Festa do Centenário? Deixa que Minha Cobra faz

É o seguinte: no dia 1º de fevereiro, no pátio de Santa Cruz, vai ter farra, vai ter música, vai ter Valmir Chagas, vai ter prévia de carnaval, vai ter lançamento do CD da Minha Cobra. Enfim, vai ter festa do centenário. A nossa festa do centenário, a festa feita pela torcida, informal, mundana, safada, sem discurso e sem reza.

A farra vai começar no início da tarde, mas vai pegar fogo quando o sol tiver mais comportado. Essa semana, os blogueiros e os organizadores da troça vão vender o kit de CD + camisa por R$ 50,oo para custear as despesas com músicos e palco. Depois, cada um pode comprar o que quiser separadamente.

Quem quiser comprar o kit, pode entrar no facebook de Esequias Pierre, Claudemir Pereira, Geraldo Lima Jr ou no de Inácio França e combinar de fazer o pagamento e pegar o CD e a camisa.

camisaPor sinal, a camisa da troça no ano do centenário foi feita por uma tuia de crianças. Os pirralhos fizeram desenhos respondendo à pergunta “Para você, o que é torcer pelo Santa Cruz?”. Depois, o artista plástico Breno Melo (o protagonista dessa crônica aqui), juntou os desenhos, organizou tudo e deu forma final à ilustração da camisa.

O CD, por sua vez, tem músicas do compositor de sambas e frevos Bráulio de Castro interpretadas por Valmir Chagas, o Véio Mangaba. Algumas faixas são releituras de músicas do CD Veneno da Cobra Coral, de 2004, mas a maioria são inéditas, incluindo o Samba de Caça-Rato e o Hino da Minha Cobra. O projeto gráfico da capa e do encarte é assinado por outro profissional tricolor, o senhor Sebba Cavalcanti, o maior designer de Pernambuco(2,02 m de altura).

 

 

 

 

crianças
Os artistas que fizeram os desenhos que Breno Melo juntou para ilustrar a camisa da Minha Cobra centenária.

 

 

De alma lavada

O dia 3 de novembro de 2013 marcou a retomada do Santa Cruz. O time voltou à uma divisão que tem o mínimo da dignidade que o clube merece. Como sempre, a torcida coral esteve lá para acompanhar. Lotou o Arruda. Este é um relato do acesso visto da arquibancada, do meio do povo, do que verdadeiramente é o Santa Cruz.

Caruaru, aí vamos nós! E a preliminar é no Tricolaço.

A semana começou assim.

Um telefonema para meu sogro, avisando que iremos para o jogo no Lacerdão. No nosso plano de voo, faremos uma escala na ida e outra na volta lá na casa dele, em Bezerros.

Ligo o notebook e vou checar a caixa de entrada do meu correio eletrônico. Encontro uma mensagem de Micrurus. Queria saber sobre contatos com Besta, Sprinter, Vans, etc. A turma do condomínio de Sérgio Azevedo está combinando para subir a Serra das Russas e invadir Caruaru no próximo sábado.

Mas abaixo, tem três e-mails de Samarone. Lapa de doido é ali. Ao invés de consolidar tudo num só, o bicho manda um bocado de mensagens tratando da mesma coisa.

O primeiro era: “Frangolino, tu vai?”.

Uns seis minutos depois, ele manda outro: “Vamos alugar um micro-onibus, fala com Naná!”.

O terceiro dizia assim: “Tou pensando em ir já na sexta-feira. Topas?”.

No WhatsApp um colega sugere que a concentração seja no Alto do Moura, à base de aguardente e carne do bode assada.

Logo em seguida, uma ligação para o telefone de Inácio. O miserável não atendeu, aí enviei um recado pelo facebook.

Desligo minhas conexões e me mando para o trabalho. O trânsito está tranquilo e calmo. Boa parte da cidade viajou de férias e levou junto os engarrafamentos para passear. O rádio fala sobre mobilidade e o taxista comenta que essa bronca só se resolve com transporte público confortável.

