

Carlos Eduardo Campos tá com a corda toda. Em primeiro lugar, ele tem 2405 pontos contra 2278 de André Castro. Dois tricolores estão pau-a-pau pelo terceiro lugar: Victor Nunes Gonçalves somou 2144 pontos e Amaro José Penna Moura vem bufando no pescoço dele, com apenas três míseros pontinhos a menos. Só para variar, os blogueiros são um fracasso: Inácio está oscilando entre a 17º e a 10º posição, mas agora está em 11º graças ao empate entre Rússia e Coréia do Sul. Gerrá, coitado, chegou a ser terceiro lugar, mas degringolou a tal ponto que está na zona de rebaixamento, em 20º. Samarone está sempre patinando do meio para trás e acabou a primeira rodada em 15º, mas já esteve pior.

Um bolão para chamar de nosso

Senhoras e senhores (mais senhores do que senhoras, infelizmente),

na falta de assunto – apesar da dispensa de um ou outro jogador meia-boca do elenco tricolor – o Blog do Santinha criou seu próprio bolão (foto) da Copa do Mundo para poder render disse-me-disse e lero-lero entre os leitores ou curiosos.

Para dar seus palpites, basta entrar neste link aqui: http://www.vippredictor.com/pt-BR/Group/Index/56838 e fazer um daqueles cadastrozinhos meio chatos (até que esse não é dos piores). O bolão do Blog do Santinha está disponível para qualquer um que queira participar. É entrar e dar os chutes.

No final, quem ganhar vai levar um exemplar autografado do volume 1 da Trilogia das Cores, A raça é negra, acompanhado de uma lapada de cachaça.