Mal acabou o jogo, aquele no qual eliminamos a turma da Abdias da Sulamericana, Gustavo e Leo compraram suas passagens para Medellin. Nem sabiam se o nosso adversário nas oitavas de final seria o time de Pablo Escobar.
Beto e Osmar preferiram esperar pelo jogo da volta entre o Luqueño e o Independiente. Depois do apito final, correram para o computador e marcaram suas viagens.
Ano passado, esses quatro cabras também estiveram presentes naquele inesquecível jogo contra o Botafogo no Rio de Janeiro e trouxeram a vitória, 3 a 0 pra nós.
Ontem, eles arrumaram as malas e se mandaram pra Colômbia.
A aventura começou logo cedo. Recife-São Paulo-Bogotá-Medellin.
Às 14h30 da tarde estavam em São Paulo.
Por volta das 18h30, pegaram o voo para Bogotá.
E às 22h30, embarcaram para Medellin.
Entre despachar, pegar bagagens, subir e descer, umas quinze horas para chegar onde o Santa Cruz estar. Para passar o tempo, cerveja, petiscos, cerveja, petiscos e mais cerveja. Em Bogotá devem ter enchido a cara de Club Colombia.
Perto de uma hora da madrugada, o quarteto tricolor coral santacruzense das bandas do Arruda, chegou ao hotel.
“Gerrá, pense numa aventura!” – falou Beto pelo zap.
“A viagem?” – eu perguntei.
“A viagem foi boa. A ida do aeroporto para o hotel é que foi doideira” – ele respondeu.
Capital da Antioquia, Medellín é uma cidade que fica localizada dentro de um vale, o “Valle de Aburrá” – ele respondeu.
O aeroporto de lá fica numa cidade vizinha, Rionegro.
Rionegro está a 2.143 metros de altitude. Já Medellin está 1.616 metros acima do nível do mar.
Pois bem, o sujeito precisa descer uns 500 metros para chegar à capital da província de Antioquia.
Ao invés de Uber, o quarteto decidiu pegar um táxi.
Logo que saíram do aeroporto repararam que o taxista estava bocejando e enfiando o pé no acelerador.
E aí, começaram as superdosagens de adrenalina.
“Meu velho, pense numa torada! A parte aérea foi tranquila. Só que o Aeroporto daqui fica longe pra caralho. E parece que fica no céu. Você tem que descer por uma estrada cheia de curvas perigosa. Puta-que-pariu, só na base do calmante. O taxista era um maluco. Foi foda!” – mandou, Leo.
“Lembramos daquelas tomadas aéreas que está na abertura de Narcos, com a vista da cidade dentro do Vale. Em vários momentos do trajeto, vimos aquilo.” – escreveu, Osmar.
“Rapaz, eu algo equivalente a quatro descidas do Cristo Redentor. A porra do motorista tava com sono. O doido fazia as curvas quase batendo na mureta de segurança. Já no fim, ele deu uma cochilada e Osmar deu um grito: TRIIIII! O cara tomou um susto do caralho, deu uma puxada na direção. Quase que a gente sobrava na curva”. – Beto enviou.
Hoje à tarde, os quatro vestiram o manto coral, compraram o seus ingressos e garantiram presença no Atanasio Girardot.