Me vem o jogo de domingo à cabeça. Quatro mil, dez mil, quinze…., sei lá! Só sei que a 232 vai ficar entupida de preto-branco-encarnado.

Já são quase 11 horas da manhã. Chega uma messagem no celular, é Inácio dando sinal de vida.

“Tudo certo pro lançamento. Ligo depois”.

Se eu já não estava conseguindo me concentrar direito, o jogo do Santa tomou conta do restinho de espaço que ainda havia no meu cérebro.

Entro na minha caixa de correio eletrônico. Mais dois e-mails de Samarone. “Falasse com Naná?”, era um deles. “Liga pra mim” era o outro.

Liguei foi para Inácio.

“Puta que pariu, tás conseguindo trabalhar?” – ele atendeu.

“Fale não! É só o Santa Cruz na minha cabeça” – respondi.

E aí, o presidente do Blog confirma que faremos o lançamento dos dois primeiros volumes da triologia do Blog do Santinha, na capital do forró, no próximo sábado, a partir do meio-dia, no Bar e Restaurante Tricolaço.

Ainda não sei exatamente onde fica o bar, mas pelo que um amigo falou, o Tricolaço é perto do Lacerdão. Só sei que antes do nosso jogo de estreia na Copa do Nordeste, a gente vai fazer a preliminar no Tricolaço, que pelo nome deve ser um lugar bom arretado.

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Ei, tás querendo alugar transporte pra Caruaru? Olhaí o serviço!

Veículo: Ford Transit com capacidade para 15 passageiros (Ar-condicionado, TV Digital, DVD, Poltronas Reclináveis, Cortinas, etc)

Preço: R$ 500,00 (quinhentos reais)

Contatos:  (81)3076-8868 | (81) 8611-9135 – www.vieiraturlocacao.com.br

 

Tá no sangue

Gerrá tá certo. O que esse blog nos traz de melhor é a chance de conhecer muita gente boa e ouvir as histórias que nos contam. Não é brincadeira a quantidade e a variedade do que já escutamos de ou sobre apaixonados pelo Santa Cruz. O que guardamos na memória muitas vezes acaba aqui no blog em forma de postagem. É tanta coisa que já deu pra três livros, fora as horas e horas de papo jogado fora.

Nada porém, mexe mais comigo do que as histórias que os filhos contam da paixão dos seus pais. Freud explica. Tenho pra mim que torcer pelo time do pai é uma forma de manter contato com o velho mesmo depois de adulto, refazer a conexão depois que o pai vai dessa para melhor ou reforçar um vínculo imaginário, tipo assim: “gostaria de ter vivido isso com meu pai”.

Enfim, quem explica é Freud. Eu, no máximo, sinto que pode ser assim.

Meu pai não era e ainda não é muito de ir a estádio, entretanto o menino que vive dentro de mim (o mesmo que tira catota e bota embaixo da cadeira) guardou o quanto era gostoso ir ao Arruda ou ao Batistão, no tempo em moramos em Sergipe. Dia desses seu Lúcio me contou, como quem fala de um fato insignificante, que costumava me levar para a Unicap, já todo vestido de tricolor, quando o jogo era na quarta-feira. Ele saía mais cedo da aula e me levava para o Mundão. Tinha apagado isso da memória. Depois que ele contou, voltou tudinho.

Hoje sou eu que faço um esforço enorme para levá-lo para o jogo quando ele está em Recife.

E, nos últimos tempos, poucas pessoas me emocionaram tanto quanto Carlos Manoel e seu Carlão. O filho é militar, lotado em São Gabriel da Cachoeira, num posto do Exército na fronteira do Brasil com a Colômbia. Longe para cacete. Vocês devem lembrar dos comentários que ele deixa no blog. Na foto que ilustra o alto desse texto, ele está ao centro segurando a bandeira coral no meio da floresta.

Pois bem, no dia do lançamento do segundo volume da trilogia, Carlos Manoel estava de férias por aqui e levou seu Carlão.

