Eu não sei o que danado ainda me faz sair, para assistir a um jogo do Santa Cruz. Só pode ser algum tipo de esperança maluca, sem juízo nenhum, que me leva a telefonar para amigos, mandar mensagens, apressar a janta das filhas e enfrentar os engarrafamentos das ruas do Recife, para ver o já esperado futebol bizarro que o nosso time joga.
Ontem o que salvou a noite foi o caldinho, a cerveja gelada, o bode assado com macaxeira e o bom papo sobre política que tive com o diretor de fantasias da Troça Minha Cobra, Esequias Pierre.
O Santa Cruz atual é formado por um amontoado de péssimos peladeiros, comandados por um atordoado entregador de camisas que escala mal, substitui pior ainda e não fala nada com nada. Um sujeito pra lá de esquisito.
Não sei se por burrice, mas não consigo compreender praticamente nada do que essa figura de cabelo estilo dupla sertaneja dos anos oitenta tenta falar.
Leio, releio, leio de novo, olho outra vez, e não entendo bulhufas do que é dito por ele. É provável que nem mesmo ele saiba o que está falando.
Pode ser que seja intencional. Ou então, é pura maluquice. Vai ver que ele só da entrevista doidão.
Enfim, seja lá o que for, tenho pra mim que este treinador é o maior gerador de lero-lero que já passou pelas Repúblicas Independentes do Arruda.
Se alguém lembrar de outro, favor compartilhar nos comentários.
Puxando aqui nos meus arquivos, encontro uma entrevista dele depois de mais uma vergonhosa eliminação na Copa do Brasil. Sobre o nosso time, Sérgio Lero disse assim:
“Nossa equipe é capaz e precisamos de uma transposição de categoria. Vamos nos reorganizar e reconstruir o time. Espero que eles assimilem bem e que a gente continue persistindo, pois o caminho é esse. A nossa função é de respaldo para os jogadores e queremos proteção”.
Transposição!(?). Em toda entrevista, ele fala nessa tal de transposição.
Não sei vocês, mas eu gostaria mesmo era de ver, esse enrolão sendo transportado daqui para outro lugar. De preferência para algum adversário nosso.
Fosse mais perto, a gente levava ele e jogava dentro do Rio São Francisco.
Ontem, após a horrível apresentação, Sérgio Enrolão Gudes saiu com essa:
“Colocamos o futebol para fazer a transição e a equipe deles se ajustou. Colocamos o time de uma maneira ofensiva demais e começamos a jogar de costas. Tivemos que mudar para alterar o panorama.”
Se alguém entendeu isto aí, por favor me ajude. Pois, não fica claro pra mim o que é que Ségio Guedes quer dizer. Anotei em um papel e aproveitei a hora do almoço para mostrar a alguns amigos. Não chegamos a conclusão nenhuma sobre essa fala. Aproveitamos para fazer piadas e gargalhar.
É, meus senhores, só tirando onda mesmo, pra aguentar esse treinador e sua equipe.
Nossa sorte é que os concorrentes são tão ruins quanto nós.
Ontem, por exemplo, se tínhamos Pingo no banco, eles tinham Pimentinha.
Se no comando deles estava Lisca, no nosso havia Sérgio Guedes.