O pai sofre de mal de Parkinson, uma doença devastadora e tem pouco controle sobre seus movimentos. O juízo, em compensação, está bom todo.  Conversamos um pouco na praça do Arsenal. A lembrança mais recorrente e mais gostosa de Carlos Manoel é entrar no Arruda no cangote de Carlão que, por sua vez, torce pelo Santa Cruz graças ao pai, um paulista de Guaratinguetá que veio parar em Recife a serviço do Exército – o mesmo que levou seu filho para longe -, lá pelos anos 50. Apaixonou-se pelas três cores, mas morreu cedo, infartou quando Carlão ainda era um Carlinhos, aos seis anos de idade.

Envolvido no lançamento do livro, a ficha da emoção demorou a cair. Passei dias tentando captar a beleza e o significado do que havia escutado e testemunhado. Carlos Manoel poderia ter ido só para a festa, daria menos trabalho, mas ele levou a família toda – mulher, irmã e sobrinho inclusive – para reencontrar um tiquinho da sua própria infância. E para devolver ao pai um pouco da alegria de outros tempos.

Dentro do bar, minutos depois, escutei uma moça, quase uma menina ainda, falar das estripulias do próprio pai. Não foi nada combinado nem ela escutou uma só palavra da conversa que havia tido lá no meio da praça. Dinda, a jovem contratada pela editora, contou que estava amando vender os livros do Santa Cruz, mas não pôde levar o pai, operado há poucos dias dos dois joelhos.

Espantoso foi o orgulho com que ela mencionou o problema ortopédico que deixou seu Paulo no estaleiro, coisa séria a ponto de justificar duas cirurgias. É que ele se operou por causa do Santa Cruz.

“Quando o Santa subiu da série D para a série C, ele foi do Arruda até em casa andando, mas parou para tomar umas cervejinhas, foi um negócio leve. Esse ano, ele prometeu que iria correndo se o time subisse para a série B. O Santa ganhou, ele amarrou a bandeira no pescoço e foi numa carreira só, quase sem parar”.

“Ele mora aonde, Dinda?”. É evidente que fiz a pergunta, mas tive medo da resposta.

“Em Boa Viagem, quase Setúbal. E olhe que ele não joga bem pelada, por isso deu problema nos dois joelhos, já chegou em casa com dor”.

Putaqueopariu. Pensei e disse. Para Dinda, o pai é um guerreiro que cumpriu sua missão e está feliz da vida, apesar de engessado. Fosse ela feita de outra matéria ou torcedora de outro clube, teria censurado a “loucura” do patriarca.

Ah, as cirurgias só aconteceram depois da decisão da série C. Paulo é um homem sensato e não queria perder a festa do título.

Júnior Santos é outro desses. Sua história me chegou por e-mail, enviada por Renan, o filho.

Foi em 2005, quando vencemos a Portuguesa e subimos para a Primeira Divisão. Na saída de casa, como quem não quer nada, Júnior avisou ao irmão Tony, a um amigo deste e a Renan: “Olha, fiz uma promessa. Se o Santa subir, volto para casa a pé”.  Ha ha ha. Ninguém deu bola.

Era à vera. Na saída do Arruda, o homem saiu andando pela beira-canal em vez de pegar o ônibus até o centro da cidade. “Só então acreditamos que o negócio era a sério”. O amigo do tio era um fraco, desistiu quando chegou em frente ao Carrefour. Três quilômetros e pouco, segundo Google Maps. Tio Tony segurou um pouco mais, só saltou fora na Chesf do Bongi. Nove quilômetros. Nada mal para quem pesava quase 100 quilos na época. Além do mais, a promessa nem dele era.

Renan continuou, firme, forte e fiel. Confiram o trecho do e-mail com o relato dele: “Continuamos, meu pai e eu, pela Abdias até chegarmos na BR-232, o pior trecho do percurso. Seguimos pela BR até a entrada de Jaboatão, onde faltava pouco mais de 3 km pra chegar mas já nos sentíamos em casa”. Total 20 quilômetros. E a mãe em casa, se descabelando de preocupação.

E de avô para pai, de pai para filho construímos e reconstruímos o Santa. E, agora, temos certeza que tudo isso não vai acabar.

Essa magia chamada Santa Cruz

Uma notinha, publicada num dos jornais da cidade, convocava os torcedores do Santa Cruz para um encontro no Sindicato do Jornalistas. O objetivo era discutir o futuro do nosso clube.

Naquele ano, havia uma inquietação na massa coral. Já eram quatro temporadas sem ganhar o estadual. Nosso maior adversário caminhava para ser pentacampeão. E a gente, não fosse o gol salvador do zagueiro Rau, teria caído para terceira divisão do brasileiro.

Eu era um dos inquietos. Um sentimento de desgosto tomava conta de mim. Triste com o Santa Cruz, fui ficando um sujeito chato. No auge da minha frustração, eu usava uma máscara de intelectóide e promovia discursos contra o futebol. Naquela minha loucura, eu taxava os amantes e apaixonados pelo futebol de alienados.

Foi quando vi a tal nota no jornal. Voltei ao meu estado normal e me mandei para o Sindicato. No peito, a vontade de realizar algo que fizesse o Santa Cruz retomar seus dias de glória.

Daquele momento pra frente muitas águas passaram pelo canal do Arruda. Muitos altos e baixos nortearam o caminho do Mais Querido. Nessas idas e vindas, eu subi, desci, sofri, chorei, gargalhei. Colecionei histórias e conheci os mais diversos tricolores corais santacruzenses das bandas do Arruda.

No Santa Cruz, fiz amigos, consolidei amizades.

Ali, encontrei a mulher que junto comigo fez uma linda família de sangue preto-branco-vermelho.

Encontrei também, o Blog do Santinha, a Minha Cobra, a Sanfona Coral, a Kombi Coral, a Quinta-Santa, o torneio no campinho de barro, as viagens para os mais diversos campos de futebol e tantas outras coisas boas que somente nós, torcedores do Clube querido da multidão, temos o privilégio de usufruir.

O Santa Cruz é essa magia inexplicável.

É a diversidade mais nua e crua, junta num mesmo corpo e numa mesma alma.

Neste final de 2013, ainda vivo a alegria das conquistas. O campeonato estadual, o retorno à série B e o título da série C.

Não me canso de rever gols, fotos…, de reler os jornais e reviver os belos momentos.

Em cada imagem, em cada recordação, vou me lembrando dos que estão por perto e dos que estão longe.

Ontem, ganhei vários pôsters do nosso escrete campeão brasileiro. Fico aqui brincando com minhas filhotas de procurar Caça-Rato e Renatinho na foto do pôster.

Coloquei vários deles dentro do carro. É meu presente de natal para os torcedores do Santa que vou encontrando por aí.

Queria que este ano não acabasse nem tão cedo.

Que venha 2014, porque o Santa Cruz é para sempre.

Loja Virtual do Blog do Santinha

Com a aproximação do lançamento do segundo volume da Trilogia das Cores, A Emoção é Branca, que acontecerá nesta próxima quinta-feira 12 de dezembro às 18.30 no Bar Mamulengo, o Blog do Santinha inaugura hoje sua nova loja virtual. O torcedor que clicar no banner da trilogia ao lado direito vai poder adquirir seus livros com as melhores crônicas do blog através do correio. O frete é totalmente grátis pra todas as cidades do Brasil!

A nova loja virtual do Blog do Santinha facilita o processo de compra dos livros através do Pagseguro, por meio do qual o torcedor pode comprar com segurança seus livros com cartão de crédito, débito ou depósito, com parcelamento em até três vezes sem juros. Além do design novo, totalmente em linha com as cores do blog, a loja virtual também permite a compra de volumes combinados – uma ótima pedida pra presente neste Natal!

Os livros A Raça é Negra (vol 1) e A Emoção é Branca (vol 2) estão disponíveis para compra, com prazo de entrega pelos correios de até 12 dias úteis. O último volume da Trilogia das Cores, A Paixão é Vermelha, que será lançado no mês do centenário (fevereiro 2014), trará uma série de surpresas pro torcedor, além dos textos dos anos vitoriosos de 2011, 2012 e 2013.

Tres

 

 

Faltam três dias para o lançamento do livro A Emoção é Branca. Os autores Inácio França, Samarone Lima e Gerrá Lima já estão fazendo musculação pra assinar os autógrafos no dia 12 de dezembro (nesta quinta-feira) às 18.30 no Bar Mamulengo no Recife Antigo.

O descanso dos justos*

Amigos corais, não sei como foi o dia seguinte ao título da Série C.

Eu acordei, respirei fundo e senti um profundo alívio, uma sensação arrebatadora de descanso, de missão cumprida. Me veio algo como “o sono dos justos”, mas com um fundo existencial atravessando por fora – senti mesmo que iniciava o descanso dos justos.

De 2006, quando caímos a primeira vez, até o dia 1 de dezembro de 2013, foram sete anos. Eu sou ruim em matemática, mas pelas minhas contas, foram sete anos, a duração de uma infância.

Eu tinha 37 anos, estou com 44. Morava no Poço da Panela e dividia minha vida dando aulas de literatura numa escola no Bairro do Recife, farras monumentais em Seu Vital, no Poço da Panela, e viagens cada vez mais complicadas, para o Cabo, onde vivia minha tia-avó, com vários problemas de saúde.

Depois me mudei para o Cabo, porque a situação dela piorou. Minha tia morreu. Depois casei. Depois me mudei para a rua da Aurora. Depois recebi um convite inacreditável, para trabalhar como assessor de imprensa de um secretário de governo chamado Ariano Suassuna. Um rubronegro capaz de fazer uma aula-espetáculo para homenagear seu grande amigo, Capiba, tricolor fanático. Capaz de pedir um cenário com as cores do Santa, para homenagear seu amigo. Uma lição para esses imbecis que matam os outros por causa de uma paixão diferente.

Neste período, vivemos derrotas, fracassos, quedas. Choro e ranger de dente. Mas com o Santa eu não choro. Eu não consigo. Quando perde, quando fracassa, eu tenho raiva de quem não honrou o manto sagrado. Eu trinco os dentes, mas não choro. Minha vocação é chorar com a alegria.

Neste período, junto com Inácio, seguramos uma peteca dos diabos. Como escrever crônicas, em meio ao inferno? Várias pessoas colaboraram, depois chegou Gerrá, que vestiu a camisa e disse – “se é pra falar do povão, o negócio é comigo”.

Viagens loucas, invasões de estados vizinhos. Lembro que teve um jogo em Campina Grande que faltou tudo nos bares, restaurantes, lanchonetes.

Série A, B, C e D.

O Santa na Série D!

Não, nunca. Isso nunca deveria ter acontecido. Mas aconteceu.

O futebol nacional só existia de duas formas. A série A ou o “Inferno” da série B. Lembro de matérias com torcedores que beiravam ao suicídio, quando seu clube caía para a série B.

Inauguramos o pós-inferno. A Série C. Foi pouco. Botamos a cruz nas costas e fomos inaugurar a inexistente D.

Inauguramos também a liderança de audiência da TV Brasil, transmitindo a Serie C. Inventamos um ídolo, Caça-Rato, que acreditou em nosso pantim e fez gols decisivos. O Brasil assistiu, impressionado, um estádio abarrotado a cada jogo. A torcida coral transformou a tragédia em um episódio épico.

Neste período, um presente dos deuses – o tricampeonato em cima do principal rival.

O refrão criado por Nivaldo Breyner – “A torcida mais apaixonada do Brasil” invadiu corações e se espalhou por todo o país.

Não há um jornalista amigo meu, em qualquer estado da federação, que não me saia sempre com esta pergunta:

“E o Santinha?”

Acordei no dia 2 de dezembro pensando nisso tudo. Passou um filme em minha cabeça. Minha tia morreu sem ver nossa volta por cima. Ela adorava usar um anelzinho com o escudo do Santa.

Nós, que vivemos esta verdadeira viagem ao subsolo do futebol brasileiro, estamos marcados para sempre. Poucas torcidas no mundo seriam capazes de fazer o que fizemos.

Sinto que agora vivo o descanso dos justos. Tirei um peso das costas.

Um dia eu morrerei, mas o Santa Cruz ficará. Esta minha certeza ultrapassa o futebol.

* Este texto dedico a Nelson Mandela, que morreu ontem, dia 5 de dezembro de 2013. Um símbolo de resistência e amor.

 

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seven

Faltam 7 dias para o lançamento do 2º volume da Trilogia das Cores (A emoção é branca), no bar Mamulengo da praça do Arsenal, às 18h30min do dia 12 de dezembro (na outra quinta-feira). Enquanto a tricolozada enche a lata, Gerrá, Inácio e Samarone vão entortar a munheca de tanto dar autógrafos. 

Na mesma ocasião será apresentada a camisa da Troça Carnavalesca Mística Ofídica Etílica e Escrota Minha Cobra para o tríduo momesco de 2014. Se a malharia correr, já vai ter para vender. 

 

Todos com o cloro

Que Todos com a Nota que nada. As vitórias dos últimos anos suscitaram (gostaram do verbo?) uma demanda outrora adormecida pelas bandas da avenida Beberibe: o mergulho dos campeões! Se a tendência continuar, a diretoria do Santa Cruz terá de iniciar o inédito programa Todos com o Cloro para que os tricolores mais reticentes também se joguem na piscina da sede como os hindus caem de cabeça no Ganges.

A ideia é do artista plástico Breno Melo que, depois de concluir a revolucionária ilustração da camisa da Minha Cobra 2014, mandou o desenho acima. Segundo ele, o processo seria simples: na compra de dois ingressos para um jogo decisivo, o sujeito receberia um tablete de cloro. No dia da partida, bastaria levar a pastilha no bolso e mergulhar de roupa e tudo na piscina após o título ou acesso. Depois é deixar o cloro na água, facilitando o trabalho da turma da limpeza na segunda-feira. Fácil, sem burocracia, sem reserva pelo telefone, sem lenga-lenga.

Assim, todos poderiam tomar o banho que purifica dos males dos anos 1990 e dos rebaixamentos.

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nove

Faltam nove dias (nine days, segundo o editor Pedro Moura) para o lançamento do 2º volume da Trilogia das Cores (A emoção é branca), no bar Mamulengo da praça do Arsenal, às 18h30min do dia 12 de dezembro (na outra quinta-feira). Enquanto a tricolozada enche a lata, Gerrá, Inácio e Samarone vão entortar a munheca de tanto dar autógrafos. 

Na mesma ocasião será apresentada a camisa da Troça Carnavalesca Mística Ofídica Etílica e Escrota Minha Cobra para o tríduo momesco de 2014. Se a malharia correr, já vai ter para vender. 

É campeão!

Senhores, ainda hoje, talvez, escreveremos alguma coisa por aqui.

Por enquanto estamos curtindo a alegria, lendo os jornais, vendo as imagens, compartilhando com os amigos e curando a ressaca.

Parabéns,  SANTA CRUZ!

Todos no Poço da Panela. Todos com o Santa!

A tradição tá mantida. Domingo é dia de preliminar no Poço da Panela. A orquestra é a Venenosa, a aguardente é Pitú, o tira-gosto é feijoada e a festa é do Santa Cruz.

Naná já manda um recado: vamos fazer o dobro da feijoada! E já começamos a arrumar a Minha Cobra.

Tudo indica que dessa vez o sanfoneiro Chiló não vai farrapar e a Sanfona Coral vai dar caras.

E o boato lá no Poço, é que vai rolar um Black Friday em de Seu Vital. Vai ter promoção de cerveja, queijo coalho, conhaque de alcatrão e o famoso remédio, feito a base de ervas medicinais e não-medicinais. Isto tudo sem nota fiscal, é claro!

Então, tricolozada coral santa-cruzense das bandas do Arruda, domingo a partir das 11h13,  a preliminar é no Poço da Panela.

Depois, todos para o Arruda.

TODOS COM O SANTA.